Filme: Alien: Covenant [Review]

A franquia Alien é uma das minhas favoritas de terror, e foi influência para muitas obras de ficção-científica posteriores, sejam com pegada de terror ou não (vide o recente Vida, que comentei AQUI). Alien: Covenant vem com a promessa de resgatar o espírito dos primeiros filmes, mas novamente “Prometheus” e não cumpriu.

Com o objetivo de colonizar um planeta distante, a nave Covenant carrega alguns milhares de humanos adormecidos cuidados pelo androide Walter (Michael Fassbender). Uma tempestade de neutrinos atinge a nave, causando algumas avarias, mortes e despertando a tripulação no comando para realizar concertos. Ao detectar um sinal desconhecido de um planeta não mapeado, a nave Covenant decide desviar de sua rota original e averiguar se o sinal revela um possível novo paraíso, porém o que encontram está longe disso. No elenco Katherine Waterston, Billy Crudup, Danny McBride, Demian Bichir, Carmen Ejogo e Callie Hernandez.

Após quatro filme seguindo as aventuras de Ripley (e algumas infelizes incursões junto aos Predadores), Ridley Scott resgatou o universo de seus xenomorfos no prequel Prometheus de 2012, um filme com ótimo visual e elenco, mas que devido a graves problemas de roteiro acabou decepcionando muitos fãs. Scott afirmou que a nova película remeteria ao clima de seus antecessores, e de fato você nota isso na trilha sonora, no gore, nas referências diretas, mas fica faltando algo, uma liga, e sobram as abordagens controversas e até certo ponto desnecessárias que mais estragam do que enriquecem a mitologia. Só lembrando que um possível “Alien 5” trazendo novamente Sigourney Weaver estaria em desenvolvimento, e ficaria nas mãos de Neil Blomkamp, de Distrito 9, mas devido a Covenant ele infelizmente foi adiado (talvez para sempre).

Boa parte do início do filme é focada nos personagens, mas ainda assim você acaba não sabendo muito sobre eles, com exceção da personagem de Waterson que guia boa parte da trama e vive os maiores dilemas. Quando a coisa finalmente começa a engrenar começam as ligações com Prometheus, com alto potencial de desenvolver as coisas boas que o filme passado teve, mas infelizmente isto fica só na promessa. O elo que tentam criar entre esta nova fase e os filmes antigos soa fraca e forçada, mesmo com toda metáfora de criador e criatura que destoa um pouco de tudo. Alguns efeitos também me incomodaram, e parecia que os atores estavam interagindo com alguma animação de videogame. 

Admiro a ideia de tentar algo novo e explorar um universo tão rico, mas acredito que poderia ter sido melhor trabalhado, trazendo os pontos fortes dos anteriores não apenas no visual, mas também na essência. Como fã eu fui querendo gostar, tentando relevar algumas coisas e comprar as ideias do filme, mas ele apenas me soou mais como uma sequência de Prometheus e menos um filme da franquia Alien. Devido a isso, acredito que os fãs do antecessor ficarão satisfeitos, e os que esperavam algo como os antigos poderão se decepcionar.

(Obs. Acima do trailer eu deixo aqui os curta-metragens Alien: Covenant – PrólogoAlien: Covenant – Prólogo: O Cruzamento, aproveite.)

Autor: Róger

Criador da serie de quadrinhos Dragão Escarlate, trabalhou com sketch cards da Marvel e da DC Comics, ilustrações para a revista Dragon Slayer ligadas a RPG, além de arte-final para Smallville Season 11 (DC Comics). Atualmente produz a série de webcomics Offline e escreve reviews de cinema para o site do Dínamo Estúdio.