Sarjeta do Terror #42 – Vampirella

No primeiro Sarjeta do Terror de 2018, conheça a história e trajetória de uma das personagens mais clássicas dos quadrinhos de terror: Vampirella.

Os anos 60 foram bastante… movimentados. Os movimentos negros tomaram força com Malcolm X, Martin Luther King e o partido dos Panteras Negras; a chamada segunda onda feminista tomou os EUA com Betty Friedan e Gloria Steinem (entre outras) e a revolução sexual decidia que você era livre para fara ficar pelado com quem e para quem você quisesse, independente de etnia ou gênero. Todos esses movimentos possuem ecos (e lutas) até hoje, mas é a revolução sexual que permitiu a gênese do tópico de hoje.

Para quem não conhece essa parte da história ou nunca ouviu/leu esse termo, a revolução sexual, ou libertação sexual, foi um movimento social que desafiou a cultura ocidental tradicional ao contestar a forma como a sexualidade e os relacionamentos interpessoais eram impostos. Isso incluía aceitar coisas que, na época, eram consideradas erradas, como sexo fora do casamento e o casamento tradicional (heterossexuais e monogâmicos). Isso, é claro, se ligava aos outros movimentos, especialmente ao feminista, uma vez que a dinâmica das relações entre homens e mulheres na sociedade (americana) da época excluía o poder feminino de decisão sobre seu próprio corpo e suas próprias necessidades (e em muitos casos o faz até hoje).

Desnecessário dizer que a arte estava alinhada a essa mentalidade e ajudou (como sempre faz) a disseminar as novas e revolucionárias ideias de igualdade racial, de gênero e libertação sexual. E, dentro desse contexto, diversas personagens independentes e sexualmente livres surgiram nas mais diversas mídias narrativas, como Barbarella (1962) e o tema da postagem de hoje, Vampirella.

 

Histórico

Vampirella é uma alienígena vinda de Drakulon, um planeta de dois sóis onde sangue é a água do local (ou seja, rios e oceanos são feitos de sangue). Lá, o raça de Vampirella morre lentamente por conta da secagem dos rios e oceanos. Ao se ver tendo que lutar contra um astronauta terrestre que caiu no planeta, Vampirella descobre que nas veias dele corre o mesmo líquido que é a fonte de vida de sua raça. Ela acaba então viajando para nosso planeta, onde descobre que há seres muito semelhantes a ela, chamados vampiros, que possuem uma “má reputação” por aqui. Por conta disso, ela decide trilhar o “caminho do bem”, evitando matar indiscriminadamente.

Vampirella surgiu como parte da “tríade” de horror hosts da Warren Publishing, que incluía também o Titio Creepy e o Primo Eerie. Cada horror host tinha sua própria revista, onde contavam histórias assustadoras. Diferente de seus “irmãos”, no entanto, Vampirella tinha uma característica particular: além de ser a contadora de histórias de sua revista, era também protagonista de suas próprias histórias.

Criada por Forrest J Ackerman e Trina Robbins, Vampirella apareceu pela primeira vez em 1969, na antologia que levava seu nome, mas que também contava com histórias da heroína. As primeiras histórias carregavam as marcas da ficção científica camp-erótica que era popular nos anos 60 (do qual Barbarella também fazia parte, não só nos quadrinhos, mas com um filme em 68, que se tornaria um clássico cult).

Tom Sutton foi o primeiro desenhista de Vampirella, depois seguido por José Gonzalez (o mais conhecido), mas a personagem também contou com artistas como Gonzalo Mayo, Leopold Sanchez, Esteban Maroto, José Ortiz, Escolano, Rudy Nebres, Ramon Torrents, Pablo Marcos, Jim Janes, John Lakey, Val Lakey e Louis Small, Jr.

Com a chegada de Archie Goodwin ao título (como editor e roteirista) a partir do número 7, Vampirella começou a ter histórias mais regulares e sua mitologia começou a ser estabelecida. Além de ter que se integrar a uma nova sociedade (a nossa), Vampirella acabou se aliando a dois caçadores de vampiros, Adan Van Helsing (também seu interesse romântico) e seu pai, Conrad Van Helsing, um médium cego, além de um antigo mágico chamado Mordecai Pendragon, de quem foi assistente por um tempo.

A maior parte das histórias envolvia Vampirella ajudando os Van Helsing contra os seguidores de Caos, especialistas nas artes negras da magia, além de sua sede de sangue, que ela tinha que controlar, já que havia decidido ser “boa”. Um soro foi produzido mais tarde e garantiu que ela não tivesse mais essa sede de sangue, mas com o efeito colateral de, se ela não tomasse, se transformava numa ameaça a todos ao seu redor, incluindo conhecidos. A fase de Vampirella na Warren durou até 1983, com o número 112 da revista, quando James Warren decretou falência e a Warren Publishing foi extinta.

 

A reformulação pela Harris Publications

Apesar de ter surgido como parte do espírito da época dos anos 60, Vampirella se encaixou perfeitamente no espírito dos anos 90, quando o “grim ’n gritty” emergiu de obras seminais dos anos 80 como Watchmen e O Cavaleiro das Trevas. Neste contexto, as “bad girls”, mulheres poderosíssimas de corpos esculturais e uniformes nada práticos com pouquíssimo tecido dominaram os quadrinhos com o apelo necessário para o público masculino (o erotismo implícito) e, com sorte, para o feminino (com boas histórias e personagens bem desenvolvidas).

Com a falência da Warren, a Harris  adquiriu os direitos sobre a personagem no início dos anos 90 e não demorou para retomá-la, já que ela se encaixava perfeitamente no nicho do qual fizeram parte personagens populares como Elektra, Mulher-Gato, Lady Death, Glory e Witchblade, entre outras.

Um dos gêneros bastante populares entre essas “bad girls” era o sobrenatural, por isso a origem de Vampirella foi alterada a fim de ignorar os elementos de ficção científica e deixá-la mais próxima das criaturas no qual ela era inspirada – os vampiros.

Na nova origem (que retconizou o histórico da personagem, mas não eliminou suas histórias pregressas), Drakulon não era um outro planeta, e sim um dos círculos do inferno. Vampirella era, na verdade uma das filhas de Lillith, primeira mulher de Adão que foi condenada ao inferno. Lá, ela acasala com demônios para enfurecer a deus, dando a luz aos vampiros. Mas, ao perceber o mal que as criaturas faziam na Terra, Lilith se arrepende e decide dar a luz a dois filhos, esperando que uma delas a redima.

No entanto seus filhos, Madek and Magdalene, acabam seguindo o caminho do mal. Vampirella foi a última tentativa de Lilith de se redimir através das filhas. Só que Vampirella não era poderosa o suficiente para enfrentar seus irmãos e acabou sendo capturada, tendo suas memórias manipuladas. Foi assim que ela passou a achar que vinha de outro planeta.

A fase de Vampirella na Harris teve diversas revisões (algo que se tornaria uma constante no histórico da personagem, não só nessa editora). Numa delas, foi Litith quem faz lavagem cerebral na filha e não teve ela para se redimir, e sim para se apossar do Coração das Trevas, que só podia ser feito por uma boa pessoa. Mais adiante, outra revisão estabeleceu que na verdade Lilith enfraquecia pela presença de tantos vampiros na Terra e teve Vampirella para se livrar de todos eles e recuperar seus poderes. Vampirella “morre” algumas vezes durante seu período na Harris.

 

Dynamite Entertainment reformula a personagem de novo (e de novo…e de novo…e de novo…)

Em 2010, a Dynamite Entertainment assume a personagem e a reformula (mais de uma vez). O primeiro volume, escrito por Eric Trautmann, matou Adam Van Helsing, par romântico e aliado de Vampirella e a colocou trabalhando contra a sua vontade para Drácula. A editora trouxe de volta diversos elementos e personagens da época da Warren, como Pendragon e também tentou atualizar seu uniforme, dando à personagens calças e uma jaqueta. Não funcionou. Esse primeiro volume termina da forma mais “covarde” possível: assumindo que esta versão de Vampirella é de um universo alternativo – fazendo com que a história da Vampirella “original” permanecesse inalterada.

O segundo volume, mais recente, tenta fazer Vampirella voltar às suas raízes. Para isso, a editora recrutou Nancy Collins (que já havia escrito Monstro do Pântano no passado), que colocou a personagem como uma agente do Vaticano. Mal essa nova versão estreou e um novo reboot chegou nas mãos da autora Kate Leth, que dá um novo uniforme à personagem e a restabelece como uma alien recém chegada à terra que acaba atuando como “scream queen” (atriz conhecida por participar de filmes de terror).

E, se você achava que havia acabado, está enganado: pouco mais de um ano depois da nova versão, uma versão ainda mais nova ainda é lançada. Nessa relançamento, Vampirella acorda mil anos no futuro e descobre que absorveu as memórias e experiências das Vampirellas de outros universos paralelos. E essa é a versão mais atual da personagem (por enquanto).

 

No Brasil

A história de publicação da Vampirella no Brasil é semelhante ao de Dylan Dog, com seus altos e baixos (mais altos do que baixos) e nunca se manteve por muito tempo. A personagem foi publicada pela primeira vez pela editora Kultus, seguida logo depois pela Noblet, mas foram poucas edições e com numeração diferente, fora de ordem, sem uma grande preocupação com a cronologia da personagem.

Foi também publicada pela Metal pesado nos anos 90, em um álbum comemorando os 25 anos da personagem, e pela Abril, num crossover com a Mulher Gato. Em 2001, a Devir publicou o especial “Vampirella vive”. Atualmente, a Mythos começou a publicar Vampirella – Grandes Clássicos, que compila as primeiras histórias da Warren da parceria entre Archie Goodwin e José Gonzalez.

Vampirella é uma das personagens clássicas dos quadrinhos de horror americanos e certamente continuará aí por muito tempo. Infelizmente, para os fãs brasileiros, não há muito material nacional com a personagem e as histórias mais atuais, só comprando importado.

É uma pena também que Vampirella tenha se afastado tanto das raízes que a criaram em primeiro lugar, pois hoje, mais do que nunca, é o momento de celebrar personagens femininas fortes nas hqs de horror em histórias cujo erotismo é parte do que torna a personagem interessante.

 

Curiosidades:
– Vampirella ainda tem duas versões “alternativas”: Vampi, uma versão manga futurista onde a personagem busca uma cura para seu vampirismo; e Lil Vampi, introduzida em uma hq one-shot pela Dynamite que é a versão criança da personagem;
– Vampirella teve uma adaptação cinematográfica em um filme direto para vídeo em 1996, onde a personagem título foi interpretada pela atriz Talisa Soto e o vilão, Vlad, foi interpretado por ninguém menos que Roger Daltrey (vocalista da banda The Who).

 

 

Edições anteriores:

41 – O Homem Coisa

40 – Os quadrinhos de terror no Brasil: Criadores e Criaturas

39 – Os quadrinhos de terror no Brasil: parte 2

38 – Os quadrinhos de terror no Brasil: parte 1

37 – Apresentadores de terror (Horror Hosts)

36 – Dylan Dog

35 – Monstro do Pântano (parte 2 de 2)

34 – Monstro do Pântano (parte 1 de 2)

33 – Criadores de Terror: Bernie Wrightson

32 – Super-heróis com um “pé” no terror: Doutor Estranho

31 – Os 70 anos de Eerie #1

30 – Plantão Sarjeta do Terror – Sombras do Recife

29 – Criadores de Terror: Rodolfo Zalla

28 – Da TV para os quadrinhos: Além da imaginação

27 – Vigor Mortis Comics – Volume 1

26 – Super-heróis com um “pé” no terror: O Espectro

25 – Warren Publishing: Contornando o Comics Code

24 – Prontuário 666, os anos de Cárcere de Zé do Caixão

23 – Da TV para os quadrinhos: Arquivo X

22 – Criadores de Terror: Eugenio Colonnese

21 – Terror nas grandes editoras, parte final

20 – Terror nas grandes editoras, parte 2

19 – Uzumaki

18 – Terror nas grandes editoras, parte 1

17 – Do cinema para os quadrinhos: Evil Dead/Army of Darkness

16 – Terror no mundo real: o Comics Code Authority, parte final

15 – Super-heróis com um “pé” no terror: Doutor Oculto

14 – Terror no mundo real: o Comics Code Authority, parte 1

13 – Da TV para os quadrinhos: Elvira, a Rainha das Trevas

12 – EC Comics , epílogo: O Discurso Contra a Censura

11 – Criadores de Terror: Salvador Sanz

10 – EC Comics, parte 3: o fim

9 – Super-heróis com um “pé” no terror: Homem Formiga

8 – Interlúdio: Shut-in (trancado por dentro)

7 – EC Comics, parte 2: o auge

6 – Interlúdio: Garra Cinzenta, horror pulp nacional

5 – EC Comics, parte 1: o início

4 – Asilo Arkham: uma séria casa num sério mundo

3 – A Era de Ouro dos comics de terror

2 – Beladona

1 – As histórias em quadrinhos de terror: os primórdios

Sarjeta do Terror #37 – Apresentadores de terror (Horror Hosts)

Nem só de Guardião da Cripta e Tio Creepy vivem o horror hosts dos quadrinhos. Conheça os anfitriões que apresentavam histórias hororizantes nas hqs

Apresentadores não são novidade na TV. De fato, este conceito é provavelmente tão antigo quanto a própria TV. Mas existiu um tipo muito particular de apresentador de TV que capturou a imaginação de milhões de norteamericanos, especialmente entre os anos 50-80: os Horror Hosts (apresentadores/anfitriões de terror, em tradução livre). Frequentemente encarnando personagens sombrios, sobrenaturais e/ou misteriosos, os horror hosts tinham como tarefa apresentar filmes de baixo orçamento e filmes de horror e sci-fi de diversos tipos. Os mais conhecidos do público em geral foram Vampira (a primeira horror host da TV), Elvira (mais sobre ela aqui) e a versão televisiva do Guardião da Cripta (Contos da Cripta)

O que muita gente talvez não saiba, no entanto, é que a ideia dos horror hosts começou anos antes nas histórias em quadrinhos, através das hqs de antologia que continham seu próprio apresentador macabro. A E.C Comics e, posteriormente, a Warren Publishing, foram duas das editoras cujos horror hosts são bastante conhecidos dos fãs de quadrinhos, mas essa tendência se espalhou por muitas outras editoras entre os anos 50 e 80, criando uma tradição nos quadrinhos de horror de antologia. Vamos conhecer os horror hosts dos quadrinhos.

 

E.C Comics

Os primeiros horror hosts surgiram no início dos anos 50 e estão entre os mais conhecidos dos leitores de quadrinhos. Quando os quadrinhos de horror emergiram como uma alternativa popular após a Segunda Guerra, a recém-formada E.C. Comics aproveitou o amor do fundador e do editor pelo gênero para investir numa tríade de hqs que se tornariam referência a partir daí: The Vault of Horror, The Haunt of Fear e Tales From the Crypt (1950).

The Crypt Keeper, The Old Witch, The Vault Keeper e Drusilla

Na teoria, cada revista tinha associada a si um horror host: The Vault of Horror tinha o Vault Keeper, Tales From the Crypt tinha o Crypt Keeper e The Haunt of Fear tinha The Old Witch. Na prática, no entanto, os três apresentadores eram vistos contando histórias nas 3 revistas, tornando difícil dissociar uma hq da outra. Além dos 3 apresentadores clássicos, The Vault of Horror teve suas 4 últimas edições apresentadas pelo Vault Keeper em conjunto com uma outra personagem, uma silenciosa mulher chamada Drusilla (visualmente muito semelhante à Vampira, horror host televisiva da época)

Mais sobre a história da E.C. Comics aqui, aqui, aqui e aqui.

 

Uncle Creepy, Cousin Eerie e Vampirella

Warren Publishing

A editora que trouxe o horror de volta nos anos 60 ao se aproveitar de uma brecha legal no Comics Code Authority (saiba mais aqui e aqui) trouxe as revistas de antologia e também a tradição dos horror hosts de volta. Não por acaso, a Warren trouxe diversos dos artistas e autores que trabalharam na extinta E.C. para produzir as antologias da editora.

Uncle Creepy era o apresentador da revista Creepy (1964), enquanto que o Cousin Eerie era sua contraparte na revista irmã Eerie (1966). Vampirella (1969), que completou a tríade da Warren, começou como horror host, mas com o tempo sua revista passou a contar apenas com histórias solo da personagem, tornando-a provavelmente o personagem mais popular criada pela Warrem.

Recentemente, tanto Creepy quanto Eerie têm tido suas histórias republicadas e Vampirella, apesar dos percalços editoriais ao longo das décadas, segue firme e forte, agora nas mãos da Dynamite Entertainment, em histórias próprias.

Mais sobre a história da Warren Publishing aqui.

 

Cain, Abel, Eva (quadro) e Elvira

DC Comics

A DC iniciou seu caminho nas hqs de horror ainda nos anos 50, com suas revistas House of Mystery (1951) e House of Secrets (1956). No entanto, estas revistas passaram a ter horror hosts apenas nos anos 60 (mais especificamente em 1968), quando o Comics Code Authority começou a ser desafiado pelas grandes editoras e a flexibilização de algumas das regras permitiria à DC trazer de volta um pouco do tom de horror às suas revistas (que haviam sido reimaginadas como histórias de super-herói). A partir daí, a relação da DC com horror hosts expandiu significativamente.

Cain e Abel eram os apresentadores/moradores de House of Mystery e House of Secrets, respectivamente, mas também apresentaram uma revista satírica de humor/horror da DC chamada Plop! (1973), junto com a personagem Eva, que também era a horror host de outra revista, Secrets of Sinister House (1972). Os 3 personagens eram, basicamente, suas contrapartes das histórias bíblicas e fizeram parte do universo DC em diversos momentos. Elvira, horror host da televisão, passou pela Casa dos Mistérios num lançamento de 12 edições chamado Elvira’s House of Mystery (1986), onde ficou de apresentadora no lugar de um desaparecido Cain. (mais sobre as passagens de Elvira pelos quadrinhos aqui).

The Mad Mod Witch e As Três Bruxas (Mildred, Mordred e Cynthia)

Eva foi, mais tarde, “transferida” para a revista Weird Mystery Tales (1972), enquanto que Secrets of Sinister House passou a ser apresentada pelo personagem Destino – mais tarde resgatado por Neil Gaiman para sua série Sandman – quando esta passou a se chamar Secrets of Haunted House (1975). A revista também era apresentada ocasionalmente por Cain, Abel e Eva, mas Destino era o único host fixo.

Alem dos anfitriões mais conhecidos, a DC Comics teve também The Mad Mod Witch, que foi a primeira apresentadora da revista Unexpected (1968). Diferente dos outros horror hosts, no entanto, The Mad Mod Witch não dominava a revista em que aparecia. The Unexpected também teve como apresentadores Abel, de House of Secrets, e The Three Witches, as bruxas Mildred, Mordred e Cynthia que, juntas, eram a personificação da vingança. Logo as 3 Bruxas passaram a apresentar também a revista The Witching Hour (1969) -mais tarde, as duas hqs  seriam fundidas em uma só publicação.

Uma revista irmã de Secrets of Sinister House, chamada Forbidden Tales of Dark Mansion (1971), passou a ser apresentada por uma personagem chamada Charity a partir da edição #7. Charity era uma cartomante que contava suas histórias para quem parasse na tal da “Mansão sombria”, mas que depois foi incorporada ao Universo DC por James Robinson, residindo em Opal City (cidade natal de Starman), onde abriu uma loja chamada Fortunes & Forbidden Tales.

Charity, Squire Shade, Destino e Morte

Outros horror hosts da DC incluíram Squire Shade, um fantasma que trajava uma roupa clássica na cor branca e monóculo, que assumiu a revista Ghosts (1971) a partir da edição 104; Morte, que apresentava a revista Weird War Tales (1971); e Lucien, o guardião da biblioteca de um castelo abandonado na Transilvânia que vivia com Rover, seu companheiro Lobisomem – apresentadores da revista Tales of Ghost Castle (1975). Morte e Lucien foram outros dois personagens aproveitados por Neil Gaiman em Sandman, embora o visual da Morte tenha sido completamente reimaginado para a série.

Mais sobre o terror na DC Comics aqui e aqui.

 

Mr. L. Dedd, Dr. M. T. Graves, Old Witch e Mr. Bones

Charlton Comics
Nem só de super-heróis como Besouro Azul e Capitão Átomo vivia a Charlton, que possuía também um bom número de publicações de terror, algumas delas com seus próprios horror hosts. Mr. L. Dedd (mais tarde renomeado I. M. Dedd) foi um homem de meia idade de chifres que se vestia como um vampiro e contava histórias de sua casa assombrada na revista Ghostly Tales (1966). Já o Dr. M. T. Graves, depois de ser introduzido em Ghostly Tales #55, passou a apresentar suas próprias histórias em The Many Ghosts of Doctor Graves (1967). Diferente da maioria dos apresentadores, Dr. Graves às vezes era participante das histórias que contava.

Outra revista irmã de Ghostly Tales era Ghost Manor, que teve dois volumes: o primeiro, de 1968, era apresentado pela “Velha Bruxa” (que não era a mesma de Haunt of Fear da E.C.); e o segundo, a partir de 1971, apresentado por Mr. Bones, um mordomo que era um esqueleto reanimado com uma máscara sinistra. Entre um volume e outro, Ghost Manor deu lugar a Ghostly Haunts (1971), que era apresentada por Winnie the Witch, uma bruxa de pele azul.

Impy, Barão Weirwulf, Professor Coffin, Arachne e R.H. Von Bludd

Completam a lista da Charlton as revistas Haunted (1971), que teve como apresentadores o fantasma diminuto Impy e mais tarde Barão Weirwulf; Midnight Tales (1972), que tinha dois apresentadores: Professor Coffin, também conhecido como The Midnight Philosopher, e sua sobrinha Arachne; e Scary Tales (1975), apresentado pela sedutora vampira de roupas justas Condessa R.H. Von Bludd. A maior parte dessas revistas era publicada bimestralmente e algumas delas duraram até o fim da Charlton, em meados dos anos 80.

 

Outras editoras

Apesar de ter uma grande tradição no terror, a Marvel Comics teve apenas um horror host digno de nota: Digger, uma assassino de pele verde (às vezes azul) que contava histórias para suas vítimas enquanto as enterrava em duas revistas, Tower of Shadows e Chamber of Darkness, de 1969. Ambas as revistas foram reformuladas em 1971, sem seu apresentador (“Tower…” se tornou Creatures on the Loose e “Chamber…” virou Monsters on the Prowl).

Mais sobre terror na Marvel Comics aqui.

Digger (marvel) e Dr. Spektor (Gold Key).

Outra editora que teve horror hosts foi a Gold Key, que além de publicar uma hq baseada em Além da Imaginação – que tinha como apresentador Rod Serling, também apresentador da série (mais sobre aqui) – também publicava Dr. Spektor Presents Spine-Tingling Tales (1975), apresentada pelo Doutor Spektro do título, um “detetive do oculto” que antes havia sido protagonista nas revistas Mystery Comics Digest (1972) e The Occult Files of Doctor Spektor (1973).

Os anos 80 viram os últimos resquícios dos apresentadores de terror. Diversos deles (especialmente na DC Comics) retornariam mais tarde como personagens, seja em suas próprias histórias ou como coadjuvantes de outros títulos. Mas a tradição de produzir antologias apresentadas por personagens sinistros acabou sendo deixada de lado, infelizmente.

Horror hosts dominaram os quadrinhos de horror americanos por um bom tempo e causaram impacto entre os fãs de inúmeras gerações. Uma tradição que, ainda que tenha se dissipado com o tempo, nunca vai deixar de fazer parte dos pesadelos e das histórias macabras dos entusiastas do gênero.

Curiosidades:
– O Guardião da Cripta (The Crypt Keeper) foi um dos apresentadores das revistas da EC que pularam das hqs para outras mídias em duas ocasiões: primeiro, na adaptação britânica de Contos da Cripta, um filme que continha 4 histórias apresentadas pelo personagem, e na famosa série de TV Contos da Cripta. Apesar do Guardião da Cripta da série ser o mais lembrado, ele nada tinha a ver com o apresentador dos quadrinhos. A versão do filme britânico é mais fiel ao visual e características da hq original;
– Apesar do título, a série Contos da Cripta não adaptava apenas histórias de sua HQ homônima. Vários episódios foram adaptados também de Vault of Horror e Haunt of Fear;
– Nos anos 90, a versão televisiva do Guardião da Cripta foi o apresentador de uma animação chamada Tales from the Cryptkeeper, uma versão infantil dos Contos da Cripta que tinha histórias originais (sem ser baseado na série ou nas hqs);

– Cain e Abel foram personagens relevantes no arco Gótico Americano do Monstro do Pântano, escrito por Alan Moore. Eva foi resgatada nas histórias do Sandman escritas por Neil Gaiman;
– Além da sua passagem por House of Mistery, Elvira também teve sua própria revista regular nos anos 90 pela editora Claypool, onde era a personagem principal ao invés de apenas a apresentadora das histórias;
– A capa da edição 54 de The Many Ghosts of Doctor Graves foi um dos primeiros trabalhos de John Byrne para a indústria.

Edições anteriores:

36 – Dylan Dog

35 – Monstro do Pântano (parte 2 de 2)

34 – Monstro do Pântano (parte 1 de 2)

33 – Criadores de Terror: Bernie Wrightson

32 – Super-heróis com um “pé” no terror: Doutor Estranho

31 – Os 70 anos de Eerie #1

30 – Plantão Sarjeta do Terror – Sombras do Recife

29 – Criadores de Terror: Rodolfo Zalla

28 – Da TV para os quadrinhos: Além da imaginação

27 – Vigor Mortis Comics – Volume 1

26 – Super-heróis com um “pé” no terror: O Espectro

25 – Warren Publishing: Contornando o Comics Code

24 – Prontuário 666, os anos de Cárcere de Zé do Caixão

23 – Da TV para os quadrinhos: Arquivo X

22 – Criadores de Terror: Eugenio Colonnese

21 – Terror nas grandes editoras, parte final

20 – Terror nas grandes editoras, parte 2

19 – Uzumaki

18 – Terror nas grandes editoras, parte 1

17 – Do cinema para os quadrinhos: Evil Dead/Army of Darkness

16 – Terror no mundo real: o Comics Code Authority, parte final

15 – Super-heróis com um “pé” no terror: Doutor Oculto

14 – Terror no mundo real: o Comics Code Authority, parte 1

13 – Da TV para os quadrinhos: Elvira, a Rainha das Trevas

12 – EC Comics , epílogo: O Discurso Contra a Censura

11 – Criadores de Terror: Salvador Sanz

10 – EC Comics, parte 3: o fim

9 – Super-heróis com um “pé” no terror: Homem Formiga

8 – Interlúdio: Shut-in (trancado por dentro)

7 – EC Comics, parte 2: o auge

6 – Interlúdio: Garra Cinzenta, horror pulp nacional

5 – EC Comics, parte 1: o início

4 – Asilo Arkham: uma séria casa num sério mundo

3 – A Era de Ouro dos comics de terror

2 – Beladona

1 – As histórias em quadrinhos de terror: os primórdios

Sarjeta do Terror #28 – Da TV para os quadrinhos: Além da Imaginação

No Sarjeta do Terror desta semana, conheça mais sobre as adaptações em quadrinhos da clássica série Além da Imaginação e dos autores que fizeram e fazem parte deste universo até hoje.

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Poucas séries de TV americana são tão clássicas e atravessam tantas gerações quanto Além da Imaginação. A série, produzida por Rod Serling, era uma antologia que contava histórias fantásticas em preto e branco bem ao estilo de Hqs da E.C.Comics. O programa durou 5 temporadas entre 1959 e 1963, tendo sido reprisada diversas vezes ao longo das décadas e gerado 2 outras versões (nos anos 80 e nos anos 2000 – com mais um revival recém anunciado) e, é claro, de ter sido influência para diversas outras séries de formato semelhante como Amazing Stories, Quinta dimensão, Contos da Escuridão, Freddie’s Nightmares e até Contos da Cripta (a série, não a HQ). Foi adaptada para outras mídias como rádio, cinema e também quadrinhos numa época em que o Comics Code restringia o uso do terror e os programas de TV voltados para fantasia e sci-fi começavam a ganhar terreno também nas HQs.

Além da Imaginação migrou para os comics em diversas ocasiões distintas, tendo publicações baseadas na série até os dias atuais.

A primeira série (V1)

A primeira versão dos quadrinhos de Além da Imaginação foi publicada pela editora Gold Key. Cada edição contava com mais de uma história bem ao estilo do programa, onde o próprio Rod Serling apresentava as histórias, como fazia no programa de TV e, nos quadrinhos, lembrando os “horror hosts” de HQs como Contos da Cripta e Creepy. Essa primeira série não costumava creditar os roteiristas e ilustradores e foi tão bem sucedida que durou cerca de 20 anos a mais que a série de TV original, tendo durado por impressionantes 91 edições. Hoje várias edições destas HQs são facilmente encontradas no archive.org e também estão disponíveis como extras nos DVD da coleção definitiva da série (em que 4 das 5 temporadas estão disponíveis no Brasil).

A Segunda série (V2)

A Now Comics, editora fundada em 1985, decidiu aproveitar o revival da série de TV nos anos 80 para trazer novamente Além da Imaginação para os quadrinhos e, em 1991, passou a publicar Hqs baseadas na série. Diferente da primeira versão, cada edição continua uma única história completa com uma equipe diferente creditada e não continha Rod Serling como um “horror host” da história, apenas uma narração in off característica que lembrava a estrutura da primeira temporada do programa. Esta segunda versão foi curta, tendo durado apenas 10 edições mais um anual e é bastante difícil de encontrar a série completa. Edições avulsas são facilmente encontradas em sites americanos como a Amazon.

As Graphic Novels (V3)

Em 2008, o Savannah College of Art and Design e a editora Walker Books se reuniram numa colaboração para produzir uma série de Graphic Novels de Além da Imaginação. Diferente das outras encarnações, essa série de Graphic Novels não continham histórias originais, e eram na verdade adaptações de episódios clássicos da série. Essas adaptações também tinham os autores creditados e hoje podem ser encontradas em sites como a Amazon, a preços bem baixos (no caso da Amazon americana).

O renascimento pela Dynamite (V4-V5)

No final de 2013, a Dynamite, que possui diversas licenças de programas de TV trouxe Além da imaginação de volta sob a tutela de J. Michael Straczynski (que já havia sido roteirista na fase da Now) e arte de Guiu Vilanova. Esta versão apresentou um formato diferente; ao invés de diversas histórias numa edição ou uma história completa por edição, cada “episódio” constituía um arco em várias edições.

De todas as editoras, a Dynamite é a que tem contabilizado mais com a marca, tendo publicado 12 edições desta série e diversos spin-offs, como Twilight Zone: Shadow and Substance, minissérie em 4 partes, além de edições exclusivamente digitais, como Twilight Zone: 1959 e Twilight Zone: Lost Tales, e até um crossover com O Sombra. E não deve parar por aí, uma vez que a Dynamite continua tendo bons resultados com estas HQs até o presente momento.

Curiosidades:
– Uma das histórias presentes numa das edições da Gold Key de Além da Imaginação foi o primeiro trabalho profissional de Frank Miller;
– Outros autores notáveis que passaram pela fase da Gold Key foram Len Wein, Alex Toth e George Evans;
– A primeira edição publicada pela Now Comics tinha desenhos de Neal Adams.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Edições anteriores:

27 – Vigor Mortis Comics – Volume 1

26 – Super-heróis com um “pé” no terror: O Espectro

25 – Warren Publishing: Contornando o Comics Code

24 – Prontuário 666, os anos de Cárcere de Zé do Caixão

23 – Da TV para os quadrinhos: Arquivo X

22 – Criadores de Terror: Eugenio Colonnese

21 – Terror nas grandes editoras, parte final

20 – Terror nas grandes editoras, parte 2

19 – Uzumaki

18 – Terror nas grandes editoras, parte 1

17 – Do cinema para os quadrinhos: Evil Dead/Army of Darkness

16 – Terror no mundo real: o Comics Code Authority, parte final

15 – Super-heróis com um “pé” no terror: Doutor Oculto

14 – Terror no mundo real: o Comics Code Authority, parte 1

13 – Da TV para os quadrinhos: Elvira, a Rainha das Trevas

12 – EC Comics , epílogo: O Discurso Contra a Censura

11 – Criadores de Terror: Salvador Sanz

10 – EC Comics, parte 3: o fim

9 – Super-heróis com um “pé” no terror: Homem Formiga

8 – Interlúdio: Shut-in (trancado por dentro)

7 – EC Comics, parte 2: o auge

6 – Interlúdio: Garra Cinzenta, horror pulp nacional

5 – EC Comics, parte 1: o início

4 – Asilo Arkham: uma séria casa num sério mundo

3 – A Era de Ouro dos comics de terror

2 – Beladona

1 – As histórias em quadrinhos de terror: os primórdios

Sarjeta do Terror #17 – Do cinema para os quadrinhos: Evil Dead/Army of Darkness

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Dia 31 de Outubro estreia nos EUA, pelo canal Starz, Ash vs Evil Dead. Baseada cinessérie criada por Sam Raimi, a série serve como sequência para os filmes clássicos da Franquia e mais uma vez traz Bruce campbel no papel que o tornou conhecido. Para homenagear a estreia da série, vou falar um pouco sobre as versões em quadrinhos de Ash Williams.

Antes, uma pequena síntese: ora chamado de “Evil Dead”, ora de “Army of Darkness”, ambos se referem ao mesmo universo criado por Sam Raimi para os filmes Evil Dead, Evil Dead 2 e Army of Darkness, que acompanham a história de Ash Willams, que se vê às voltas com o Necronomicon Ex-Mortis, um antigo texto sumério capaz de liberar forças do mal. A cinessérie alcançou status de “cult” e acabou sendo adaptada para outras mídias, incluindo os quadrinhos. Nas HQs, Ash viajou pelo tempo e pelo espaço, e enfrentou desde monstros clássicos até grandes figuras do cinema e da TV como Freddy Krueger, Jason e… Xena???

Army of Darkness (Dark Horse, 1992)

A passagem de Ash Williams para os quadrinhos começou nos anos 90 pela editora Dark Horse, com a adaptação de Army of Darkness – o terceiro filme da série numa minissérie em 3 edições, a partir do roteiro original de Sam e Ivan Raimi, com desenhos de John Bolton. Por conta disso, a HQ conta com o final original que não saiu na versão final do filme.

Army of Darkness: Ashes 2 Ashes (Dynamite, 2004)

A partir dos anos 2000, a editora Dynamite adquiriu os direitos sobre a marca e relançou a adaptação de Army of Darkness, além de inaugurar uma nova minissérie, em 4 edições, que continuava as aventuras do personagem. Em Ashes 2 Ashes, seguimos direto de onde parou o terceiro filme, com o Feiticeiro chegando ao tempo de Ash e dizendo a ele que não está ainda na sua época correta, chegando momentos antes dele deixar a floresta no primeiro Evil Dead. Mais uma vez ele tem que encarar o mal na floresta, encontra seu eu presente e, junto com o feiticeiro, manda o para o passado onde os eventos do terceiro filme acontecem, na tentativa de destruir o livro que começou tudo isso.A minissérie foi escrita por Andy Hartnell, com arte de Nick Bradshaw.

Army of Darkness: Shop Till You Drop Dead (Devil’s Due/Dynamite, 2005)

Publicado pela Devil’s Due Publishing e Dynamite, esta nova minissérie, também em quatro partes, deu sequência a Ashes 2 Ashes e acompanha Ash, de volta do Egito, acreditando que o Necronomicon Ex-Mortis foi destruído para sempre. Mas o livro maligno deu um jeito de retornar e acabou nas mãos do irritante chefe de Ash, que terá de se unir aos seus colegas de trabalho para mais uma vez lutar contra o mal. Foi roteirizado por James Kuhoric e desenhado por Nick Bradshaw e Sanford Greene

Army of Darkness – Volume 1 (Dynamite, 2005)

Finalmente, a Dynamite decide dar uma série regular para Ash, que segue diretamente a partir de onde Shopt Till Yout Drop Dead terminou. Foram produzidos quatro arcos para esta série que valem a menção em separado: Ash vs Reanimator, onde o personagem encontra Herbert West, personagem do clássico conto de H.P. Lovecraft; Old School, onde Ash retorna para a cabana onde tudo começou; Ash vs Dracula, onde Ash tem que impedir o Vampiro de usar o Necronomicon; e The Death of Ash, que encerra esta primeira leva da série regular, e termina com o personagem indo parar no universo dos Zumbis Marvel

Army of Darkness vs Marvel Zombies (Marvel Comics, Dynamite, 2007)

Aproveitando-se do sucesso da série sobre um universo onde os super-heróis da Marvel se transformaram em Zumbis, a Marvel se aliou a Dynamite para produzir este crossover inusitado. Aqui, Ash acaba indo parar no Universo de Marvel Zombies, antes da infecção, trazida do espaçopelo Sentinela, acontecer, e acaba tendo que se unir à resistência contra os super-heróis devoradores de cérebros. A minissérie foi escrita por John Layman,com desenhos de Fabiano Neves, Fernando Blanco e Sean Phillips.

Darkman vs. Army of Darkness (Dynamite, 2006)

Em uma bela homenagem ao criador de Evil Dead, este crossover traz Ash encontrando-se com Deadman, outra cinessérie clássica criada por Sam Raimi. Na história, o antigo amor de Deadman libera as forças do mal acidentalmente através do Necronomicon e Deadman acaba contando invariavelmente com a ajuda de Ash para ajudar a resolver o problema. A história foi escrita por Roger Stern e Kurt Busiek, com arte de James Fry.

Army of Darkness – Volume 2 e 3 (Dynamite, 2007)

Nesta segunda série, que durou até 2009, Ash segue enfrentando criaturas malignas, viajando por diversos períodos de tempo e realidades alternativas. Houve também uma terceira série, que durou 13 edições.

Ash vs Freddy e Jason 1 e 2 (Dynamite, Wildstorm, 2008; 2009)

Não demoraria muito para Ash encontrar dois clássicos personagens de cinesséries de terror: Freddy Krueger (A hora do Pesadelo) e Jason Voorhees (Sexta-feira 13), e isso aconteceu em duas ocasiões. A primeira, Freddy vs. Jason vs. As,é baseado num roteiro feito para uma possível sequência do filme Freddy vs Jason; a segunda, chamada de The Nightmare Warriors segue diretamente de onde a anterior terminou e traz cameos de diversos personagens das franquias A hora do Pesadelo e Sexta-feira 13.

Army of Darkness e… Xena? Duas vezes? (Dynamite, 2008)

Com a versão quadrinística de Evil Dead estabelecida como um universo onde tudo pode acontecer, a editora trouxe talvez o encontro mais inusitado até então: Ash encontrando Xena, a Princesa Guerreira. O encontro aconteceu em duas minisséries: Army of Darkness / Xena: Why Not?, onde o personagem viaja ao mundo de Xena para destruir uma miniversão dele mesmo que ode destruir aquele mundo; seguido de Xena / Army of Darkness: What, Again?.

Ash Williams e o universo criado na cinessérie Evil Dead/Army of Darkness encontrou terreno fértil nos quadrinhos e daí resultou uma porção de histórias malucas, inusitadas e com o humor característico da série original, além de nos confundir com frequência por conta das maluquices envolvendo viagens temporais. Além das minisséries citadas, Army of Darkness ainda teve crossovers com diversos outros personagens, como Danger Girl, Vampirella e Hack/Slash, salvou o presidente Obama em uma minissérie específica e teve também diversos especiais e one-shots diversos.

Para quem é fã deste universo criado por Sam Raimi, e está ansioso para a estreia da série, recomendo que procurem pelo menos algumas das Hqs comentadas. Não creio que alguma delas tenha vindo ao Brasil, mas se você não for avesso à compra de edições digitais ou estiver disposto a esperar o dólar baixar de preço, ao menos para os fãs mais hardcore, são leituras mais do que recomendadas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Edições anteriores:

16 – Terror no mundo real: o Comics Code Authority, parte final

15 – Super-heróis com um “pé” no terror: Doutor Oculto

14 – Terror no mundo real: o Comics Code Authority, parte 1

13 – Da TV para os quadrinhos: Elvira, a Rainha das Trevas

12 – EC Comics , epílogo: O Discurso Contra a Censura

11 – Criadores de Terror: Salvador Sanz

10 – EC Comics, parte 3: o fim

9 – Super-heróis com um “pé” no terror: Homem Formiga

8 – Interlúdio: Shut-in (trancado por dentro)

7 – EC Comics, parte 2: o auge

6 – Interlúdio: Garra Cinzenta, horror pulp nacional

5 – EC Comics, parte 1: o início

4 – Asilo Arkham: uma séria casa num sério mundo

3 – A Era de Ouro dos comics de terror

2 – Beladona

1 – As histórias em quadrinhos de terror: os primórdios