Esta coluna tem andado meio parada por motivos de força maior, mas espero (se tudo der certo) retornar com certa regularidade ano que vem. Enquanto 2017 não chega, faço uma pausa das minhas férias para divulgar um trabalho bem interessante.
Sombras do Recife é uma antologia que narra casos e lendas que permanecem vivas na memória coletiva do Recife. Contam sobre o imaginário local, mas falam de um medo universal, que tem origem no estranhamento do ser humano diante das trevas da noite, do desconhecido, do subconsciente. É inspirada na estética de horror e suspense da EC Comics, Cripta do Terror e Editora D-Arte e as histórias são ambientadas em épocas distintas, trazendo fatos pitorescos, usos, costumes, curiosidades e fatos reais misturados com a ficção.
Os contos são também um resgate de relatos e imagens de fontes raras, sendo algumas informações indisponíveis até na internet. Todas as histórias são independentes e completas, e pertencem ao mesmo universo.
Este projeto é para o primeiro volume e cada volume contará sempre com duas HQs de 18 páginas cada, totalizando 36 páginas de quadrinhos, além de 8 páginas de notas explicativas no final do álbum e outros bônus. As notas explicativas podem ser lidas em conjunto ou não com a HQ, dando uma outra dimensão à experiência de leitura.
Sombras do Recife – Volume 1 é o primeiro trabalho autoral da quadrinista Roberta Cirne (Passos Perdidos, História Desenhada – vols I, II, III , IV ” – Troféu HQ MIX de maior contribuição, Heróis da Restauração Pernambucana ” – Indicado ao HQMIX e AFRO HQ – A história da África e suas migrações contada pelos Orixás) e terá formato 27cm X 21cm, com 60 páginas, capa cartonada colorida, lombada quadrada e miolo preto e branco.
O projeto é bem interessante e está no Catarse para buscar apoio. Confira o projeto completo por lá!
Entrevista com o autor da graphic novel CARNÍVORA, lançada pela AVEC editora com apoio do financiamento coletivo.
Em Entrevista exclusiva para o Dínamo Studios
Olá Argonautas,
Se você acompanha as notícias sobre publicações indie de quadrinhos no Brasil, já deve ter lido em algum lugar da blogosfera o nome Pericles Junior, não é mesmo?
Ele é o desenhista e roteirista da graphic novel CARNÍVORA, lançada pela AVEC Editora nesse mês (saiba mais informações AQUI) com apoio do site de financiamento coletivo Catarse.
Conheça mais sobre a arte de Pericles Junior
Pericles tem mais de 13 anos de experiência no mercado de quadrinhos, tendo publicado para a Legendary Comics, a Warner, a Devil’s Due Publish e marcas como Volkswagen Brazil e Nike entre muitas outras. Ele também já trabalhou como diretor de arte, ilustrador e mora na Cidade Maravilhosa, cujo cenário e situação social inspiraram diversos trechos de CARNÍVORA.
E é justamente para falar dessa HQ que convidei a Pericles para uma breve entrevista feita com exclusividade para o Dínamo Studios. Então, aproveite bem esse bate-papo, descubra mais sobre esse universo de terror e ação criado pelo desenhista brazuka e não deixe de aproveitar uma surpresa da AVEC que falamos no final do post.
Divirta-se!
Influências de CARNÍVORA
Quadrinho recebe influência de Walking Dead, Tropa de Elite e dos Slasher movies
Vagnerd Abreu: Eu digo isso na resenha que escrevi sobre Carnívora aqui no Dínamo e torno a repetir: Carnívora parece beber de muitas influencias pop.
Entre as quais cito “The Walking Dead”, “Tropa de Elite” e “Cidade de Deus”. Estou correto? Mas acredito que você pode agora começar quebrando as pernas desse entrevistador e dizer muitas outras influências, né? Comente um pouco sobre elas e como elas te ajudaram nesse trabalho?
Pericles Junior: Foi bem por aí mesmo. Na parte da ação e drama, é inegável as influencias que citou e fui muito influenciado principalmente pela linha slasher filmes [nota do editor: filmes de terror como “Sexta-Feira 13”, “Helloween”, ].
É um universo que curto muito, então tudo isso fica cravado em você de alguma forma e sempre vem à tona quando começa desenvolver algum roteiro.
Vagnerd: Vamos imaginar agora que Jose Padilha se interessou por CARNÍVORA e resolveu fazer uma série da “Netflix”, só que sem a participação do Wagner Moura.
Você entra como produtor executivo e pode escolher qualquer ator para viver o papel do Carlos, do Parede, da Jessy e demais personagens.
Que atores escolheria? (não vale o Wagner Moura). Em quais outros momentos da produção você iria desejar interferir (trilha sonora, edição, ambientação, figurino, etc)?
Será que Jose Padrilha encararia essa adaptação?
Pericles: Hahaha.. Caraca. Pior que sou fanzão do Padilha (jura?) e acredito que aprovaria 85% de qualquer ideia que ele apresentasse.
Mas tem uns pontos que curtira à beça colocar o bedelho: trilha sonora e direção de arte. Sou apaixonado por isso, agora atores… Vejamos:
Drika: Rhaisa Batista ou Michelle Batista
Carlos: Juliano Cazarré
Jessy: Fernanda de Freitas
Parede: Babu Santana
Sônia: Juliana Alves
Vagnerd: Você desenha cenas de ações incríveis. Julgo a dizer que Carnívora é uma graphic novel de ação, com terror como plano de fundo. Na sua opinião, você acredita que um desenhista com conhecimentos cinematográficos como a sua experiência em storyboard pode se destacar como ilustrador? Por quê?
Pericles: Sempre. Nos quadrinhos você precisa pensar na melhor forma de apresentar a história para o leitor. Então, um bom posicionamento de “câmera” e toda a dinâmica que envolve a história, tanto desenho quanto texto, ajudam a jogar o leitor para dentro da revista.
Mais uma splash page de tirar o fôlego!
Terror, Ação e Discussão Social
Vagnerd: Quando estava planejando o conceito de CARNÍVORA, você já imaginou transmitir uma mensagem social junto? Na sua opinião como artista, qual a importância da crítica social em uma história em quadrinhos?
Pericles: Pensei sim, mas confesso que ela ganhou força quando a HQ estava sendo produzida.
Acredito que autores e criativos podem ser porta-vozes não só de novas ideias, mas de alerta, de denúncia, um “opa, tem alguma coisa errada com o mundo”. Os quadrinhos, além de ser uma mídia de entretenimento, são também uma forma de semear mudanças (positivas, de preferencia).
Vagnerd: Como um artista, você acredita que Carnívora possui um subtexto? Uma crítica, metáfora ou alegoria.
Pericles: Carnívora é repleta de metáforas. A incursão da polícia no morro, o descaso. Como as consequências dos nossos atos refletidos na vida de outra pessoa. A HQ é uma alegoria da vida real.
Angustiante Espera Pelo Financiamento Coletivo
Vagnerd: Como foi o processo de financiamento coletivo, contato com a AVEC Editora e espera para ver se o público aceitaria seu projeto. Conte sobre o frio na barriga. Deixe nossos leitores saberem um pouco dos bastidores de CARNÍVORA.
Pericles: Nossa, foi angustiante.
Faltava 2 semanas para o final do prazo e tínhamos apenas 17% da meta. Já tinha até desistido. Joguei a toalha.
Mas graças a uma amiga, que deu a ideia de fazer tipo uma campanha. Campanha dos 10 reais (se X pessoas apoiassem com 10 reais conseguiríamos virar). Eu reanimei e meti as caras de novo. Foi correria. Todos os dias eu colocava um termômetro sinalizando o quanto conseguíamos.
Foi bem conta gotas e a força da família e amigos foi fundamental. Graças a Deus conseguimos, não só bater a meta como ultrapassá-la. O contato com a AVEC veio antes. Eles já haviam manifestado o interesse em publicar, mas tinhas algumas questões gráficas que eu gostaria que fossem diferentes. Era o primeiro trabalho autoral impresso, então que fosse algo que marcasse não só a mim, mas, de certa forma, o público.
Poster de Divulgação de Carnívora no Catarse
Vagnerd: Após anos trabalhando no mercado digital e impresso, como você aprimorou seu traço até ver CARNÍVORA publicada e financiada por leitores brasileiros. E o que você aprendeu com sua criação?
Pericles: Foi saber se de fato minhas ideias malucas são boas e que existem pessoas interessadas nelas. Depois do trabalho feito, você enxerga ele de forma diferente.
Sempre acha que poderia ficar melhor. E a vantagem de um trabalho autoral é a experimentação. Sim, meu traço mudou e ainda via mudar bastante depois de Carnívora.
Processo Criativo e Dicas Para Jovens Desenhistas
Vagnerd: Como funciona o seu processo criativo para uma HQ que você escreve e desenha? Você primeiro pensa na arte e depois “bola” história? Ou a história vem primeiro, depois a arte se adapta a ela?
Optimus Prime de Pericles Junior
Pericles: Primeiro penso na história. O que quero contar com ela? Em seguida começo a desenhar os personagens. Desenvolver o visual, concepts. Costumo desenhá-los a exaustão ao mesmo tempo contando a história deles. Eu só consigo desenvolver uma história se eu conhecer bem os personagens. Precisamos “conviver” por um tempo.
Há casos de eu construir uma história inteira sobre o personagem, que daria até uma outra HQ, só para conhece-lo melhor. Dessa forma a história flui mais fácil.
Vagnerd: Deixe as suas “dicas matadoras” para os leitores que quiserem seguir os passos de quadrinhista/roteirista. E também dicas para os artistas que desejam empreender um projeto com financiamento coletivo.
Super-moça por Pericles
Pericles: Persistência. Cara, não tem outra forma para se trabalhar com quadrinho. Tudo é trabalhoso.
Escrever, desenhar, procurar formas de publicação. Então você precisa ter certeza se o quadrinho vai ser a sua paixão/sonho ou se vai ser uma meta a ser conquistada.
Entender em que área da sua vida o quadrinho vai entrar ajuda muito a definir a sua postura. Se ele vai ser o seu “ganha pão”, o seu segundo ofício ou algo para as horas vagas porque você gosta muito disso.
No mais, leia bastante, assista bastante filmes, analise-os. Reproduza cenas que achou bacana. E prática. Muita prática!
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Considerações Finais: Duas Dicas Especiais Para Você
Muito bem pessoal, esse foi o bate-papo que tive com Pericles Junior, espero que tenham curtido e que possam se interessar mais pelo trabalho desse batalhador.
Ah, lembram-se daquela surpresa oferecida pela AVEC que falei ali no começo? Pois então, a editora está dando 10% de desconto para leitores do Dínamo Studios.
Quando for fazer uma compra na AVEC Store, você ganha esse prêmio ao rescrever “dinamo” no espaço para CUPOM DE DESCONTO, ao finalizar sua compra. Clique AQUI e aproveite, não deixe de conhecer CARNÍVORA também. Aposto que você ficou louco de curiosidade após ler essa entrevista.
Outra coisa: eu estou muito muito chateado com os leitores do Dínamo. Criei esse site, o Vida de Escritor, para divulgar conteúdo sobre a arte de escrever e estou recebendo pouquíssimos acessos de leitores daqui… Vamos lá argonautas, vamos invadir o VDE, clique AQUI se quiser conhecer meu mais novo projeto.
Resenha da HQ de Pericles Júnior, lançada pela Avec esse mês e que conquistou centenas de fãs no Catarse.
E aí argonautas,
Carnívora é daquelas HQs que cativa seu leitor desde a capa: longe de ser “só mais uma de rostinho bonito”, você sente vontade de ir “direto aos finalmente” só de olhar para ela.
Sim, sim… Eu Ainda estou falando do quadrinho desenhado e escrito por Pericles Júnior que é o novo álbum da Avec Editora às livrarias brasileiras. Se acompanha os principais sites de notícias, deve ter ouvido falar muito bem dela nos últimos meses. Se trata de mais um sucesso do financiamento coletivo. Sucesso do Catarse.
E não é para menos!
Pericles combina sua experiência como quadrinhista (trabalhou junto com Guillermo del Toro, Travis Beachum e Yvel Guichet na graphic novelPacific Rim: Tales From Year Zero; Legendary Comics, sem tradução no Brasil) com mais de 8 anos escrevendo storyboards para cinema e TV.
Resultado: a narrativa cinematográfica é incrível com destaques para cenas de ações eletrizantes. Como essa splash page do policial Carlos correndo pela favela, veja:
Policial Carlos? Cenas de Ações? Correndo pela Favela? Do que se trata Carnívora, afinal?
É, lendo até aqui até parece uma versão em quadrinhos de Tropa de Elite, né?
Então por que esse nome? Carnívora? Quem come quem?
Calma. Já chegamos lá.
Bem-vindo ao Morro do Caveira, alemão!
O policial civil, Carlos, procura por sua noiva desaparecida em um sequestro no que parece ser uma versão fictícia da cidade do Rio de Janeiro. Infelizmente, sua única pista é um endereço no alto do Morro do Caveira. Uma área que a alguns meses apavora os moradores próximos. Eles afirmam ver pequenas criaturas carnívoras, parecidas com crianças.
Tais criaturas atacam violentamente qualquer um que ouse se aproximar de lá… De uma área em que nem mesmo os traficantes e policiais (que possuem poder fogo) ousam pisar.
E é justamente nessa região que Drika, a noiva de Carlos, fora vista pela última vez.
Os Mortos Andantes
À primeira vista, por se tratar de uma história de zumbis e ter arte interna em preto e branco, pode parecer que Carnívora é mais uma obra a beber de The Walking Dead.
Entretanto, essa é apenas uma leitura bem superficial do trabalho de Pericles. O terror não é o elemento principal da história. Ele é apenas subjetivo. Você deve se preparar para se amarrar nas cenas de ação empolgantes e no clima de conspiração.
No sub-texto, a trama lança uma discussão importante sobre o valor da vida em meio a violência urbana nos grandes centros urbanos do país. O preço de suas escolhas é o que pode trazer à tona os verdadeiros monstros… aqueles que vivem dentro de nós.
Uma História Sobre Pessoas
Além de discutir crime e brincar com a violência e o terror, a HQ também joga com entidades do nosso imaginário: chupa-cabra, o capeta, orixás do candomblé, césio-137, todos esses elementos já ouvidos no linguajar tupiniquim podem estar nas suspeitas dos leitores sobre “o que poderia ter criado as carnívoras?”
Pericles deixa o leitor com mais pulgas atrás das orelhas, quando dá voz aos figurantes (os moradores do morro) e cada um deles dá a sua opinião sobre porque há assassinatos estranhos no alto do Caveira (lembra do eu disse, sobre ele ter muita experiência cinematográfica?).
Além de Carlos, temos a novata no esquadrão, Jessy, que apesar de parecer inocente é bem mais do que os olhos podem ver; Sônia – a chefe de polícia mais motherfucker dos quadrinhos – e principalmente o personagem mais legal que você achará nessa HQ: eles o chamam apenas de “Parede”.
Só isso que você precisa saber sobre ele… E que ele fica ainda mais legal com uma rocket launcher!
Faço ressalvas, porém, ao Carlos. Achei que ele enfraqueceu muito dentro da trama. O policial começa com um protagonista obstinado e simplesmente vira um looser no final da história. E nesse ponto percebemos que a verdadeira protagonista da história é a Jessy, uma personagem que não tem muito a ver com o background da trama. Não gostei muito nesse ponto.
Mas isso não tira o gostinho de Carnívora. Por mais que ele seja o protagonista, ainda tem muitos outros mistérios: como o Preto Ziza, pai de santo e morador do morro, ele está muito ligado as tais criaturas carnívoras sabe como?
Leia no gibi…
Sucesso no Catarse
O trabalho de Pericles foi inteiramente financiado no Brasil com apoio de mais de 400 colaboradores através do Catarse. Para promover a HQ, o autor gravou um teaser trailer que pode ser assistido no YouTubenesse link.
A obra, agora, chega às mãos dos brasileiros com tratamento gráfico de luxo: um álbum com cerca de 120 páginas, miolo ilustrado em preto e branco, e a capa colorida em papel cartão tríplex 300g.
Sim… Só a capa já impressiona bastante, mas sou suspeito para falar. Afinal, muitos sabem que sou colaborador da Avec Editora.
Prêmio Para os Leitores do Dínamo Studios!
Se você leu essa resenha e se interessou por Carnívora aproveita enquanto ainda temos em estoque e compre a sua edição na Avec Store.
É sério gente: temos apenas algumas dezenas de exemplares, os demais serão distribuídos para quem colaborou com o crowndfunding.
Por isso clique aqui e aproveite duas promoções imperdíveis: leitores do Dinamo Studios ganham 10% de desconto se escreverem “dinamo” no campo de cupom de desconto; e a compra está com frente grátis para todo o Brasil.
Comente abaixo quais foram suas impressões de Carnívora e não deixe de compartilhar para fazer esse post chegar ao maior número de fã de HQs brasileiras.
Quer aprender técnicas sobre escrita? Confira já meu site sobre dicas de narrativa em www.vidadeescritor.com.br.
Abraços.
Nota: 8/10
Ficha Básica: Autor: Péricles Junior ISBN: 978-85-67901-24-4 Editora: AVEC Editora Formato: 17,5cm X26,5cm Tipo de capa: 4/1 cartão triples 300 Papel: Off set 90g Miolo: Preto e branco Quantidade de páginas: 120 Publisher: Artur Vecchi Preço Sugerido: R$ 50,00 (impresso)
Ana Recalde, a nossa querida Ananinha, dispensa apresentações aqui no Dínamo Studio. Não é mesmo?
Ainda assim, certas regras de redação me obrigado a inserir meus leitores queridos em um contexto… Pois nem todo mundo precisa saber que a Rainha dos Argonautas começou a gravar o ARGCastno especial sobre garotas; no primário, usava cadernos do Metallica enquanto as coleguinhas ainda com a Moranguinho na capa; enfrentou os achaques de fanboy do Fabiano em Batman Vs Superman; apoiou os argonautas em mais de uma entrevista e, claro, não podemos nos esquecer do cosplay de Sakura Card Captor e do amor declarado, sem vergonha e escancarado pelo Asa Noturna! (ok, ninguém é perfeito, né?)
Muito bem. Agora que você já tem uma pequena retrospectiva da passagem da Ananinha pelo ARG. Também vale dizer que ela é responsável pelo sucesso, Patre Primordio, HQ impressa e online que inovou com direito a projeto de dublagem por Fernanda Fernandes. Mas não é desse sonho realizado que vamos falar nessa coluna.
Quando foi que um sonho ruim fez tanto sucesso na internet?
Foi no final de 2011 que Beladona surgiu no site de webcomicsPetisco. E foi no ArgCast que fez sua primeira divulgação na podosfera. Aqui nasceu a piada sobre se tratar de uma graphic novel da atriz pornô! (trocadilho cortesia de quem mais? do Daniel “Lábios da Rata” HDR).
Dizem por ai que as coisas não nascem de geração espontânea. Isso é verdade sobretudo para com Beladona! Me recordo que, de pouquinho em pouquinho, todo sábado o leitor pôde contar com pelo menos uma página de quadrinhos. Não demorou muito para Beladona formar um publicou fiel.
Fiquei feliz quando a HQ foi duas vezes consecutivas indicada ao HQMiX – a maior premiação brasileira de gibis. O desenhista, Denis Mello, quem tem um traço elogiado pelos leitores é um talento também indicado como quadrinhista revelação pelo mesmo troféu. E mais ano passado o Petisco ainda ganhou o troféu por quadrinho revelação!
E foi ai que nós do Dínamo percebemos que a coisa ficou séria…
Nos Bastidores da versão impressa
Se você leu até aqui, merece saber as informações de bastidores. Que tal?
Era um pouco depois de junho (isso seria, algum dia do mês de julho?) e eu já trabalhava para a Avec Editora. Havia auxiliado na campanha de divulgação de Rio: Zona de Guerra e possivelmente estava falando sobre Doctor Who com a Ananinha no chat do Facebook.
Nessa mesma semana, o Artur Vecchi [o editor da Avec] havia me comunicado que planejava investir em talentos brasileiros de quadrinhos. E me veio logo a mente: Vou falar com a Ana para lançar a Beladona que é tão premiada!
Mentira! Eu não penso tão rápido assim. Aconteceu alguns dias dessa cobraça do Artur (é sério gente ele me amarrou numa cadeira em um quarto escuro e me fez assistir Brasil e Alemanha e ameaçou: “eu quero que você me consiga algum artista de quadrinhos.”
Outra Mentira! Na verdade não foi bem assim. Eu não sou tão bom estrategista de publicações e nem houve sequestro relâmpago e tortura me fazendo assisitir 7 gols em menos de 20 minutos. Foi mais para um: “Ananinha. A Avec está querido publicar novos autores. Você tem interesse de mandar algum original?”
Sim, chato assim. Mas espere que não pará por ai… Ainda tem mais.
Os Bastidores na Multiverso Comic Con
Com a chegada da Multiverso Comic Con 2014 em Agosto, enchi o saco da Ana para que viesse a Porto Alegre o quanto antes! Claro que ela não veio por causa de mim, mas para divulgar seu trabalho no artist alley e expor os comics do Petisco, junto com zines de alguns capítulos de Beladona.
Mas como raposa velha que sou já notifiquei o Art [eu chamo ele assim… soa gay eu sei] de que ele “estava prestes a conhecer no evento a primeira autora de gibi da Avec”.
Então passei para ele tudo o que ele precisava saber para se interessar em publicá-la. Coisas como: o sucesso que foi Patre, a fama dela entre os Whovian – sorte nossa ele adorar Doctor Who -, a é popularidade no ArgCast e, principalmente, a mente brilhante e psicótica que a Ana tem para escrever histórias!
Já a Ana, queria mesmo ter um contato dentro de uma editora. Ela queria mesmo deixar de correr atrás da parte burocrática de divulgar o seu trabalho, para começar a fazer aquilo que faz de mão cheia: sentar a bunda na cadeira e escrever!
Todas as conjunções estavam alinhadas. Até mesmo a data era auspiciosa. Editora e escritora iriam conversar num dos maiores eventos de HQ do Rio Grande do Sul. Não havia como dar algo errado…
… Mas ai veio o nervosismo!
Financiamento Coletivo: Ai meu coração!
Só meses depois é que descobri que a Ana e o Denis já planejavam iniciar um projeto de financiamento coletivo no Catarse. E que, mesmo assim, a Avec Editora entraria de cabeça no projeto oferecendo catalogação, distribuição e divulgação em mídias e revistas – e é aqui que eu entro!
Mas agora veio outro tormento. Beladona precisava ser financiada. O valor pedido não era muito para um projeto de quadrinhos (R$ 30 mil). Logo nos primeiros dias atingimos metade da quantia necessária para bater a meta.
Mas as contribuições diminuíram depois dai… Deu medo gente! (diz ai Ana Recalde) Fiquei preocupado em ter que ver aquele sonho morrer na praia.
Passamos a adotar a estratégia básica de encher a timeline e inbox dos amigos (e não amigos) com links para a página da Beladona. Acho que todos tivemos, apesar de confiar em nosso público, aquela insegurança causada por uma força natural chamada: cagaço!
E felizmente para nós pesadelo de Samantha não acabou!
A emoção de ver o livro publicado
E Faltando 3 segundos para a bomba do filme do 007 explodir “BOOOM!” Beladona foi financiada! Eu juro que estava em outros afazeres quando soube da notícia. Senti um alívio, mas tive que voltar às atividade profissionais. Estava terminando meu deadline para alguns artigos relacionados a um freela que fazia.
Nem sei se cheguei a parabenizar a Ana e o Denis pela empreitada. Mas conseguimos! E foi com o apoio de mais de 600 pessoas que investiram grana na ideia da dupla de artistas e mais de mil pessoas que compartilharam o projeto nas redes sociais.
Mas, Vagnerd, o que você fez pelo projeto, afinal?
Absolutamente nada! Nada mesmo! Como você pode ter visto nesse post. O grande mérito por tudo são das mentes criativas (a Ana e o Denis) e administrativa (o Art)
Só indiquei fiz as pessoas conversarem umas com as outras.
Mas, Vagnerd, sobre o que trata essa Beladona?
Nem mesmo resenha eu chegue a escrever, pois o nosso amigo Rafael Rodrigues já fez um artigo fantástico em sua coluna Sarjeta do Terror . O que gostaria mesmo era desabafar sobre o quão emocionante foi acompanhar a batalha enfrentada por uma amiga e ver todo esse processo até ver o dia de hoje (dia 17), quando vi essa foto com os exemplares encadernados recém saídos da gráfica:
“Beladona é sensacional!
É deprê, punk e violenta
E Mesmo assim, um ótimo presente de Natal”.
Você notou que “sensacional” rimou com “Natal”?
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Vagnerd, não pude apoiar no Catarse. Mas agora quero comprar um. Tem como?
Tem sim! A grande mágica desse projeto é que mesmo quem não ajudou poderá adquirir um exemplar. Bastar acessar a loja virtual da Avec Editora e em breve nas principais livrarias de todo Brasil.
A versão impressa tem formato de luxo, 200 páginas coloridas em papel couche e capa cartonada e pode ser adquirida por esse link.
O grande mestre Julio Shimamoto, escreve o prefácio dessa obra que conta uma galeria de arte com desenhos de Vitor Cafaggi, Danilo Beyruth, Fabio Cobiaco e Mario Cau.
Nada mais justo para uma HQ lançada na maior convenção brasileira de cultura pop: a Comic Con Experience 2014!
Você não pode deixar de ler mais uma obra-prima dos quadrinhos de terror!
PS: E vocês terão que me aturar falando de Beladona por um longo tempo. É que sobrou verba do financiamento para fazer pôster, card, RPG, livro e o que mais tiver direito.