Sarjeta do Terror #39 – Os quadrinhos de terror no Brasil: parte 2

Neste mês, a segunda parte da matéria sobre os quadrinhos de terror no Brasil. Nesta segunda parte, cobrimos as editoras dos anos 80 até os dias de hoje.

Os quadrinhos de terror começaram nos EUA como um subgênero do pulp, mas especificamente o “weird manace”, e só no final dos anos 40 que se tornaram um gênero à parte, consolidando-se nos anos 50. Mas o horror sempre foi amigável a outros gêneros, com destaque para ficção científica e fantasia. No Brasil, o erotismo era um aspecto recorrente das histórias, tanto de algumas hqs trazidas de fora (especialmente as hqs italianas de terror) quanto nas produções nacionais.

Neuros, da editora Grafipar

Por isso, é importante lembrar da Grafipar, clássica editora sediada em Curitiba e que fez história nos quadrinhos nacionais. Fundada em 1977 por Faruk El-Katib, a Grafipar tinha como característica hqs produzidas no Brasil destinadas ao público adulto, com temática erótica, misturada a outros gêneros, inclusive o terror. Incialmente produzidas por Claudio Seto, Liessenfeld, Kussumoto, Ataíde, Julio Shimamoto, Magno, Eros Maichrowicz, Val Ferreira e Sebastião Seabra, seu sucesso permitiu abrir as portas para uma porção de outros artistas e veteranos da época, entre eles Franco de Rosa, Flávio Colin, Walmir Amaral, Itamar, Rodval Matias, Mozart Couto, Luis Saidemberg, Paulo Hamasaki, Bonini e Watson Portela. Em 1984, a editora fechou as portas, mas não sem antes fazer história nos quadrinhos nacionais. Entre as muitas hqs publicadas pela Grafipar, destacam-se Eros (1978), Próton (1978), Neuros (1978), Perícia (1979) e Volúpia (1980). A história da Grafipar pode ser conferida no livro Grafipar – A Editora que saiu do eixo, de Gian Danton.

Frustrados com a falência da Grafipar, J. B. Guimarães e Sergio C. Guimarães fundaram a Press, que originalmente era para ser “Maciota”, mas este nome acabou sendo reservado para o selo de sexo e humor picante da editora. É na Press que Franco de Rosa finalmente assume o posto de editor-chefe. Dentre as produções de terror, destacaram-se as revistas Mundo do Terror (1985), Spektros (1985), Vampiro (1985), Medo (1985), Gritos de Terror (1986) e Horror (1986).

Gritos de Terror, da Press, e Calafrio, da D-Arte

Vale destacar também a editora D-Arte, de Rodolfo Zalla e Eugeno Colonnese, criada em 1967. Inicialmente, a D-Arte era um estúdio que prestava serviços a outras editoras. Além dos fundadores, a D-Arte tinha uma equipe de peso, formada por artistas como Luis Meri, Rubens Cordeiro, Maria Helena Fonseca, entre outros. A qualidade das histórias e embasamento histórico e visual criada dentro de prazos que outros artistas não eram capazes de cumprir garantiu a sobrevivência do estúdio até 1969. Em 1981, Zalla e Colonnese retomam a D-Arte, agora como editora, passando a se focar especialmente na produção de terror, com as as hoje clássicas revistas Calafrio (1981) e Mestres do Terror (1983).

A independente animal trouxe Ranxerox para o Brasil

Os anos 80 foram acabando, mas o fôlego das hqs de terror continou. Enquanto a Abril trazia arcos clássicos de personagens como Monstro do Pântano e Sandman, personagens do gênero de super-herói que flertavam com o terror, produções underground como Porrada!, Special e Animal também trabalhavam de vez em quando com o tema. Em 1987, a L&PM republica O Estranho Mundo de Zé do Caixão, e a Catânea compila diversas das histórias de Eugenio Colonnese no álbum Histórias de Terror de Eugênio Colonnese.

 

 

 

Na década de 90

A partir dos anos 90, os quadrinhos de super-herói tomam conta das bancas e passam a dividir espaço com a explosão dos mangás, mas os quadrinhos de terror não foram esquecidos – embora as produções nacionais começassem a perder espaço para o material vindo de fora. Mesmo não sendo considerados exatamente terror, merecem destaque a publicação no Brasil de Akira (1990), pela editora Globo, e Crying Freeman (1990), pela Nova Sampa editora. A Nova Sampa publicaria também, em 1996, À Meia-Noite Levarei Sua Alma, adaptação do filme de 1967 protagonizado pelo Zé do Caixão. Pouco antes, a editora havia contribuído para o gênero com Drácula – A sombra da Noite (1985), Horas de Vampiro (1986) e Mistérios das Trevas (1986).

Kiss – Psycho Circus, da Abril e HQ -A revista do quadrinho brasileiro, da Escala

A L&PM publicou, nesta época, algumas hqs de terror, como Macumba Macabra (1990), Bradbury – O Papa-defuntos (1990) e Bradbury – O Pequeno Assassino (1991), estes últimos compilando histórias de Ray Bradbury adaptadas pela E.C. nos anos 50. A Abril seguiu publicando material do gênero: lançou Deadman (1990) e Hellraiser (1991), além de ter começado a publicar os títulos da Vertigo, como Hellblazer (1995), Santo dos Assassinos (1996) e Morte – O Grande Momento da Vida (1996). A Abril publicaria também outras hqs que misturavam heróis e horror, como Spawn (1996) e Kiss – Psycho Circus (1999). A editora Record, existente desde os anos 40, entrou no terror apenas nos anos 90, quando trouxe Dylan Dog (1991) para o Brasil e editou Cripta do Terror (1991), republicando as histórias clássicas da E.C. Tanto Dylan Dog quanto Cripta tiveram vida curta, mas o primeiro ainda seria publicado de forma irregular durante as décadas subsequentes.

A revista Spektro foi relançada por Ota em 1994, sem muito sucesso. Ota seguiu no terror em 1995, na Ediouro, com a Coleção Assombração, que trazia veteranos como Flávio Colin, Julio Shimamoto e Mozart Couto, além de novos artistas. Hellboy chega ao Brasil em 1998 pela Mythos Editora. Do lado dos nacionais, HQ – Revista do Quadrinho Brasileiro foi publicada pela Escala e trazia histórias de diversos gêneros, incluindo terror. Teve vida curta, assim como a versão brasileira da Heavy Metal e sua irmã, Metal Pesado.

 

As hqs de terror do Brasil no século XXI

Com títulos de super-herói que flertavam com o horror encontrando caminho por aqui, além do selo Vertigo e suas histórias voltadas para leitores adultos, a editora Atlantis tentou trazer títulos da Chaos Comics, como Lady Death e Chastity. Infelizmente, a iniciativa não durou muito.

Morto do Pântano, reeditado pela Opera Graphica, e Fikom, da Kalaco

Uma editora que merece destaque no início do novo milênio é a Opera Graphica. Um braço da banca que logo se tornaria a hoje bastante conhecida Comix Comic Shop, a Opera Graphica começou como um selo, em 1998, fundado por Carlos Mann, dono da Comix, e Franco de Rosa. De início, o selo trabalhava principalmente para a editora Escala, até que se tornou uma editora ela mesma.

Como editora, a Opera Graphica reeditou obras clássicas do horror brasileiro com a coleção Opera Horror, que trouxe Morto do Pântano, de Eugenio Colonnesse e No Reino do Terror, de R.F Luchetti (2005). Além disso, trouxe também material estrangeiro, em especial diversos materiais da Vertigo e outras publicações de super-heróis DC. A Opera Gráphica operou até 2009, quando encerrou suas atividades. Após o fim da Opera Graphica, Franco de Rosa fundou a Kalako, em 2010, cujas contribuições para o gênero incluem Fikom – O herói do Universos dos Sonhos (2012), uma reedição das histórias do clássico personagem criado por Fernando Ikoma, e Zumbis e Outras Criaturas das Trevas (2013).

Canalha, da Brainstore e Manga of the Dead, publicada pela JBC

No fim do primeiro milênio, também surgiu a editora Brainstore, que começou publicando a Turma do Senninha e logo passou a variar sua cartela de hqs. Publicou diversos especiais da Vertigo, incluindo histórias do universo de Sandman, Monstro do Pântano, Preacher, além de publicações como Hell Eternal – Inferno em Vida (1999), Ao Cair das Sombras (2001) e A Brigada dos Encapotados (2003), entre outras. Além da Vertigo, também publicou material da DC, como especiais do Batman e a revista Dark Heroes (2002), que trazia personagens como Desafiador, Vingador Fantasma, Espectro, Solomon Grundy, entre outros, e outros materiais relacionados ao gênero, como A Estranha Turminha de Zé do Caixão (1999), a alternativa Canalha (2000) e a autoral Noite de Caça (2004). A Brainstore encerrou as atividades em 2005.

No lado oriental, a editora JBC tem publicado, até hoje, um número respeitável de mangas de horror. Criada originalmente em Tóquio como uma redistribuidora de jornais em língua portuguesa no Japão, passou a publicar seu próprio jornal em 1993 e, em 1997, lançou sua primeira publicação no Brasil, a revista Made in Japan. Entre as diversas publicações nipônicas de horror ou relacionadas, podemos destacar Samurai X (2001), Death Note (2007), Hellsing (2008), Neon Genesis Evangelion (2010), a antologia Manga of the Dead (2013), All You Need is Kill (2014), a adaptação de Gou Tanabe para histórias do H.P. Lovecraft em O cão de Caça e Outras Histórias (2015), Blade – A Lâmina do Imortal (2015) e O Homem que Foge (2017), entre outros.

Suicide Club, publicado pela New Pop, e Alena, pela Avec

Ainda dentro dos Mangas, podemos citar também a editora New Pop, que publicou, entre outras obras Dark Metrô (2008), Vampire Kisses – Laços de Sangue (2009), hqs baseadas na série Supernatural como A Origem (2009), Os Caça-Fantasmas (2009), Corpse Party: Musume (2014), Don Drácula, (2015), Helter Skelter (2015) e Suicide Club (2017). Outras editoras publicaram, esporadicamente, mangas de horror, inclusive alguns dos clássicos, como a Conrad, que publicou Uzumaki, de Junji Ito (2006), a Zarabatana, que publicou A Serpente Vermelha, de Hideshi Hino (2007), a Panini, que publicou Hideout (2010) e a editora Astral, que publicou a coletânea sobre yokais Anormal (2014).

A Avec Editora, fundada em 2014 por Artur Vecchi, segue o legado da família que, décadas antes, fundou uma das editoras mais importantes para os entusiastas do terror nacional, a Vecchi. Embora não publique apenas histórias em quadrinhos e nem apenas obras de terror, a editora já conta com publicações respeitáveis do gênero, como Beladona (2014), Carnívora (2015), Dionísio (2015), Galícia: A Casa Na Árvore (2016) e a fantástica obra sueca Alena (2017).

O Rei Amarelo em Quadrinhos, da Draco, e Fragmentos do Horror, pela Darkside Books

A editora Draco também tem sua contribuição para os quadrinhos de terror ou obras que flertam com o gênero, como a alternativa Imaginários em Quadrinhos (2013), Terra Morta (2014), Cortabundas – O Maníaco do José Walter (2014), O Rei Amarelo em Quadrinhos (2015), o Despertar do Cthulhu em Quadrinhos (2016) e Fome dos Mortos (2017). Outras editoras que também valem destacar são a HQM, que publica Os Mortos-Vivos (2006), além do primeiro volume de Necronauta, de Danilo Beyruth (2011), e a New Order, que publicou a versão nacional de The X-Files Classics, que traz as hqs baseadas na série Arquivo X publicadas pela Topps Comics nos anos 90 (2016).

A editora mais recente que tem se destacado no gênero de Terror é a Darkside Books, que lançou a antologia de horror de Junji Ito Fragmentos do Horror, Atômica – A Cidade Mais Fria, que inspirou o filme com Charlize Theron, Meu Amigo Dahmer, Wytches e recentemente anunciou o lançamento de Creepshow, primeira hq escrita por Stephen King nos anos 80 e desenhada por Berni Wrightson. Todos esses títulos são de 2017.

O independente Mórbido, Maléfico e Maldito Gibi e Unhas, publicada pela Escrita Fina

Como menções honrosas, preciso citar também obras que fazem muito pelo terror nacional, seja pela sua inovação, pela sua qualidade editorial ou artística, porque certamente servirão de influência para muitos autores no futuro ou simplesmente por botar a cara na rua e publicar por conta própria: Prontuário 666 – Os anos de cárcere de Zé do Caixão, de Adriana Brunstein e Samuel Casal (Conrad, 2008); Mundo Paralelo, que tem histórias de Mozart Couto, Eduardo Cardenas, Watson Portela, Walter Pax, João Azeitona, Gian Danton, Fabio Cobiaco, entre outros (independente, 2012); Mórbido, Maléfico e Maldito Gibi, de Eduardo Cardenas (independente); Vigor Mortis Comics volumes I e II, de José Aguiar, Paulo Biscaia, DW Ribatski e André Ducci (Quadrinhofilia, 2011; Zarabatana Books, 2014); Dora, de Bianca Pinheiro (Independente, 2014); Unhas, de Ieda Marcondes e Olavo Costa (Escrita Fina, 2014); e Somner, de Dimítria Elefthérios (Independente, 2015).

É claro que é impossível rastrear tudo que tem saído de quadrinho de terror atualmente. O que é ótimo, pois indica que o gênero não só está mais vivo do que nunca, como há variedade suficiente para todos os gostos. Por ora, peço desculpas por qualquer negligência acidental.

Os quadrinhos de terror no Brasil continuam firmes e fortes, com muita produção vinda de fora e muitos independentes mantendo viva a chama do terror tupiniquim. Se você gosta do gênero, faça um favor a si mesmo e, periodicamente, procure nos sites de livrarias o que tem de novidade. E, se você se importa com a produção nacional, fique de olho nos independentes, seja na internet, seja em eventos do gênero, pois tem muito material bom por aí, mesmo que não publicado por editora.

 

Edições anteriores:

38 – Os quadrinhos de terror no Brasil: parte 1

37 – Apresentadores de terror (Horror Hosts)

36 – Dylan Dog

35 – Monstro do Pântano (parte 2 de 2)

34 – Monstro do Pântano (parte 1 de 2)

33 – Criadores de Terror: Bernie Wrightson

32 – Super-heróis com um “pé” no terror: Doutor Estranho

31 – Os 70 anos de Eerie #1

30 – Plantão Sarjeta do Terror – Sombras do Recife

29 – Criadores de Terror: Rodolfo Zalla

28 – Da TV para os quadrinhos: Além da imaginação

27 – Vigor Mortis Comics – Volume 1

26 – Super-heróis com um “pé” no terror: O Espectro

25 – Warren Publishing: Contornando o Comics Code

24 – Prontuário 666, os anos de Cárcere de Zé do Caixão

23 – Da TV para os quadrinhos: Arquivo X

22 – Criadores de Terror: Eugenio Colonnese

21 – Terror nas grandes editoras, parte final

20 – Terror nas grandes editoras, parte 2

19 – Uzumaki

18 – Terror nas grandes editoras, parte 1

17 – Do cinema para os quadrinhos: Evil Dead/Army of Darkness

16 – Terror no mundo real: o Comics Code Authority, parte final

15 – Super-heróis com um “pé” no terror: Doutor Oculto

14 – Terror no mundo real: o Comics Code Authority, parte 1

13 – Da TV para os quadrinhos: Elvira, a Rainha das Trevas

12 – EC Comics , epílogo: O Discurso Contra a Censura

11 – Criadores de Terror: Salvador Sanz

10 – EC Comics, parte 3: o fim

9 – Super-heróis com um “pé” no terror: Homem Formiga

8 – Interlúdio: Shut-in (trancado por dentro)

7 – EC Comics, parte 2: o auge

6 – Interlúdio: Garra Cinzenta, horror pulp nacional

5 – EC Comics, parte 1: o início

4 – Asilo Arkham: uma séria casa num sério mundo

3 – A Era de Ouro dos comics de terror

2 – Beladona

1 – As histórias em quadrinhos de terror: os primórdios

Papo Dinâmico Com Pericles Junior, Desenhista de Carnívora

Entrevista com o autor da graphic novel CARNÍVORA, lançada pela AVEC editora com apoio do financiamento coletivo.

Carnívora entrevista Pericles Junior
Em Entrevista exclusiva para o Dínamo Studios

Olá Argonautas,

Se você acompanha as notícias sobre publicações indie de quadrinhos no Brasil, já deve ter lido em algum lugar da blogosfera o nome Pericles Junior, não é mesmo?

Ele é o desenhista e roteirista da graphic novel CARNÍVORA, lançada pela AVEC Editora nesse mês (saiba mais informações AQUI) com apoio do site de financiamento coletivo Catarse.

Carnívora entrevista Pericles Junior
Conheça mais sobre a arte de Pericles Junior

Pericles tem mais de 13 anos de experiência no mercado de quadrinhos, tendo publicado para a Legendary Comics, a Warner, a Devil’s Due Publish e marcas como Volkswagen Brazil e Nike entre muitas outras. Ele também já trabalhou como diretor de arte, ilustrador e mora na Cidade Maravilhosa, cujo cenário e situação social inspiraram diversos trechos de CARNÍVORA.

E é justamente para falar dessa HQ que convidei a Pericles para uma breve entrevista feita com exclusividade para o Dínamo Studios. Então, aproveite bem esse bate-papo, descubra mais sobre esse universo de terror e ação criado pelo desenhista brazuka e não deixe de aproveitar uma surpresa da AVEC que falamos no final do post.

Divirta-se!

 

Influências de CARNÍVORA

Carnívora entrevista Pericles Junior
Quadrinho recebe influência de Walking Dead, Tropa de Elite e dos Slasher movies

Vagnerd Abreu: Eu digo isso na resenha que escrevi sobre Carnívora aqui no Dínamo e torno a repetir: Carnívora parece beber de muitas influencias pop.

 Entre as quais cito “The Walking Dead”, “Tropa de Elite” e “Cidade de Deus”. Estou correto? Mas acredito que você pode agora começar quebrando as pernas desse entrevistador e dizer muitas outras influências, né? Comente um pouco sobre elas e como elas te ajudaram nesse trabalho?

Pericles Junior: Foi bem por aí mesmo. Na parte da ação e drama, é inegável as influencias que citou e fui muito influenciado principalmente pela linha slasher filmes [nota do editor: filmes de terror como “Sexta-Feira 13”, “Helloween”, ].

É um universo que curto muito, então tudo isso fica cravado em você de alguma forma e sempre vem à tona quando começa desenvolver algum roteiro.

 

Vagnerd: Vamos imaginar agora que Jose Padilha se interessou por CARNÍVORA e resolveu fazer uma série da “Netflix”, só que sem a participação do Wagner Moura.

Você entra como produtor executivo e pode escolher qualquer ator para  viver o papel do Carlos, do Parede, da Jessy e demais personagens.

 Que atores escolheria? (não vale o Wagner Moura). Em quais outros momentos da produção você iria desejar interferir (trilha sonora, edição, ambientação, figurino, etc)?

NEW YORK - APRIL 28: Writer/director/producer Jose Padilha of the film "Elite Squad" poses for a portrait at the Amex Insider's Center during the 2008 Tribeca Film Festival on April 28, 2008 in New York City. (Photo by Scott Gries/Getty Images for Tribeca Film Festival)
Será que Jose Padrilha encararia essa adaptação?

Pericles: Hahaha.. Caraca. Pior que sou fanzão do Padilha (jura?) e acredito que aprovaria 85% de qualquer ideia que ele apresentasse.

Mas tem uns pontos que curtira à beça colocar o bedelho: trilha sonora e direção de arte. Sou apaixonado por isso, agora atores… Vejamos:

Drika: Rhaisa Batista ou Michelle Batista
Carlos: Juliano Cazarré
Jessy: Fernanda de Freitas
Parede: Babu Santana
Sônia: Juliana Alves

Vagnerd: Você desenha cenas de ações incríveis. Julgo a dizer que Carnívora é uma graphic novel de ação, com terror como plano de fundo. Na sua opinião, você acredita que um desenhista com conhecimentos cinematográficos como a sua experiência em storyboard pode se destacar como ilustrador? Por quê?

Pericles: Sempre. Nos quadrinhos você precisa pensar na melhor forma de apresentar a história para o leitor. Então, um bom posicionamento de “câmera” e toda a dinâmica que envolve a história, tanto desenho quanto texto, ajudam a jogar o leitor para dentro da revista.

Carnívora entrevista Pericles Junior
Mais uma splash page de tirar o fôlego!

 

Terror, Ação e Discussão Social

Vagnerd: Quando estava planejando o conceito de CARNÍVORA, você já imaginou transmitir uma mensagem social junto? Na sua opinião como artista, qual a importância da crítica social em uma história em quadrinhos?

Carnívora entrevista Pericles JuniorPericles: Pensei sim, mas confesso que ela ganhou força quando a HQ estava sendo produzida.

Acredito que autores e criativos podem ser porta-vozes não só de novas ideias, mas de alerta, de denúncia, um “opa, tem alguma coisa errada com o mundo”. Os quadrinhos, além de ser uma mídia de entretenimento, são também uma forma de semear mudanças (positivas, de preferencia).

 

Vagnerd: Como um artista, você acredita que Carnívora possui um subtexto? Uma crítica, metáfora ou alegoria.

Pericles: Carnívora é repleta de metáforas. A incursão da polícia no morro, o descaso. Como as consequências dos nossos atos refletidos na vida de outra pessoa. A HQ é uma alegoria da vida real.

 

Angustiante Espera Pelo Financiamento Coletivo

Vagnerd: Como foi o processo de financiamento coletivo, contato com a AVEC Editora e espera para ver se o público aceitaria seu projeto. Conte sobre o frio na barriga. Deixe nossos leitores saberem um pouco dos bastidores de CARNÍVORA.

Pericles: Nossa, foi angustiante.

Faltava 2 semanas para o final do prazo e tínhamos apenas 17% da meta. Já tinha até desistido. Joguei a toalha.

Mas graças a uma amiga, que deu a ideia de fazer tipo uma campanha. Campanha dos 10 reais (se X pessoas apoiassem com 10 reais conseguiríamos virar). Eu reanimei e meti as caras de novo. Foi correria. Todos os dias eu colocava um termômetro sinalizando o quanto conseguíamos.

Foi bem conta gotas e a força da família e amigos foi fundamental. Graças a Deus conseguimos, não só bater a meta como ultrapassá-la. O contato com a AVEC veio antes. Eles já haviam manifestado o interesse em publicar, mas tinhas algumas questões gráficas que eu gostaria que fossem diferentes. Era o primeiro trabalho autoral impresso, então que fosse algo que marcasse não só a mim, mas, de certa forma, o público.

Carnívora entrevista Pericles Junior
Poster de Divulgação de Carnívora no Catarse

Vagnerd: Após anos trabalhando no mercado digital e impresso, como você aprimorou seu traço até ver CARNÍVORA publicada e financiada por leitores brasileiros. E o que você aprendeu com sua criação?

 Pericles: Foi saber se de fato minhas ideias malucas são boas e que existem pessoas interessadas nelas. Depois do trabalho feito, você enxerga ele de forma diferente.

Sempre acha que poderia ficar melhor. E a vantagem de um trabalho autoral é a experimentação. Sim, meu traço mudou e ainda via mudar bastante depois de Carnívora.

 

Processo Criativo e Dicas Para Jovens Desenhistas

Vagnerd: Como funciona o seu processo criativo para uma HQ que você escreve e desenha? Você primeiro pensa na arte e depois “bola” história? Ou a história vem primeiro, depois a arte se adapta a ela?

Carnívora entrevista Pericles Junior
Optimus Prime de Pericles Junior

 Pericles: Primeiro penso na história. O que quero contar com ela? Em seguida começo a desenhar os personagens. Desenvolver o visual, concepts. Costumo desenhá-los a exaustão ao mesmo tempo contando a história deles. Eu só consigo desenvolver uma história se eu conhecer bem os personagens. Precisamos “conviver” por um tempo.

Há casos de eu construir uma história inteira sobre o personagem, que daria até uma outra HQ, só para conhece-lo melhor. Dessa forma a história flui mais fácil.

 

Vagnerd: Deixe as suas “dicas matadoras” para os leitores que quiserem seguir os passos de quadrinhista/roteirista. E também dicas para os artistas que desejam empreender um projeto com financiamento coletivo.

Carnívora entrevista Pericles Junior
Super-moça por Pericles

Pericles: Persistência. Cara, não tem outra forma para se trabalhar com quadrinho. Tudo é trabalhoso.

Escrever, desenhar, procurar formas de publicação. Então você precisa ter certeza se o quadrinho vai ser a sua paixão/sonho ou se vai ser uma meta a ser conquistada.

Entender em que área da sua vida o quadrinho vai entrar ajuda muito a definir a sua postura. Se ele vai ser o seu “ganha pão”, o seu segundo ofício ou algo para as horas vagas porque você gosta muito disso.

No mais, leia bastante, assista bastante filmes, analise-os. Reproduza cenas que achou bacana. E prática. Muita prática!

 

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Considerações Finais: Duas Dicas Especiais Para Você

Muito bem pessoal, esse foi o bate-papo que tive com Pericles Junior, espero que tenham curtido e que possam se interessar mais pelo trabalho desse batalhador.

Ah, lembram-se daquela surpresa oferecida pela AVEC que falei ali no começo? Pois então, a editora está dando 10% de desconto para leitores do Dínamo Studios.

Y ESCAPE

Quando for fazer uma compra na AVEC Store, você ganha esse prêmio ao rescrever “dinamo” no espaço para CUPOM DE DESCONTO, ao finalizar sua compra. Clique AQUI e aproveite, não deixe de conhecer CARNÍVORA também. Aposto que você ficou louco de curiosidade após ler essa entrevista.

Outra coisa: eu estou muito muito chateado com os leitores do Dínamo. Criei esse site, o Vida de Escritor, para divulgar conteúdo sobre a arte de escrever e estou recebendo pouquíssimos acessos de leitores daqui… Vamos lá argonautas, vamos invadir o VDE, clique AQUI se quiser conhecer meu mais novo projeto.

Abraços.

Carnívora [Resenha]

Resenha da HQ de Pericles Júnior, lançada pela Avec esse mês e que conquistou centenas de fãs no Catarse.

E aí argonautas,


Carnívora
é daquelas HQs que cativa seu leitor desde a capa: longe de ser “só mais uma de rostinho bonito”, você sente vontade de ir “direto aos finalmente” só de olhar para ela.

Carnívora HQ resenha

Sim, sim… Eu Ainda estou falando do quadrinho desenhado e escrito por Pericles Júnior que é o novo álbum da Avec Editora às livrarias brasileiras. Se acompanha os principais sites de notícias, deve ter ouvido falar muito bem dela nos últimos meses. Se trata de mais um sucesso do financiamento coletivo. Sucesso do Catarse.

E não é para menos!

Pericles combina sua experiência como quadrinhista (trabalhou junto com Guillermo del Toro, Travis Beachum e Yvel Guichet na graphic novel Pacific Rim: Tales From Year Zero; Legendary Comics, sem tradução no Brasil) com mais de 8 anos escrevendo storyboards para cinema e TV.

Carnívora HQ resenha

Resultado: a narrativa cinematográfica é incrível com destaques para cenas de ações eletrizantes. Como essa splash page do policial Carlos correndo pela favela, veja:

Carnívora HQ resenha

 

Policial Carlos? Cenas de Ações? Correndo pela Favela? Do que se trata Carnívora, afinal?

É, lendo até aqui até parece uma versão em quadrinhos de Tropa de Elite, né?

Então por que esse nome? Carnívora? Quem come quem?

Calma. Já chegamos lá.

 

Bem-vindo ao Morro do Caveira, alemão!

O policial civil, Carlos, procura por sua noiva desaparecida em um sequestro no que parece ser uma versão fictícia da cidade do Rio de Janeiro. Infelizmente, sua única pista é um endereço no alto do Morro do Caveira. Uma área que a alguns meses apavora os moradores próximos. Eles afirmam ver pequenas criaturas carnívoras, parecidas com crianças.

Carnívora HQ resenha

Tais criaturas atacam violentamente qualquer um que ouse se aproximar de lá… De uma área em que nem mesmo os traficantes e policiais (que possuem poder fogo) ousam pisar.

E é justamente nessa região que Drika, a noiva de Carlos, fora vista pela última vez.

 

Os Mortos Andantes

À primeira vista, por se tratar de uma história de zumbis e ter arte interna em preto e branco, pode parecer que Carnívora é mais uma obra a beber de The Walking Dead.

Entretanto, essa é apenas uma leitura bem superficial do trabalho de Pericles. O terror não é o elemento principal da história. Ele é apenas subjetivo. Você deve se preparar para se amarrar nas cenas de ação empolgantes e no clima de conspiração.

Carnívora HQ resenha

No sub-texto, a trama lança uma discussão importante sobre o valor da vida em meio a violência urbana nos grandes centros urbanos do país. O preço de suas escolhas é o que pode trazer à tona os verdadeiros monstros… aqueles que vivem dentro de nós.

 

Uma História Sobre Pessoas

Além de discutir crime e brincar com a violência e o terror, a HQ também joga com entidades do nosso imaginário: chupa-cabra, o capeta, orixás do candomblé, césio-137, todos esses elementos já ouvidos no linguajar tupiniquim podem estar nas suspeitas dos leitores sobre “o que poderia ter criado as carnívoras?

Pericles deixa o leitor com mais pulgas atrás das orelhas, quando dá voz aos figurantes (os moradores do morro) e cada um deles dá a sua opinião sobre porque há assassinatos estranhos no alto do Caveira (lembra do eu disse, sobre ele ter muita experiência cinematográfica?).

Carnívora HQ resenha

Além de Carlos, temos a novata no esquadrão, Jessy, que apesar de parecer inocente é bem mais do que os olhos podem ver; Sônia – a chefe de polícia mais motherfucker dos quadrinhos – e principalmente o personagem mais legal que você achará nessa HQ: eles o chamam apenas de “Parede”.

Só isso que você precisa saber sobre ele… E que ele fica ainda mais legal com uma rocket launcher!

Carnívora HQ resenhaFaço ressalvas, porém, ao Carlos. Achei que ele enfraqueceu muito dentro da trama. O policial começa com um protagonista obstinado e simplesmente vira um looser no final da história. E nesse ponto percebemos que a verdadeira protagonista da história é a Jessy, uma personagem que não tem muito a ver com o background da trama. Não gostei muito nesse ponto.

Mas isso não tira o gostinho de Carnívora. Por mais que ele seja o protagonista, ainda tem muitos outros mistérios: como o Preto Ziza, pai de santo e morador do morro, ele está muito ligado as tais criaturas carnívoras sabe como?

Leia no gibi…

 

Sucesso no Catarse

O trabalho de Pericles foi inteiramente financiado no Brasil com apoio de mais de 400 colaboradores através do Catarse. Para promover a HQ, o autor gravou um teaser trailer que pode ser assistido no YouTube nesse link.

A obra, agora, chega às mãos dos brasileiros com tratamento gráfico de luxo: um álbum com cerca de 120 páginas, miolo ilustrado em preto e branco, e a capa colorida em papel cartão tríplex 300g.

Carnívora HQ resenha

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sim… Só a capa já impressiona bastante, mas sou suspeito para falar. Afinal, muitos sabem que sou colaborador da Avec Editora.

Prêmio Para os Leitores do Dínamo Studios!

Carnívora HQ resenhaSe você leu essa resenha e se interessou por Carnívora aproveita enquanto ainda temos em estoque e compre a sua edição na Avec Store.

É sério gente: temos apenas algumas dezenas de exemplares, os demais serão distribuídos para quem colaborou com o crowndfunding.

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Comente abaixo quais foram suas impressões de Carnívora e não deixe de compartilhar para fazer esse post chegar ao maior número de fã de HQs brasileiras.

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Abraços.

Nota: 8/10

Ficha Básica: Autor: Péricles Junior ISBN: 978-85-67901-24-4 Editora: AVEC Editora Formato: 17,5cm X26,5cm Tipo de capa: 4/1 cartão triples 300 Papel: Off set 90g Miolo: Preto e branco Quantidade de páginas: 120  Publisher: Artur Vecchi Preço Sugerido: R$ 50,00 (impresso)

Beladona: os bastidores de um ataque cardíaco!

Ana Recalde, a nossa querida Ananinha, dispensa apresentações aqui no Dínamo Studio. Não é mesmo?

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Ainda assim, certas regras de redação me obrigado a inserir meus leitores queridos em um contexto… Pois nem todo mundo precisa saber que a Rainha dos Argonautas começou a gravar o ARGCast no especial sobre garotas; no primário, usava cadernos do Metallica enquanto as coleguinhas ainda com a Moranguinho na capa;  enfrentou os achaques de fanboy do Fabiano em Batman Vs Superman; apoiou os argonautas em mais de uma entrevista e, claro, não podemos nos esquecer do cosplay de Sakura Card Captor e do amor declarado, sem vergonha e escancarado pelo Asa Noturna! (ok, ninguém é perfeito, né?)

Muito bem. Agora que você já tem uma pequena retrospectiva da passagem da Ananinha pelo ARG. Também vale dizer que ela é responsável pelo sucesso,  Patre Primordio, HQ impressa e online que inovou com direito a projeto de dublagem por Fernanda Fernandes. Mas não é desse sonho realizado que vamos falar nessa coluna.

Mas de um pesadelo que veio ao mundo físico!

E que pode ser adquirido por esse link.

Quando foi que um sonho ruim fez tanto sucesso na internet?

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Foi no final de 2011 que Beladona surgiu no site de webcomics Petisco. E foi no ArgCast que fez sua primeira divulgação na podosfera. Aqui nasceu a piada sobre se tratar de uma graphic novel da atriz pornô! (trocadilho cortesia  de quem mais? do Daniel “Lábios da Rata” HDR).

 

Dizem por ai que as coisas não nascem de geração espontânea. Isso é verdade sobretudo para com Beladona! Me recordo que, de pouquinho em pouquinho, todo sábado o leitor pôde contar com pelo menos uma página de quadrinhos. Não demorou muito para Beladona formar um publicou fiel.

Fiquei feliz quando a HQ foi duas vezes consecutivas indicada ao HQMiX – a maior premiação brasileira de gibis. O desenhista, Denis Mello, quem tem um traço elogiado pelos leitores é um talento também indicado como quadrinhista revelação pelo mesmo troféu. E mais ano passado o Petisco ainda ganhou o troféu por quadrinho revelação!

E foi ai que nós do Dínamo percebemos que a coisa ficou séria…

Matéria Prévia Beladona

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nos Bastidores da versão impressa

Se você leu até aqui, merece saber as informações de bastidores. Que tal?

Era um pouco depois de junho (isso seria, algum dia do mês de julho?) e eu já trabalhava para a Avec Editora. Havia auxiliado na campanha de divulgação de Rio: Zona de Guerra e possivelmente estava falando sobre Doctor Who com a Ananinha no chat do Facebook.

Nessa mesma semana, o Artur Vecchi [o editor da Avec] havia me comunicado que planejava investir em talentos brasileiros de quadrinhos. E me veio logo a mente: Vou falar com a Ana para lançar a Beladona que é tão premiada!

Mentira! Eu não penso tão rápido assim. Aconteceu alguns dias dessa cobraça do Artur (é sério gente ele me amarrou numa cadeira em um quarto escuro e me fez assistir Brasil e Alemanha e ameaçou: “eu quero que você me consiga algum artista de quadrinhos.”

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Outra Mentira! Na verdade não foi bem assim. Eu não sou tão bom estrategista de publicações e nem houve sequestro relâmpago e tortura me fazendo assisitir 7 gols em menos de 20 minutos. Foi mais para um:  “Ananinha. A Avec está querido publicar novos autores. Você tem interesse de mandar algum original?”

Sim, chato assim. Mas espere que não pará por ai… Ainda tem mais.

Galeria Beladona por Fabio Cobiaco

 

Os Bastidores na Multiverso Comic Con

Com a chegada da Multiverso Comic Con 2014 em Agosto, enchi o saco da Ana para que viesse a Porto Alegre o quanto antes! Claro que ela não veio por causa de mim, mas para divulgar seu trabalho no artist alley e expor os comics do Petisco, junto com zines de alguns capítulos de Beladona.

Mas como raposa velha que sou já notifiquei o Art [eu chamo ele assim… soa gay eu sei] de que ele “estava prestes a conhecer no evento a primeira autora de gibi da Avec”.

Então passei para ele tudo o que ele precisava saber para se interessar em publicá-la. Coisas como: o sucesso que foi Patre, a fama dela entre os Whovian – sorte nossa ele adorar Doctor Who -, a é popularidade no ArgCast e, principalmente, a mente brilhante e psicótica que a Ana tem para escrever histórias!

Já a Ana, queria mesmo ter um contato dentro de uma editora. Ela queria mesmo deixar de correr atrás da parte burocrática de divulgar o seu trabalho, para começar a fazer aquilo que faz de mão cheia: sentar a bunda na cadeira e escrever!

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Todas as conjunções estavam alinhadas. Até mesmo a data era auspiciosa. Editora e escritora iriam conversar num dos maiores eventos de HQ do Rio Grande do Sul. Não havia como dar algo errado…

… Mas ai veio o nervosismo!

 Financiamento Coletivo: Ai meu coração!

Só meses depois é que descobri que a Ana e o Denis já planejavam iniciar um projeto de financiamento coletivo no Catarse. E que, mesmo assim, a Avec Editora entraria de cabeça no projeto oferecendo catalogação, distribuição e divulgação em mídias e revistas – e é aqui que eu entro!

Mas agora veio outro tormento. Beladona precisava ser financiada. O valor pedido não era muito para um projeto de quadrinhos (R$ 30 mil). Logo nos primeiros dias atingimos metade da quantia necessária para bater a meta.

Mas as contribuições diminuíram depois dai… Deu medo gente! (diz ai Ana Recalde) Fiquei preocupado em ter que ver aquele sonho morrer na praia.

Galeria Beladona por Vitor Caffagi

Passamos a adotar a estratégia básica de encher a timeline e inbox dos amigos (e não amigos) com links para a página da Beladona. Acho que todos tivemos, apesar de confiar em nosso público, aquela insegurança causada por uma força natural chamada: cagaço!

E felizmente para nós pesadelo de Samantha não acabou!

 

A emoção de ver o livro publicado

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E Faltando 3 segundos para a bomba  do filme do 007 explodir “BOOOM!”  Beladona foi financiada! Eu juro que estava em outros afazeres quando soube da notícia. Senti um alívio, mas tive que voltar às atividade profissionais. Estava terminando meu deadline para alguns artigos relacionados a um freela que fazia.

 

Nem sei se cheguei a parabenizar a Ana e o Denis pela empreitada. Mas conseguimos! E foi com o apoio de mais de 600 pessoas que investiram grana na ideia da dupla de artistas e mais de mil pessoas que compartilharam o projeto nas redes sociais.

Mas, Vagnerd, o que você fez pelo projeto, afinal?

Absolutamente nada! Nada mesmo! Como você pode ter visto nesse post. O grande mérito por tudo são das mentes criativas (a Ana e o Denis) e administrativa (o Art)

Só indiquei fiz as pessoas conversarem umas com as outras.

Mas, Vagnerd, sobre o que trata essa Beladona?

Nem mesmo resenha eu chegue a  escrever, pois o nosso amigo Rafael Rodrigues já fez um artigo fantástico em sua coluna Sarjeta do Terror . O que gostaria mesmo era desabafar sobre o quão emocionante foi acompanhar a batalha enfrentada por uma amiga e ver todo esse processo até ver o dia de hoje (dia 17), quando vi essa foto com os exemplares encadernados recém saídos da gráfica:

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“Beladona é sensacional!

É deprê, punk e violenta

E Mesmo assim, um ótimo presente de Natal”.

Você notou que “sensacional” rimou com “Natal”?

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Vagnerd, não pude apoiar no Catarse. Mas agora quero comprar um. Tem como?

Capa BeladonaTem sim! A grande mágica desse projeto é que mesmo quem não ajudou poderá adquirir um exemplar. Bastar acessar a loja virtual da Avec Editora e em breve nas principais livrarias de todo Brasil.

A versão impressa tem formato de luxo, 200 páginas coloridas em papel couche e capa cartonada e pode ser adquirida por esse link.

O grande mestre Julio Shimamoto, escreve o prefácio dessa obra que conta uma galeria de arte com desenhos de Vitor Cafaggi, Danilo Beyruth, Fabio Cobiaco e Mario Cau.

Nada mais justo para uma HQ lançada na maior convenção brasileira de cultura pop: a Comic Con Experience 2014!

Você não pode deixar de ler mais uma obra-prima dos quadrinhos de terror!

Acesse agora mesmo a Avec Store e garanta já seu exemplar. Ou se preferir, leia os três primeiro capítulos gratuitamente em: Petisco.org/beladona.

PS: E vocês terão que me aturar falando de Beladona por um longo tempo. É que sobrou verba do financiamento para fazer pôster, card, RPG, livro e o que mais tiver direito.