Sarjeta do Terror #47 – 30 Dias de Noite

Nesta edição de Sarjeta do Terror, conheça mais sobre 30 Dias de Noite, hq de vampiros criada por Steve Niles e seu universo expandido.

Imagine viver em um lugar onde, uma vez por ano, o sol nunca se põe durante 30 dias. Imagine que, uma vez por ano, uma cidade vive em total escuridão durante um mês inteiro. Imagine essa cidade sendo no meio do gélido Alaska. Só isso já seria motivo suficiente para ser um local triste, desolador – e apavorante. Agora adicione vampiros sanguinários e nem um pouco simpáticos para com os humanos e temos o tema do post de hoje.

30 Days of Night (30 Dias de Noite) foi uma minissérie de 2002 publicada originalmente pela IDW Publishing em 3 edições, escrita por Steve Niles e desenhada por Ben Templesmith e cuja história se passa, em sua grande maioria, na cidade de Barrow, Alaska, onde uma vez por ano o sol não nasce durante um mês. Mas o que para os habitantes dessa pequena cidadezinha é uma ocorrência natural acabará por se tornar seus maiores pesadelos quando uma horda de vampiros decide aproveitar o tempo sem a luz do sol para poderem se alimentar de toda a cidade. Caberá aos habitantes, liderados pelo xerife da cidade, Eben Olemaun e sua esposa, Stella, tentarem sobreviver até o sol nascer novamente.

Com essa premissa, Niles criou todo um mundo de personagens que se seguiram em outras minisséries, antologias e edições especiais, criando um universo compartilhado com personagens que se cruzam diversas vezes – quase como um Sin City com vampiros. As histórias navegam principalmente entre o Alaska e Los Angeles, mas diversos outros cenários foram explorados – teve até vampiro no espaço e crossover com uma famosa dupla de agentes do FBI.

 

Dark Days (2003)
Sequência direta da minissérie original e também produzida por Niles e Templesmith, Dark Days se estende por 6 edições e acompanha Stella Olemaun após sobreviver ao ataque em Barrow. Após publicar um livro contando o ataque, ela tenta espalhar a informação dando palestras. Mesmo após se livrar do ataque de um vampiro em uma das suas palestras, ninguém acredita em suas histórias – e até sua editora coloca os livros dela como ficção. Mesmo assim, A comunidade vampírica de Los Angeles coloca Stella no seu radar. A história ainda mostra a personagem se aliando a um vampiro na esperança de poder trazer seu marido, Eben, de volta. Stella é bem sucedida, mas o Eben que retorna talvez não seja exatamente o marido que ela conhecia. Dias Sombrios também introduz Norris, um vampiro agente do FBI.

 

30 Dias de Noite Annual (2004)
Edição única, este anual é uma antologia com 4 histórias curtas escritas por Steve Niles e ilustrada por diferentes artistas. As histórias são:

“The Book Club”, desenhada por Ben Templesmith, que acompanha um clube do livro que discute a obra de Stella Olemaun;
“The Hand That Feeds”, desenhada por Szymon Kudranski, que mostra o vampiro Dane buscando um transplante de mão de um excêntrico doutor;
“Agent Norris: MIA”, desenhada por Brandon Hovet, que mostra a transformação do agente Norris de um “comedor de insetos” em um completo vampiro; e
“The Trapper”, desenhado por Josh Medors, que introduz John Ikos, um residente de Barrow que se tornou um caçador de vampiros.

 

Return to Barrow (2004)
Apesar de ser também uma sequência do original, assim como Dias Sombrios, Retorno a Barrow é protagonizada por Brian Kitka, irmão de uma das vítimas do ataque original. Kitka, agora xerife na cidade depois que se mudou para lá com o filho para investigar a morte do irmão, é cético quanto às alegações de um ataque vampírico, mas terá que defender a cidade com a ajuda de John Ikos. A minissérie tem 6 edições e conta com o retorno de diversos personagens da história original, incluindo Eben e Stella (cuja situação deixada em aberto em Dias Sombrios será revelada apenas mais adiante).

 

 Bloodsuckers Tales (2004)
Esta é a primeira hq de 30 Dias de Noite que conta com outros roteiristas além de Steve Niles. Consiste em 8 edições que contam duas histórias diferentes:
“Dead Billy Dead”, por Steve Niles (roteiro) e Kody Chamberlain (arte), é sobre um jovem chamado Billy, que é transformado em vampiro e depois sequestrado junto com sua namorada por um cientista obcecado por vampiros; e
“Juarez or Lex Nova and the Case of the 400 Dead Mexican Girls”, por Matt Fraction (roteiro) e Ben Templesmith (arte), é sobre o desaparecimento de centenas de garotas em Juarez, México, ao mesmo tempo em que uma família circense chega à cidade, acreditando que as mortes são causadas por um vampiro.

 

Um novo anual (2005)
Esta edição única é uma história longa de 48 páginas intitulada “The Journal of John Ikos” e conta a história de John Ikos deixando Barrow e indo para Los Angeles na busca pelo agente Norris. Lá, ele encontra Billy (da minissérie anterior) e Dane, e acaba cruzando o caminho de uma gangue de vampiros. Foi escrita por Steve Niles e desenhada por Nat Jones.

 

Dead Space (2006)
Escrita por Steve Niles e Dan Wickline e desenhado por Mahathir “Milx” Buang, esta minissérie em 3 edições explora uma missão da NASA feita com o intuito de restaurar a confiança da população após uma trágica missão anterior. Dentro da nave, no entanto, está um convidado inesperado com sede de sangue, literalmente.

 

Spreading the Disease (2006)
Esta nova série, em 5 edições, acompanha o agente Michael Henson, da história anterior, que foi exilado no Alabama por tentar convencer as pessoas de que a ameaça vampírica vista em Dead Space é séria. Lá, é contatado por uma pessoa misteriosa que sugere que a pergunta “porque alguém iria querer colocar um vampiro no espaço” ainda precisa ser respondida. Assim, Henson decide investigar e acaba descobrindo uma situação muito mais perigosa. A minissérie é escrita por Dan Wickline e desenhada por Alex Sanchez.

 

Eben and Stella (2007)
Esta minissérie em 4 edições finalmente explica o que aconteceu entre Dias Sombrios e Retorno à Barrow, onde Stella trouxe Eben de volta, mas transformado em vampiro e prestes a atacá-la. Ficamos sabendo que Eben transformou Stella em vampiro e o que aconteceu antes do que foi visto em Retorno à Barrow. Foi escrita por Steve Niles e Kelly Sue DeConnick e desenhada por Justin Randall.

 

Red Snow (2007)
Publicada originalmente em 3 edições, esta minissérie volta no tempo e mostra vampiros durante a Segunda Guerra. Mesmo com o fracasso da Operação Silver Fox de Hitler, a Guerra continua na Rússia e um diplomata britânico ajuda os russos a garantir que suprimentos cruciais cheguem até o país. Mas existe algo mais sombrio lá fora, e não são os nazistas. Esta história foi escrita e desenhada por Ben Templesmith.

 

Beyond Barrow (2007)
Depois de anos de ataques e diversos anos sem nenhum, os cidadãos de Barrow se unem contra ataques aleatórios em sua cidade. Infelizmente, o mesmo não se aplica fora de Barrow ou o resto do misterioso círculo ártico. Publicada originalmente em 3 edições, foi escrita por Steve Niles e desenhada pelo veterano Bill Sienkiewicz.

 

30 Days ‘Til Death (2008)
Os eventos de Barrow se espalharam pelo mundo, gerando um esquadrão da morte de anciãos que quer “emagrecer o rebanho” dos vampiros mais jovens e problemáticos da América. Em meio a isso, Rufus tenta se manter escondido conseguindo um cachorro, uma namorada, fingindo que gosta de seus vizinhos e fazendo de tudo para esconder sua insaciável sede de sangue. Esta minissérie em 4 edições foi escrita e desenhada por David Lapham.

 

Night, again (2011)
Escrita por Joe R. Lansdale e desenhada por Sam Kieth, esta minissérie em 4 edições acompanha um grupo de sobreviventes de um ataque secundário no Alaska que encontra uma instalação de mudança climática durante os últimos dias do longo período de luz do dia. Lá, os cientistas tentam descobrir a natureza de um estranho objeto encontrado no gelo, ao mesmo tempo em que lidam com os sobreviventes e o inevitável confronto com vampiros. Até agora, Night, again foi a última história original da série.

 

No Brasil
Por aqui, a editora Devir publicou diversos encadernados contendo uma ou mais histórias da série. Além do 30 Dias de Noite original, foram lançados também Dias Sombrios (Dark Days), Contos de Terror (que compila as histórias The Journal of John Ikos, Dead Space e Picking Up the Pieces – conto originalmente publicado na antologia IDW’s Tales of Terror), Retorno à Barrow (Return to Barrow), Eben e Stella e Neve Rubra (Red Snow).

 

Outros dias de noite

Arquivo X/30 Dias de Noite
Em 2010, Wildstorm e IDW publicaram um crossover entre 30 Dias de Noite e os personagens da série Arquivo X. Nessa minissérie em 6 edições escrita por Steve Niles e Adam Jones e desenhada por Tom Mandrake, Mulder e Scully vão até o Alaska investigar uma série de assassinatos que podem estar ligados a vampiros.

 

Filmes
Em 2007 foi lançada uma adaptação cinematográfica da minissérie original. Produzida por Sam Raimi e dirigido por David Slade, é protagonizado por Josh Harnett e Melissa George, que interpretam, respectivamente, Eben e Stella. A história segue relativamente fiel às hqs, mas se passa basicamente em Barrow, sem mostrar elementos como os caçadores de vampiros e sem explicar muito sobre as criaturas.

Em 2010 foi lançada uma adaptação de Dias Sombrios. Com orçamento menor e direto para vídeo, o filme foi dirigido por Bem Ketai, que escreveu o filme junto com Steve Niles, criador da série de quadrinhos. Apesar se seguir como uma espécie de continuação do filme anterior, não trouxe de volta os mesmos atores para os papéis de Eben e Stella nem segue totalmente os quadrinhos.

Webseries
O serviço de vídeo por demanda FearNet lançou uma espécie de prequel do primeiro filme intitulado 30 Days of Night: Blood Trails. A história, em 7 episódios, se passa dois dias antes dos eventos do primeiro filme e mostra um jovem viciado que trabalha para uma caçadora de vampiros. A história é baseada num suplot da hq original que foi deixado de fora no filme.

Além de Blood Trails, também foi lançada 30 Days of Night: Dust to Dust, minissérie em 6 episódios que serve como sequência do primeiro filme. A história se passa um mês após os eventos do filme e acompanha uma enfermeira que é mordida por um vampiro e começa a lentamente se transformar em um.

Livros
Com o lançamento do filme, a IDW se uniu à Pocket Books para lançar livros com histórias originais dentro desse universo. Até agora, foram publicados, além da novelização do filme, 30 Days of Night: Rumors of the Undead, 30 Days of Night: Immortal Remains , 30 Days of Night: Eternal Damnation e 30 Days of Night: Light of Day, de Steve Niles e Jeff Mariotte; e 30 Days of Night: Fear the Dark by Tim Lebbon.

 

Curiosidades:
– Barrow, Alaska, realmente existe, mas não é verdade que ela passa 30 dias do ano sem o sol nascer ou se por. Quer dizer, o fenômeno realmente acontece, mas não na cidade de Barrow;
– Adam Jones, que escreveu o crossover com Arquivo X junto com Steve Niles, é também guitarrista da banda americana Tool.

 

Edições anteriores:

46 – Irmãs dos Contos da Cripta

45 – Contos da Cripta, dentro e fora dos quadrinhos

44 – Criadores de Terror: Reed Crandall

43 – Skywald Publications e o clima de horror

42 – Vampirella

41 – O Homem Coisa

40 – Os quadrinhos de terror no Brasil: Criadores e Criaturas

39 – Os quadrinhos de terror no Brasil: parte 2

38 – Os quadrinhos de terror no Brasil: parte 1

37 – Apresentadores de terror (Horror Hosts)

36 – Dylan Dog

35 – Monstro do Pântano (parte 2 de 2)

34 – Monstro do Pântano (parte 1 de 2)

33 – Criadores de Terror: Bernie Wrightson

32 – Super-heróis com um “pé” no terror: Doutor Estranho

31 – Os 70 anos de Eerie #1

30 – Plantão Sarjeta do Terror – Sombras do Recife

29 – Criadores de Terror: Rodolfo Zalla

28 – Da TV para os quadrinhos: Além da imaginação

27 – Vigor Mortis Comics – Volume 1

26 – Super-heróis com um “pé” no terror: O Espectro

25 – Warren Publishing: Contornando o Comics Code

24 – Prontuário 666, os anos de Cárcere de Zé do Caixão

23 – Da TV para os quadrinhos: Arquivo X

22 – Criadores de Terror: Eugenio Colonnese

21 – Terror nas grandes editoras, parte final

20 – Terror nas grandes editoras, parte 2

19 – Uzumaki

18 – Terror nas grandes editoras, parte 1

17 – Do cinema para os quadrinhos: Evil Dead/Army of Darkness

16 – Terror no mundo real: o Comics Code Authority, parte final

15 – Super-heróis com um “pé” no terror: Doutor Oculto

14 – Terror no mundo real: o Comics Code Authority, parte 1

13 – Da TV para os quadrinhos: Elvira, a Rainha das Trevas

12 – EC Comics , epílogo: O Discurso Contra a Censura

11 – Criadores de Terror: Salvador Sanz

10 – EC Comics, parte 3: o fim

9 – Super-heróis com um “pé” no terror: Homem Formiga

8 – Interlúdio: Shut-in (trancado por dentro)

7 – EC Comics, parte 2: o auge

6 – Interlúdio: Garra Cinzenta, horror pulp nacional

5 – EC Comics, parte 1: o início

4 – Asilo Arkham: uma séria casa num sério mundo

3 – A Era de Ouro dos comics de terror

2 – Beladona

1 – As histórias em quadrinhos de terror: os primórdios

Sarjeta do Terror #23 – Da TV para os quadrinhos: Arquivo X

No primeiro Sarjeta do Terror de 2016, conheça um pouco sobre a passagem da série Arquivo X – que retorna à TV neste fim de semana – pelos quadrinhos e as editoras que publicaram suas histórias

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No próximo domingo estreia (nos EUA; segunda, no Brasil) a minissérie em 6 episódios que traz de volta Arquivo X, uma das sérias mais cultuadas das últimas décadas e que foi um praticamente um fenômeno cultural nos anos 90, trazendo de volta a paranoia com discos voadores e segredos do governo.

Para quem não está familiarizado com a série original (é estranho pensar que já existe uma geração que não cresceu com AX), Arquivo X acompanhava a dupla Fox Mulder e Dana Scully, dos Arquivos X do título, um departamento do FBI responsável por investigar casos inexplicáveis – geralmente envolvendo o paranormal, sobrenatural e o macabro.

Para comemorar o retorno da série, vamos conhecer um pouco mais sobre a trajetória de Arquivo X nos quadrinhos.

A primeira série

Arquivo X teve sua primeira instância nas HQs já em 1995, apenas dois anos depois da série ter estreado. A HQ foi publicada pela Topps Ccomics e durou até 98, correndo em paralelo com o programa entre a segunda e a quinta temporada.

A primeira edição, de número #0, foi uma adaptação do episódio piloto e a intenção original era continuar adaptando os episódios da TV, o que posteriormente não aconteceu. Diferente do que acontecia na série, as edições 1 a 12 faziam parte de uma grande e única história, com diversos arcos menores, mudando para histórias autocontidas a partir da edição 13 – seja durando apenas uma edição ou em arcos menores de duas ou 3 partes.

A série de quadrinhos, inicialmente escrita pelo veterano Roy Thomas (com contribuições de diversos outros roteiristas e artistas), durou 41 edições, mais uma Graphic Novel idependente chamada Afterlight e alguns especiais curtos. Além disso, a Topps ainda publicou uma adaptação de Arquivo X – o Filme e do livro Ground Zero, também baseado na série, que na adaptação em quadrinhos se tornou uma minissérie em 4 partes.

No Brasil, estas HQs serão lançadas em breve pela editora New Order em encadernados baseados nas compilações “The X-files Classics”, também lançadas nos EUA.

A curta trajetória pela Wildstorm

Em 2008, editora Wildstorm, de Jim Lee (que depois seria absorvida pela DC Comics), resolveu pegar carona no lançamento do filme Arquivo X – Eu quero Acreditar e publicou uma minissérie de 7 edições baseada no universo da série de tv.

Décima temporada em quadrinhos

Em 2013, a IDW trouxe a série de volta para os quadrinhos com um objetivo ambicioso: dar continuidade, ainda que de forma “não canônica” às aventuras de Mulder e Scully, que se encerraram com o fim do programa em 2002 (e cuja última aparição se deu em 2008, com o segundo filme).

Esta série em quadrinhos tem produção de Chris Carter, que também contribuiu com roteiros para diversos episódios, e são escritas por Joe Harris. Além disso, diversas edições one-shots foram escritas por Harris e o veterano Karl Kesel, passando-se durante essa décima temporada. O arco que foi chamado de “season 10” durou 25 edições, sendo seguida posteriormente pela décima primeira temporada, que se encerrará em breve com um total de 8 edições.

Confira a resenha da décima temporada em quadrinhos no site Melhores do Mundo.

Curiosidades:
– A edição #0 de Aqruivo X pela Topps adaptou o episódio piloto da série como um termômetro, para testar o interesse dos fãs por uma série em quadrinhos do programa;
Charles Adlar, que foi um dos desenhistas da primeira série, é mais conhecido hoje pelo seu trabalho nas HQs de The Walking Dead;
– A minissérie publicada pela Wildstorm teve suas primeiras 3 edições escritas por Frank Spotnitz, notável roteirista e produtor da série;
– Depois que começou a ser publicada pela IDW, Mulder e Scully tiveram diversos crossovers com outros personagens dos quadrinhos, alguns bastante inusitados. Entre eles estão os vampiros de 30 Dias de Noite, Os Caca-Fantasmas, As Tartarugas Ninja e até Transformers.
– A décima temporada (e a décima primeira) que tem sido publicada nos quadrinhos era originalmente para ser considerada canônica (tanto que conta com Chris Carter na produção da HQ). Mas, ao que tudo indica, o retorno da série à TV provavelmente mudou este status.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Edições anteriores:

22 – Criadores de Terror: Eugenio Colonnese

21 – Terror nas grandes editoras, parte final

20 – Terror nas grandes editoras, parte 2

19 – Uzumaki

18 – Terror nas grandes editoras, parte 1

17 – Do cinema para os quadrinhos: Evil Dead/Army of Darkness

16 – Terror no mundo real: o Comics Code Authority, parte final

15 – Super-heróis com um “pé” no terror: Doutor Oculto

14 – Terror no mundo real: o Comics Code Authority, parte 1

13 – Da TV para os quadrinhos: Elvira, a Rainha das Trevas

12 – EC Comics , epílogo: O Discurso Contra a Censura

11 – Criadores de Terror: Salvador Sanz

10 – EC Comics, parte 3: o fim

9 – Super-heróis com um “pé” no terror: Homem Formiga

8 – Interlúdio: Shut-in (trancado por dentro)

7 – EC Comics, parte 2: o auge

6 – Interlúdio: Garra Cinzenta, horror pulp nacional

5 – EC Comics, parte 1: o início

4 – Asilo Arkham: uma séria casa num sério mundo

3 – A Era de Ouro dos comics de terror

2 – Beladona

1 – As histórias em quadrinhos de terror: os primórdios

G.I.Joe – Mês 1 – Parte 3 – IDW e a criação de uma nova visão dos Joes

Iniciando em G.I. Joe #0 a nova cronologia proposta pela IDW Publishing vem acompanhada de grande modernização, seja na forma como os GI Joe e a organização COBRA agem como na própria forma narrativa destes quadrinhos. Chuck Dixon, um dos veteranos mais aclamados da história das HQs modernos, tomou posse do principal título da franquia após ter saído da DC Comics e por possuir uma bagagem de conhecimento militar impressionante para a indústria.

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Sendo assim, a IDW resolveu contar sua história saindo totalmente das amarras cronológicas das versões anteriores dos Joes, criando sua própria mitologia em torno dos personagens com total carta branca da Hasbro. Surgiu então uma visão mais adulta dos personagens e suas operações/conspirações, com liberdade total para grandes criadores criarem grandes histórias. Dixon foi acompanhado do artista Robert Atkins no título principal; concomitantemente Mike Costa, Christos Fage e Antonio Fuso assumiram a contraparte desta revista, ou seja, a G.I. Joe Cobra; por fim o grande Larry Hama ficou a cargo de G.I. Origins, uma série fechada que ditaria os alicerces deste novo universo.

Vale lembrar aos leitores que este artigo focará somente em G.I. Joe v1 e G.I. Cobra v1. O título G.I. Origins será comentado em sua totalidade num artigo à parte.

Ficha Técnica (1ª Fase):
Roteiro: Chuck Dixon, Larry Hama, Mike Costa, Christos Gage
Arte: Robert Atkins, Tom Feister, Antonio Fuso
Arte-Final: Clayton Brown, John Wycough, Rick Ketcham
Cores: Andrew Crossley, Tom Feister, Chris Chuckry, Lovern Kindzierski
Capas: Dave Johnson, Robert Atkins, Gabriele Dell’Otto, Adam Hughes, Antonio Fuso, Howard Chaykin, Edgar Delgado
(Publicado em: G.I. Joe v1 #0-6; G.I. Joe Cobra v1 #1-4 + Cobra Special #1)

Ficha Técnica (2ª Fase):
Roteiro: Chuck Dixon
Arte: Robert Atkins, S.L. Galant
Arte-Final: Clayton Brown, S.L. Galant
Cores: Andrew Crossley
Capas: Robert Atkins, Howard Chaykin, David Williams
(Publicado em: G.I. Joe v1 #7-13)

Resumo dos Acontecimentos

– Dixon ficou a cargo do título principal (G.I. Joe v1) e nas 7 primeiras edições desenvolve um roteiro em paralelo com as 4 edições de G.I. Cobra v1 de Costa e Gage. O propósito desta primeira fase é mostrar como um grupo fica sabendo da existência do outro através de infiltrações e “Cavalos de Troia”. De um lado, escrito por Costa e Gage, o General Hawk treina Chuckles, um agente com o maior perfil de psicopata que já passou pelos Joes, para fazer o que sabe (matar sem piedade, esconder e transmitir segredos, identificar verdades e mentiras na linguagem corporal etc) e se infiltrar no submundo do crime;

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– O que nenhum dos dois esperava era que o submundo é muito mais vasto e profundo do que se imaginava. Através de Jinx, uma outra agente infiltrada (que acaba se tornando par romântico do protagonista), Chuckles consegue ir se afundando mais e mais graças a ajuda de um tal “Sr X” – que depois os leitores vão descobrir ser a identidade dos irmãos gêmeos Tomax e Xamot, dois empresários que auxiliam Cobra em suas estratégias e se encontram com Chuckles de forma alternada sem que ele perceba. Aos poucos Chuckles desce de nível até chegar às portas da Organização Cobra. Ele é um deles agora. Ou pelo menos acreditava ser um. Mas perde seu contato com o mundo exterior e não tem mais como reportar a Hawk;
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– Quando Jinx é descoberta Chuckles é obrigado a matá-la, e é com esta ação que ele se desliga totalmente do lhe prendia ao lado do bom da vida; Chuckles assume seu perfil psicótico e começa a trabalhar na construção de um batalhão de armamento robótico para Cobra (B.A.T.S.) numa unidade ainda mais avançada da organização, comandada pela vietnamita Erica Le Tene. Os dois acabam tendo um romance também, apenas para que Erica descubra o implante no crânio de Chuckles que passava informações aos Joes. Ele fora descoberto, mas a primeira fase da revista não acaba sem ele explodir uma série de unidades da organização, faça de Erica sua refém e quase mate Tomax e Xamot;
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– Do outro lado, Dixon narra uma aventura de tirar o fôlego por todas as edições mostrando uma invasão à central dos Joes. Tudo começa na edição #0, apresentando a equipe em Istambul investigando um carregamento de armas jamais vistas destinadas aos Estados Unidos de forma ilegal. Após derrubar os traficantes, Duke obtém uma única palavra sobre a origem destas armas: “COBRA”. Em seguida uma caixa misteriosa extraída deste carregamento é levada à central dos Joes para ser investigada;

– “Cobra” é um sussurro, uma palavra perigosa, cujo símbolo é conhecido por poucos e verdadeiro significado por menos pessoas ainda. Até a sexta edição do título principal, que fecha a primeira fase de histórias concomitantemente com a última edição de Cobra, os Joes não sabem exatamente o que Cobra é, mas é revelado que Snake Eyes, foragido de seu grupo, vem tentando descobrir o que a organização é. Stalker, em Manila perseguindo Mandirobilis (um traficante de armamento pesado que só teme a palavra “Cobra” em sua vida), avista o ninja. O jogo está prestes a ficar mais interessante;
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– A caixa obtida na edição #0 contém protótipos de armamento pesado desenvolvido pela indústria M.A.R.S., de James McCullen – conhecido entre os seus como Lorde Destro XXIV. O escocês, cujo castelo família foi levado à Patagônia para melhor proteção, mantém câmeras nestes protótipos, conseguindo então obter terabytes de informações secretas, nomes e imagens do grupo anti-terrorista. Este é o primeiro vazamento oficial dos Joes e é com estas informações – e uma exibição de sua máquina de teletransporte ainda em testes – que Destro se mantém vivo após Baronesa invadir seu castelo e tentar matá-lo a mando de Cobra;

– A tentativa de assassinato é motivada pela demora de Destro em mostrar sua máquina de teletransporte em funcionamento. Após a revelação de tudo que obteve dos Joes e de uma demonstração da máquina em funcionamento – que leva Destro ao outro lado do mundo para cair bem no meio de uma luta entre Snake Eyes e o Mandirobilis, o negociante de armas visto desde a edição #0 e que falou o nome “Cobra” pela primeira vez, a Baronesa se convence. Mas Mandirobilis escapa e Snake Eyes fica de mãos vazias;

– O ninja é uma peça importantíssima para as duas fases da trama; ele é um renegado, ou seja, um AWOL (sigla para “abscence without leave” ou “ausência sem dispensa oficial” – ou simplesmente “desertor”), assim como Mainframe. Snake Eyes aparentemente perdeu a cabeça numa missão anos atrás e passou a agir por conta própria; já Mainframe simplesmente sumiu do mapa e foi dado como morto;
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– Após seu retorno ao ponto de origem, Destro veste um traje de contenção para evitar que seu corpo seja, literalmente, desfeito em nível molecular. A Baronesa está convencida de que Destro e suas invenções podem servir a Cobra e o leva embora do castelo para o Setor Zero: o Ártico;

– Quando Scarlett (chefe de inteligência da equipe) descobre que o armamento da M.A.R.S. pertence a Destro, ela manda uma equipe liderada por Flint à Patagônia para executar a extração de Destro, mas ele já havia partido. É então descoberto que, há cerca de 6 meses, o renegado Snake Eyes vem agindo sob comando extra-oficial de Scarlett para desvendar o que “Cobra” significa. Os segredos de Scarlett vêm à tona graças a hacker Dial-Tone, a mando do já desconfiado General Hawk, e ela acaba presa;
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– Nos Joes qualquer acusação significa julgamento em corte marcial com pena de morte em caso de veredicto de culpa. Portanto, Scarlett está prestes a enfrentar um pelotão de fuzilamento e só Snake Eyes pode salvá-la. De fora ele descobre a situação da amiga graças a uma mensagem que ela lhe envia, a mando de Hawk, indicando que estava tudo bem. Mas ao finalizar a mensagem com “Love-Red”, um código que eles combinaram para identificar que ela estava em apuros, Eyes começa a agir sob níveis ainda mais escuros, e chega a Mainframe para lhe pedir ajuda. É hora de descobrir o que Cobra realmente é e poupar a vida de Scarlett;

2ª Fase:

– A segunda fase da história, composta apenas de 6 edições de G.I. Joe v1, é bem mais objetiva e menos detalhista que a primeira, mas não menos empolgante. Ao contrário, colocar Mainframe na jogada foi um acerto de mestre por parte de Dixon, pois este se utiliza de todo o conhecimento hacker que aprendeu nos Joes para descobrir por conta própria o que é Cobra enquanto vive uma vida anônima em Springfield, Illinois;

– Com a ajuda de Snake Eyes o hacker entra em contato direto com os Joes para revelar o que Cobra é, mas não sem sofrer do ataque pesado dos terroristas na cidade – ao perceber que houve uma invasão no sistema da cidade, Cobra ordena evacuação total por parte dos cidadãos e joga uma M.O.B.A. (Mother of all bombs) na cidade. Ela é completamente destruída, mas a dupla de Joes sobrevive no subterrâneo de uma farmácia (onde o servidor estava escondido). Mainframe colhe indícios suficientes para provar a existência de Cobra e entra em contato com a linha segura dos Joes, conseguindo falar diretamente com Shareware, um dos responsáveis pelo TI do grupo;

– No Ártico há uma briga de egos entre Destro e o Dr. Mindbender sobre como o dispositivo de teleporte deveria funcionar. Baronesa entra no meio da briga e ameaça Destro de morte após mais uma falha num teste, e este acaba matando um de seus asseclas e garantindo a melhoria do dispositivo ao indicar um físico que deve ser sequestrado pelo bem da organização: o Doutor Gerald Orizama, um homem com especialidade em unificação de partículas teletransportadas;
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– Mainframe e Snake Eyes sobrevivem e são salvos por Stalker enquanto, do outro lado das Américas, Duke, Dial-Tone, Flint e conseguem material dentro do Castelo Destro que prova a ligação dele com uma organização terrorista gigantesca. Agora é hora da verdade: por onde Mainframe andou? Por que ele e Snake Eyes se tornaram AWOL e, principalmente, o que é Cobra?;

– O General Hawk se convence da existência da organização terrorista com as provas levadas por Mainframe (o servidor da COBRANet encontrado, Snake Eyes detonado numa luta com apenas um Viper, o material biológico capaz de guardar dados informatizados etc) e libera ele, Scarlett e Snake Eyes. Os 3 são Joes novamente. Todavia, Snake Eyes escapa da central novamente, mas desta vez para se recuperar de corpo e mente com seu Hard Master em Nova York.

Comentários:

O início da cronologia na IDW é simplesmente espetacular. Esta é, provavelmente, a primeira vez na história dos quadrinhos americanos em que realmente é possível acompanhar o desenvolvimento de uma histórias em várias frentes diferentes sem ser obrigado a consumir todas as revistas – o leitor pode acompanhar apenas o título principal, ou apenas G.I. Joe Cobra ou apenas Origins. Não importa.

O universo é livre de amarras comerciais que obrigam os consumidores a comprarem todas as revistas para entenderem o que acontece de verdade – mas se eles optarem por adquirirem todas, terão uma experiência mais rica ao enxergarem dois lados diferentes da mesma moeda. É curioso como toda editora de super-heróis (entenda-se Marvel e DC) prometem isso em suas mega sagas, mas nunca o cumprem de verdade. A IDW cumpriu. E com maestria.

Como o leitor pôde perceber ao ler os parágrafos acima, a história é toda envolta de conspirações, redes secretas no mundo da internet e tecnologia de ponta. Por trabalhar com tecnologia da informação e já ter tido contato com material militar em palestras e mostras do Exército Brasileiro, este redator pode garantir que, tirando a ficção exagerada das armas de Destro, quase tudo que Dixon usa para sua narrativa existe no mundo real.

A COBRANet nada mais é que uma DeepWeb mais segura e com proxies trocados apenas entre pessoas de confiança, utilizando-se de chaves de acesso privadas geradas com criptografias avançadas. As siglas e gírias para operações, situações e resultados colocadas nas falas dos personagens são todas reais e podem ser melhor compreendidas neste artigo da Wikipedia (https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_U.S._government_and_military_acronyms). Mais que isso, Dixon mostra um grande conhecimento de armas, como elas funcionam e qual o estrago que fazem.

O autor ainda conhece formações de combate e operações de exércitos de outros países, mostrando que a força militar ao redor do mundo não grande apenas nos EUA, onde a indústria da guerra alimenta boa parte de sua economia, mas no mundo todo, seja na forma de compra e vendas de armamento, testes de armamentos e protocolos de segurança entre determinados grupos para criação de armas de destruição em massa.

Mike Costa já afirmou, em várias entrevistas, que trabalhar com Dixon num projeto como esse é realmente uma dádiva, pois o homem é um oráculo de conhecimento militar americano e mundial, dando muita credibilidade à proposta mais realista da franquia sob as asas da IDW.

Portanto, caros argonautas, este material é recomendadíssimo! 

Nota: Yo Joe!
Legenda para entendimento das notas:
5-Yo Joe! (Obrigatório a qualquer Joe verdadeiro – Nota máxima)
4-Hooah! (Entusiasmo – Muito bom)
3-99 (“All hands” – Pertinente a todos os fãs – Médio)
2-WTFO (“What the fuck, over?” – “Que diabos é isso, câmbio?” – Fraco, mas legível)
1-Alpha Mike Foxtrot (“Adiós motherfucker” – Descartar)

Por Felipe Morcelli, do site Terra Zero feito especialmente para o LEITURA RECOMENDADA.

CONFIRA A SERIE DE ARTIGOS QUE MORCELLI ESCREVEU SOBRE OS GI JOES AQUI NO ARGCAST.

Mês 1
Parte 1 – O início na Marvel e a revolução das mídias
Parte 2 – DDP – Reinstituindo os Joes

Mês 2
Parte 1 – Histórias ousadas e o poder do Silêncio

GI Joe Movie Prequel

[Um aviso aos leitores: se esta minissérie a ser analisada abaixo é um prólogo do segundo filme do G.I. Joe, este artigo é um prólogo de um mega especial que o Dinamo, em parceria com o Terra Zero, está planejando para todo o ano de 2013. Fiquem ligados no Dinamo e no ARGCast para mais notícias a serem divulgadas muito em breve!]

Planejado originalmente para ser lançado em 2012, o filme G.I. Retaliação (2013, Paramount Pictures) passou por algumas mudanças e conversões para 3D no quase um ano adiamento que teve em sua estréia. Isso, todavia, não impediu que seu prequel em quadrinhos saísse antes data original de lançamento do filme. A franquia da Hasbro hoje é licenciada para a editora IDW Publishing, que vem fazendo um dos mais elogiados e bem recebidos trabalhos com os eternos Comandos em Ação em quadrinhos.

Sendo assim ficou a cargo dela produzir uma minissérie que servisse de preparação para este segundo filme da franquia. Diferentemente do que se imaginava a série de quatro edições não faz uma ponte entre o primeiro e o segundo filme; na verdade ela serve para contar a história de Roadblock e Mainframe e como eles se encaixarão na superprodução hollywoodiana.

GI-Joe_Retaliation_Official-Movie-PrequelFicha Técnica:
Roteiro: John Barber
Arte: Salvador Navarro e Atilio Rojo
Cores: Esther Sanz
(Publicada originalmente em G.I. Joe Retaliation – Official Movie Prequel #1-4, 2012)

Roadblock (no filme interpretado pelo sempre carismático Dwayne “The Rock” Johnson) e Mainframe cresceram juntos numa vizinhança pobre e rodeada de caras mal encarados. Se utilizando do clichê “moleques americanos bulinados que dão a volta por cima quando crescem”, o escritor John Barber conta uma história prática apenas para entreter os fãs e deixá-los preparados para o que vem pela frente.

A dupla de amigos enxerga nas forças armadas um lugar ideal para que ambos exerçam o que têm de melhor em si: Parker (Mainframe) o conhecimento sobre computadores e tecnologia que adquiriu sozinho desde criança; e Hinton (Roadblock) a força bruta e coragem de sempre levantar de novo após sofrer um golpe pesado.

 photo GI-Joe_Retaliation_Official-Movie-Prequel-2_zps755a62de.jpgNo presente Roadblock e os Joes estão numa missão de campo quando são atacados pelos ninjas de Storm Shadow. O objetivo é sequestrar Mainframe, em sua primeira missão de campo, e desnortear os Joes obtendo dados sigilosos do soldado. Neste momento o argonauta deve estar se perguntando o que houve com Mainframe, pois ele não está no elenco do filme. Pois é exatamente este o grande motivador de Roadblock para bater de frente com o Coronel Hawk após o fracasso da missão anterior e partir numa próxima quase suicida para resgatar seu amigo: a verdade é que Mainframe é morto pelos ninjas de Storm Shadow após dar informações vitais sobre as instalações do grupo antiterrorismo.

Apesar de discussões e desacatos por parte de Roadblock, Hawk acaba cedendo de forma indireta aos desejos do soldado, mas não sem armar um plano antes com Snake Eyes. O “ninja do bem” entra em contato com seu velho Mestre Cego para fazer um “treino/ritual de passagem” com Roadblock e colocá-lo novamente no caminho certo, fazendo com que ele não aja apenas sob a cegueira da vingança.

Sem sombra de dúvidas o mais interessante da minissérie é apresentar um personagem que será vital para o próximo filme e, de quebra, ainda dar um pouco mais profundidade a conceitos instaurados de forma muito apressada no primeiro longa metragem. Aqui o leitor entende o que aconteceu no Dojo em que Snake Eyes e Storm Shadow treinavam após este último matar seu mestre.

 photo GI-Joe_Retaliation_Official-Movie-Prequel-3_zps95f64a02.jpgO Blind Master pede paz interior a Snake Eyes, e não um revanchismo barato em cima do espírito perdido de Thomas Arashikage. Ainda é pedido ao garoto um momento de silêncio pela morte de seu grande mestre, mas o pequeno lutador ficou tão enraivecido e traumatizado com o assassinato de alguém que lhe deu sentido à vida que jura ficar em silêncio para sempre.

Depois de Roadblock ser colocado nos eixos, ele e Snake Eyes começam a perseguição ao exército particular de Arashikage e os dois agem muito bem em conjunto, com Barber escrevendo um eficaz e sólido roteiro de ação. A grande surpresa, é claro, fica para o final, em que se descobre qual foi o verdadeiro propósito de Mainframe ao dar os códigos da base dos Joes nas mãos de Storm Shadow e seus asseclas.

No fim das contas, apesar de uma narrativa um pouco confusa na primeira edição, as outras três compõe uma boa história para fãs e apreciadores dos personagens. Roadblock possui um carisma incrível na HQ e isto certamente será reprisado no filme. É uma pena que Mainframe tenha ficado de fora desta, e o contexto todo desta sequência do primeiro longa deixe um gosto amargo nos fãs por não trazer Scarlett, Ripcord e alguns outros. Por outro lado não deixa de ser notável a apresentação do personagem principal e suas motivações. Portanto, o saldo final é bastante positivo e empolgante.

Nota: 7,5/10

Por Felipe Morcelli, do site Terra Zero feito especialmente para o LEITURA RECOMENDADA.