Sarjeta do Terror #49 – The Heap, o pai dos monstros do Pântano

Leitores de quadrinhos de super-heróis já estão acostumados com personagens de editoras diferentes que são parecidos demais uns com os outros (Arqueiro Verde e Gavião Arqueiro, Namor e Aquaman, sem contar personagens mitológicos como Hércules e de domínio público como Drácula e Frankensten – apenas para citar alguns), com fãs constantemente brincando com essa semelhança. Dois exemplos clássicos são O Homem-Coisa (Marvel Comics) e Monstro do Pântano (DC Comics).

Lançados com apenas dois meses de diferença e com criadores que chegaram a dividir quartos, é fácil pensar que um seja “cópia” do outro. Mas a verdade é que ambas as editoras aproveitaram-se da flexibilização do Comics Code Authority para voltar a fazer quadrinhos com monstros e ambos acabaram provavelmente inspirados por outra criação, bem anterior (e que também teria um retorno mais ou menos no mesmo período): The Heap.

Para conhecer mais sobre o personagem, precisamos voltar até os anos 40, quando a editora Hillman Periodicals publicava uma revista chamada Air Fighter Comics, protagonizada por diversos heróis aviadores como Airboy e Skywolf. Em uma história chamada “Wanted by the Nazis”, escrita por Harry Stein e desenhada por Mort Leav, Skywolf se depara com a criatura, que ela captura seu arqui-inimigo, Coronel Von Tundra. A história apareceu na edição #3 de Air Fighter Comics.

O original – a versão Hillman

O Barão Eric von Emmelmann era um piloto alemão que em 1918 foi abatido no pântano de Wausau, próximo da cidade de Rodz, na Polônia. Seu corpo lentamente se fundiu ao pântano, junto com sua vontade de sobreviver e retornar ao mundo dos vivos. 20 anos depois, com a vegetação do pântano substituindo seu corpo, o barão reemergiu, agora outra criatura, um enorme humanoide metade planta, confusa e com mente mais animal que humana que era forçado a drenar sangue de animais para conseguir oxigênio.

Nas suas primeiras aparições, o monstro era branco e mais lembrava um Yeti (Homem das Neves). Conforme o tempo foi passando, seu visual foi mudando, mas sua principal característica era uma tromba de galho (que lembra muito a tromba do visual do Homem-Coisa, da Marvel). Inicialmente, a criatura buscava apenas aves, cães e gado para saciar sua “fome” e apenas atacava homens que considerasse malignos, o que lhe deu fama ao longo da Europa e Ásia. Em sua primeira aparição, The Heap era um dos antagonistas, mas logo começou a aparecer esporadicamente na revista em histórias próprias. Nelas, a criatura perambulava pelo mundo, incompreendido pela humanidade. Entre os artistas que desenharam o personagem estavam Jack Abel, Paul Reinman, e Ernie Schroeder.

Nos anos 50, quando s quadrinhos de terror se tornaram febre nos EUA, The Heap foi o “carro chefe” da Hillman no quesito monstros, até o encerramento da editora, em meados dos anos 50.

A versão Skywald

Nos anos 70, quando o Comics Code sofreu revisões que permitiram acomodar alguns tipos de monstros nas histórias em quadrinhos, começaram a surgir outras criaturas do pântano. Além dos já bem conhecidos da Marvel e da DC, a Skywald Publications (que buscava seguir a tradição da Warren e do horror vitoriano clássico) trouxe uma versão desse personagem, sugerida por Gerry Conway, um dos criadores do Homem-Coisa e fã confesso do Heap dos anos 40-50.

Nessa versão (que era apenas inspirada pelo original), The Heap era Jim Roberts, que acidentalmente colidiu sua aeronave usada na agricultura em um tanque de gás dos nervos líquido de um lixão tóxico militar e acabou sendo transformado em um monstro cinza/verde (dependendo da colorização interna ou da capa) bem diferente da versão dos anos 40.

O Heap da Skywald era uma espécie de “Cara de Barro” (vilão do Batman) em termos de composição. Era como uma lama radioativa gigante e indestrutível, pois balas atravessavam seu corpo sem que ele sofresse qualquer dano. Apesar dessas características, essa versão do personagem mantinha sua inteligência humana e suas histórias exibiam a angústia do monstro conforme ele vagava pelo mundo tentando encontrar uma cura – ou conseguir se matar.

O personagem teve sua primeira aparição em Psycho #2 (1971) e passou a aparecer periodicamente na revista. Também apareceu na revista Nightmare e em uma edição one-shot própria, no qual dividiu espaço com outras histórias.

As versões Eclipse e Image

Em 1986, alguns personagens da Hillman periodicals foram comprados pela Eclipse Comics, incluindo Airboy e The Heap, com seu visual clássico minimamente remodelado. A Eclipse lançou então uma revista mensal de Airboy onde o monstro era personagem coadjuvante. Além disso, ele também apareceu na revista The New Wave. A revista Airboy era escrita por Chuck Dixon e foi desenhada por artistas como Paul Gulacy, Ron Randall, Graham Nolan, Adam Kubert, e Andy Kubert. Durou até 1989, totalizando 50 edições.

A Eclipse Comics foi à falência nos anos 90 e suas propriedades intelectuais foram adquiridas pela Image Comics, inclusive The Heap, que foi revisitado por Todd Mcfarlane na revista Spawn. Nessa nova versão, The Freak (vilão do personagem) ordena seus homens que matem Spawn, um deles guarda parte do seu Necroplasma. Quando freak o mata, o necroplasma é deixado num beco e é encontrado por Eddie Beckett, que decide ficar com aquilo. Quando um ladrão o mata, o necroplasma toma controle do seu corpo e se funde ao lixo próximo criando The Heap.

Visualmente, a versão da Image é bastante diferente das versões anteriores e mais alinhada com as idiossincrasias típicas da editora nos anos 90 – garras, dentes e olhos grandes, unhas pontudas, etc. The Heap apareceu em três edições de Spawn: #68, #73 e #74.

Outros “monstros do pântano”

The Heap foi bastante influente nas criaturas pantanosas que se seguiram, mas não foi o primeiro do tipo. Um dos mais conhecidos vem do conto It!, de Theodore Sturgeon. Publicado originalmente na revista “Unknown”, em 1940, foi adaptado para os quadrinhos pela Marvel Comics em 1972 na primeira edição da revista “Supernatural Thrillers”.

A Marvel, aliás, usou e abusou de monstros do gênero pantanosos (que lá nos EUA são chamados de “muck monsters”). Além do Homem-Coisa e da adaptação de It, The Incredible Hulk #121 (1969), escrito por Roy Thomas, figura o monstro verde enfrentando uma criatura chamada “The Glob”, um óbvio pastiche do Heap original. E, em Sub-Mariner #72 (1974), Namor enfrenta “The slime-Thing”. Vale citar também uma história publicadas em “Marvel’s – What the —?” #6 (1990), que mostra “Man Thang” enfrentando “Swamp Thang”, numa hilária metanarrativa sobre que personagem é o mais “original”.

A DC Comics também não ficou de fora da “febre” dos muck monsters. Além do mais famoso da editora, apresentado pela primeira vez em House of Secrets #92 (1971), também teve um “swamp-god” (deus do pântano) em House of Mystery #217 (1973), numa história desenhada por Alfredo Alcala (que, mais de uma década depois, seria um dos desenhistas do Monstro do Pântano). Antes de todos esses personagens, no entanto, a DC criou outro que também pode ser considerado um dos “muck monsters” mais famosos dos quadrinhos: Solomon Grundy. Criado por Alfred Bester e Paul Reinman, o personagem surgiu em All-American Comics #61 (1944) como vilão do Lanterna Verde da Era de Ouro (Alan Scott) e se tornou um dos vilões mais conhecidos fora dos quadrinhos (muito provavelmente por suas aparições como membro da Legião do Mal no desenho dos Superamigos e suas aparições nas animações Liga da Justiça e Liga da Justiça – sem Limites). Solomon Grundy era um rico mercados do século 19 chamado Cyrus Gold, que é assassinado e jogado num pântano perto de Gotham City. 50 anos depois, seu corpo, composto parcialmente da matéria pantanosa que o envolvia, é reanimado com sem memória de sua vida anterior. Uma das únicas coisas que ele lembra é que ele nasceu numa segunda, então ele adota o nome do personagem de uma cantiga de roda – que também nasceu numa segunda.

A Eclipse Comics, além de trazer de volta o personagem original da Hillman, também fez uma paródia do Monstro do Pântano da DC Comics (numa espécie de “fechamento de ciclo”, por assim dizer?). A criatura se chamava “Sump Thing” (a Coisa da Fossa, em tradução livre) e apareceu na segunda edição da revista The Mighty Mites.

Apesar de não ser o primeiro, The Heap certamente influenciou todas as criaturas estilo “muck monster” que se seguiram depois nos quadrinhos e merece ser lembrado como parte das histórias dos quadrinhos de terror.

Curiosidades:
– The Heap chegou a ter um “parceiro mirim”. Em uma de suas histórias, foi enviado para os EUA para causar destruição e acabou cruzando o caminho de um jovem chamado Rickie Wood, que tinha um avião alemão de controle remoto. A relação entre os dois, no entanto, era um pouco diferente: Rickie sabia que o monstro nunca o machucaria, mas não concordava com suas atitudes (tanto que tentou destruí-lo diversas vezes). Levou um tempo para o garoto descobrir que sua ligação com o monstro era devido ao seu avião de controle remoto alemão, resquício da vida anterior da criatura;
– The Heap original chegou a ser publicado no Brasil em 1953 com o nome de “O Monstro”, na revista “Mundo Juvenil”, que também publicava as histórias de Airboy;
– A versão da Image foi publicada no Brasil pela Abril jovem com o nome de “Entulho” nas revistas do Spawn (números 73. 74 e 75).

Edições anteriores:

48 – Criadores de Terror: Steve Ditko

47 – 30 Dias de Noite

46 – Irmãs dos Contos da Cripta

45 – Contos da Cripta, dentro e fora dos quadrinhos

44 – Criadores de Terror: Reed Crandall

43 – Skywald Publications e o clima de horror

42 – Vampirella

41 – O Homem Coisa

40 – Os quadrinhos de terror no Brasil: Criadores e Criaturas

39 – Os quadrinhos de terror no Brasil: parte 2

38 – Os quadrinhos de terror no Brasil: parte 1

37 – Apresentadores de terror (Horror Hosts)

36 – Dylan Dog

35 – Monstro do Pântano (parte 2 de 2)

34 – Monstro do Pântano (parte 1 de 2)

33 – Criadores de Terror: Bernie Wrightson

32 – Super-heróis com um “pé” no terror: Doutor Estranho

31 – Os 70 anos de Eerie #1

30 – Plantão Sarjeta do Terror – Sombras do Recife

29 – Criadores de Terror: Rodolfo Zalla

28 – Da TV para os quadrinhos: Além da imaginação

27 – Vigor Mortis Comics – Volume 1

26 – Super-heróis com um “pé” no terror: O Espectro

25 – Warren Publishing: Contornando o Comics Code

24 – Prontuário 666, os anos de Cárcere de Zé do Caixão

23 – Da TV para os quadrinhos: Arquivo X

22 – Criadores de Terror: Eugenio Colonnese

21 – Terror nas grandes editoras, parte final

20 – Terror nas grandes editoras, parte 2

19 – Uzumaki

18 – Terror nas grandes editoras, parte 1

17 – Do cinema para os quadrinhos: Evil Dead/Army of Darkness

16 – Terror no mundo real: o Comics Code Authority, parte final

15 – Super-heróis com um “pé” no terror: Doutor Oculto

14 – Terror no mundo real: o Comics Code Authority, parte 1

13 – Da TV para os quadrinhos: Elvira, a Rainha das Trevas

12 – EC Comics , epílogo: O Discurso Contra a Censura

11 – Criadores de Terror: Salvador Sanz

10 – EC Comics, parte 3: o fim

9 – Super-heróis com um “pé” no terror: Homem Formiga

8 – Interlúdio: Shut-in (trancado por dentro)

7 – EC Comics, parte 2: o auge

6 – Interlúdio: Garra Cinzenta, horror pulp nacional

5 – EC Comics, parte 1: o início

4 – Asilo Arkham: uma séria casa num sério mundo

3 – A Era de Ouro dos comics de terror

2 – Beladona

1 – As histórias em quadrinhos de terror: os primórdios

O bem, o mal e a X-Force

Saudações, argonautas.

Na história de hoje, tocaremos num ponto (UIA!) que provoca surtos, mas também tem seus defensores:

A X-FORCE DE ROB LIEFELD!

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X-Force #01 por Rob Liefeld

Sim…“O MESTRE” sempre será um caso à parte em toda a indústria mainstream de quadrinhos americanos. Um caso que merece atenção e precisa ser visto em seus vários aspectos.

Então senta ai e vejamos alguns pontos sobre os porquês da X-Force ser parte integral e necessária na visão da história dos quadrinhos.

O Mal

Puxadas de Tapete.

Louise Simonson
Louise Simonson

No finzinho dos anos 1980 e comecinho dos anos 1990, as revistas Amazing Spider-Man, Uncanny X-men e New Mutants ganhavam cada vez mais fãs. Esse sucesso não era devido as suas grandes histórias, que não eram grandes mesmo, mas sim pelos desenhos de uma nova turma de desenhistas do barulho aprontando grandes confusões: Todd McFarlane, JIM LEE e ele, ainda um noviço, Rob Liefeld. Essa turminha não chegou no topo sem fazer alguns inimigos pelo fato de que suas páginas ficavam cada vez mais elaboradas e cheias de “massavéio”, o roteiro ia pra onde judas perdeu as botas.

Claro, os roteiristas ficaram muuuuuuito boladões, como é dito no livro ” A História Secreta da Marvel Comics”, do Sean Howe, tanto Chris Claremont nos X-Men e a roteirista Louise Simonson nos Novos Mutantes, viram todo seus trabalhos indo pro brejo. Reclamaram muito, mas tudo dava com os burros n’água, porque o editor-chefe do período, Bob Harras, ADORAVA os Novos Meninos de Ouro da arte, o que gerou rachas definitivos como a saída de ambos os roteiristas de suas revistas e muitos xingamentos nas entrevistas na revista Comics Scene (a revista informativa mais popular dos anos 1980) e nos fanzines de fãs sobre os mutantes.

Bolhinhas… bolinhas de sabão… POU!

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X-men #01 de JIM LEE – 8 milhões de gibis vendidos.

Com esse sucesso, as revistas começaram a vender muito, como não se via em muitos anos.

Spider-Man, o novo título do Aranha conduzido pro McFarlane vendeu aproximadamente 3.900.000 de exemplares. No mês seguinte, a X-Force de Liefeld vendeu 5.000.000 de revistas. Depois os X-Men de JIM LEE bateram os 8.000.000 de cópias vendidas. UAU! Quantos leitores novos, certo? ERRADO!

Essas vendas astronômicas eram o fruto de uma brutal especulação que alguns vendedores e clientes executaram no período. Pessoas e lojas compraram caixas desse material, achando que em 20 anos, tipo hoje, essas revistas valeriam uma grana alta.

O resultado foi uma bolha especulativa que cresceu até explodir por volta de 1995, ferrando com todo o mercado, jogando a sombra da falência em todo mundo, inclusive na Marvel Comics que com um pedido de falência aberto teve que vender umas coisinhas, tipo os direitos pra outras mídias do Aranha e dos X-men, mas isso fica pra outro post.

Dentes Rangentes

A X-force foi exatamente o que você lembra dela: tiros, explosões, personagens brutais e profundos como a piscina de plástico do seus sobrinho, mas que fez MUITO SUCESSO!

Má quiéissu,Batimá???
Má quiéissu,Batimá???

Como sabemos, o mercado tem uma tendência natural (e diga-se de passagem, burra pra caralho) de seguir uma estética caso ela dê certo (leia-se gere dinheiro à dar com o pau). Então tanto a Marvel como a DC entupiram tudo de personagens raivosos e com dentes rangentes, citando como exemplos O Batimá João Paulo do Vale (MEL DELZ! 😦 ) e o Demolidor Flamenguista, com sua armadura com venezianas… Tempos complicados.

O Ataque dos Clones

Com o massavéio instaurado, e some isso à política de royalties por criação de personagens rolando solta dentro da Marvel, o Liefeld marotamente começa seu festival de “novos personagens”. Dai ganhamos pérolas como Shatterstar, um clone dentes rangentes do Longshot, que era uma mistura do Bon Jovi com o Noturno. Gedeão, um misterioso careca com rabo de cavalo verde (???) e mal feito um pica-pau.

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A Frente de “Plagiação” Mutante

Porém nada supera A Frente de Libertação Mutante, com todo um Festival de clonagens que vão desde uma cópia do Barbarus, um vilão bucha de quatro braços, até coisas como Conflyto, o grande vilão da X-force em suas primeiros anos com sua armadura de pontas infinitas que deixaria o Clóvis Bornay mordido de inveja e vergonha… UIA! Nota final pra Tumbelina, uma vilã anã…. WTF???

Deadpool e Cable

Vindo desse festival de horrores sem criatividade ganhamos Cable, um personagem misterioso que carregava um trabuco surgindo na revista dos Novos Mutantes e trazendo toda a truculência bélica pros gibizinhos de mutantes. Tempos depois veio o Deadpool, uma mistureba de Homem-Aranha com Wolverine e entupido de trabucos e pochetes, disparando balas, piadas infames e uma falta de ideias que parecia não ter fim.

O Bem

Os Brucutus dos Gibis.

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Irmandade das Metrancas
das Metrancas. Por Liefeld.
Por Liefeld.

 Sim, a revista era tudo que um fã legítimo dos filmes e séries brucutus dos anos 1980 poderia ter num gibi.  Vejamos: Tínhamos um cara gigantão, vociferando frases de efeito e atirando até nas sombras de uma bananeira. Tínhamos personagens esmurrando os vilões sem questionar (POW! TUM! SOC!). Tínhamos as minas duronas lutando e fazendo poses estranhas às vezes com pouca roupas e sempre com trabucos fumegantes. Tínhamos vilões que eram maus, muito maus, e que davam risadas maquiavélicas.

Então um legítimo Comando para Matar misturado com Comando Delta estrelado pelo Arnold Schwarzenneger dos gibis, o Cable, e seus amiguinhos soldados. Dane-se o sonho do careca lá, o negócio aqui era bala infinita mesmo, seu nerd velhaco chato. Não adianta endeusar o Sylvester Stallone no Rambo 2 e ficar de mimimi com a X-Force IXPRUDINDO TUDO, porque é tudo farinha do mesmo saco. 😛

Família e Inclusão.

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X-Force por Greg Capullo

A revista com o passar das edições foi ganhando uma cara de família. Lógico que uma estranha família, pois Cable não é um grande exemplo paternal e nem a Dominó é uma mãezona, mas os membros mais velhos como o Míssil e o Mancha Solar acabaram tornando-se líderes e figuras de exemplo pros mais novos como Rictor e Shatterstar, e até mesmo membros mais pirados como a Feral e o Apache.

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X-Force por Adam Pollina

A X-force em algumas formações era uma equipe completamente miscigenada, com a entrada e liderança de uma indígena, a Danielle Moonstar, e com membros mistos como o Apache (um índio), o Macha Solar (um negro), a Syrin e a Dinamite (duas mulheres), e até um monstro, o Caliban bombadão. A X-Force manteve esse jeitão família, mesmo que aparentemente sendo apenas um gibi massavéio.

A Ascensão dos Desenhistas

Como falei antes, o público e as revistas especializadas começaram a enxergar mais os desenhistas. Essa nova exposição, antes mais voltada pros roteiristas, começou a empolgar os desenhistas e finalistas a buscarem pedaços maiores no bolo de faturamento das editoras, pois naquele momento, desenhistas como Rob Liefeld e JIM LEE eram os carros chefes de vendas e pra medo das editoras, os artistas sabiam muito bem seu peso no mercado.

Image Comics

Com essa nova situação, os artistas partiram pro ataque buscando mais vantagens dentro das editoras. Algumas vitórias surgiram como McFarlane (Spider-Man), LEE (X-men) e Liefeld (X-Force) ganhando seus gibis dentro da editora pra brincar, mas os caras quiseram mais. Foi quando a vontade dos desenhistas de terem mais controle criativo e monetário de suas criações falou mais alto.

Como ouvimos no ARGCAST 135, o podcast da fundação desta bela e nova editora, a Image Comics, criada por Rob Liefeld e seus amigos, com a publicação de seu gibi pessoal, o Youngblood. O resto é história.

Kirkman & Liefeld! Apenas aceitem!
Kirkman & Liefeld!
Apenas aceitem!

Então, nerdzinho hipster da modernidade degustador de Ovomaltine,  se você hoje lê esses gibis cool como Saga ou até mesmo o “Pai Andante”, vulgo Walking Dead, você deve isso ao Rob Liefeld, coisa que o próprio Robert Kirkman já agradeceu abertamente.

Deadpool

Má quiéissu??? Deadpool é algo bom? Sim, é.

Deixa eu explicar.

Anos depois, alguns escritores e editores viram um potencial no personagem e começaram a explorar o lado galhofa. O Deadpool hoje é mais lembrado por seu teor de piadas de gosto duvidoso, mas que tem uma base de fãs adolescentes gigante e crescente. Outros escritores também fizeram trabalhos muito bons com o personagem, como a fase do escritor Rick Remender na revista Uncanny X-Force.

Pra fechar, uma história das comic shops da vida. Nesses dias estava comprando meus gibis em uma das comic shops da minha cidade, Fortaleza, quando uma moça chegou e pediu um gibi do Deadpool. Ela explicou que trabalha como enfermeira num hospital que cuida de crianças com câncer e que uma delas, um menino, adora o personagem, pois assim como ele, o personagem também tem câncer e a criança se enxergava e utiliza essa empatia como força na luta de sua doença. Ela hoje tem 14 anos e está internada, lendo e desenhando o Deadpool, que é seu personagem predileto.

Até o Deadpool pode nos inspirar...à não quebrar pescoços.
Até o Deadpool pode nos inspirar…a sermos melhores e  a não quebrar pescoços.

Os anos 1990 é um período muito execrado porque muitas das burradas feitas pelo mercado foram nesse período, mas se há algo que não pode ser negado é que autores como o Rob Liefeld e seus gibis como a X-Force fizeram a diferença.

Até tentamos entender, como no Argcast 111, mas os caminhos que O MESTRE tomou são muito maiores que nossa vã filosofia pode divagar.

Recomendações de textos:

X-Force e Velozes & Furiosos são a mesma coisa!

A História da X-Force

Imatéria 016: Gaiman vs McFarlane (Round 1… Fight!)

Salve!

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Conforme combinamos nesses posts AQUI e AQUI, novamente o Dínamo irá explorar mais sobre os confrontos judiais entre o escritor Neil Gaiman e o artista e co-fundador da Image Comics, Todd McFarlane.

Mas antes de prosseguirmos é importante nos situarmos. Na época, o mercado de quadrinhos era liderado por editoras que “dominavam” os criadores e autores e lhes davam pouco créditos ou direitos (Marvel e DC Comics). Em 1992, o artista Todd McFarlane, em conjunto de outros desenhistas destaques na cena de quadrinhos  (Jim Lee, Rob Liefeld) abriram mão de suas carreiras como freelancer na Marvel Comics e fundaram sua própria editora de quadrinhos (a Image). Mais detalhes no ARGCast sobre o tema.

Ambos reclamavam por não receber os royalties pelos direitos dos personagens que criavam dentro dos títulos da Marvel – Mas o Stan Lee sempre foi creditado por suas criações – e por isso, a fundação de uma nova editora onde os direitos de cada herói ou vilão ficariam com o próprio autor. O selo Image garantia que os criadores poderiam ter a posse de publicação e o merchandising gerado por suas obras. Nessa época, McFarlane lançou seu personagem mais famoso, Spawn, que viria a ser um dos títulos de maior venda da editora (Como??).

1stAngelaAclamada pela arte e conceitos revolucionários, a série Spawn teve boa aceitação de público, porém foi criticada por conter apenas arte com roteiros péssimos. Pensando nisso Todd McFarlane (que era apenas desenhista) decidiu convidar escritores renomados para que cada um escrevesse uma história para edições diferentes de Spawn. Entre esses escritores estavam Alan Moore (Spawn#8), Dave Sin (Spawn#10), Frank Miller (Spawn#11) e Neil Gaiman que ficaria com a nona edição.

O contrato pelo trabalho fora feito de modo oral e sem nenhuma menção de copyright ou compensação. Apenas uma promessa de Todd a Gaiman de que ele “seria tratado melhor do que com os grandões”. É importante ressaltar que os escritores que trabalhavam para a Marvel e DC Comics faziam suas obras sob encomenda prévia, tendo o pagamento garantido. Mas os direitos de suas criações eram das editoras.

Mesmo sem o pagamento, Gaiman aceitou o convite e em sua edição, escreveu um roteiro inovador apresentando três novos personagens: o Spawn Medieval, a caçadora-anjo Ângela e o Conde Nicholas Cogliostro. A revista foi um sucesso imediato, vendendo mais de um milhão de cópias fazendo McFarlane pagar a Neil uma quantia de U$ 100 mil pelo serviço. Escrevi sobre essa edição aqui nesse link.

Como a heroína Ângela fez muito sucesso entre os leitores, McFarlane pediu ao escritor que escrevesse uma minissérie de três números tendo a anjo como protagonista. Novamente Neil escreveu e em 1994 é publicada a minissérie Ângela.

Além disso, até o lançamento desse especial, Gaiman também escreveu vários ganchos na edição de número 26 de Spawn para que a minissérie ficasse mais “ligada” com os quadrinhos do Soldado do Inferno. Essa edição de Spawn não foi creditada a Neil, mas McFarlene pagou U$ 3.300 pelo trabalho e mais U$ 30 mil pela minissérie da caçadora alada.

series2_angela_photo_01_dpPorém, como garante o selo Image, a criação de Ângela pertence a Gaiman assim como copyright e royalties da personagem. Mas na maioria das edições de Ângela que circularam pelos Estados Unidos o crédito de criação era dado ao Todd. Aqui mesmo no Brasil, a editora Abril cometeu o equivoco de colocar o verbete “Ângela criada por Todd McFarlene” nas edições dessa minissérie.

No ano de 1995, Todd funda a sua empresa de action figures para criação de bonecos dos personagens da série Spawn. Nessa época surge uma estatueta de Spawn Medieval e McFarlene apenas envia um cheque de U$ 20 mil pelos royalties do cavaleiro a Gaiman. Em seguida, McFarlene leva as bancas livros republicando as histórias da série Spawn incluindo a minissérie Ângela. Nesse livro há escritos que afirmam que todos os direitos dos personagens pertencem única e exclusivamente a Todd McFarlene.

Gaiman não teve ciência de tal publicação. Em seu testemunho no julgamento de 2002, o autor alegou estar preocupado com o fato de Todd ficar reutilizando personagens criados por ele em demais edições do Soldado do Inferno sem a existência de um contrato escrito.

O pai do sandman pediu que Todd escrevesse um contrato. McFarlene prometeu que faria e ainda repassaria também parte do valor da venda de estatuetas da Ângela. Mas o advogado de Gaiman interveio alegado ser direito do Neil a criação das personagens e que TODO O valor deveria ser repassado.

Uhm… Quando advogados entram em cena é porque a coisa ficou grave!!

Pois não deixem de ler a continuação dessa briga feia entre Spawn e Sandman nas próximas semanas. E escute nosso podcast sobre a Image Comics AQUI.

ArgCast #135 – Image Comics

Podem falar bem ou mal, mas Todd McFarlane, Rob Liefeld, Jim Lee, Erik Larsen, Marc Silvestre, Jim Valentino e cia fizeram história, ao fundarem, em 1992, a IMAGE COMICS. Neste episódio 135 do ArgCast, saiba sobre a história desta iniciativa editorial que marcou os quadrinhos dos anos 1990. Dos deslizes editoriais, as hqs de gosto duvidoso, os quebra-barracos entre os artistas, passando pelo reencontro com as origens editoriais.
De Youngblood à Walking Dead, os 22 anos da editora.

Além desse retrospecto, Daniel HDRRogério DeSouza, Ivo “Hell” Kleber, (MDM), Sergio Coveiro (Marvel 616) e Alzir Alvez (Rascunho Estúdio) relembram seus primeiros contatos com HQs da Image!
Participe desta catarse você também 🙂

LINKS RELACIONADOS:

– Os fundadores da Image, em 1992 e em 2012;
Spider-Man #1 – Roteiro e Arte de Todd McFarlane: 3,9 milhões de cópias vendidas;
X-Force #1 – Roteiro e Arte de Rob Lefeld: 5 milhões de cópias vendidas;
X-Men #1 – Roteiro de Chris Claremont e arte de Jim Lee e Scott Williams: 8 milhões de cópias vendidas;
Guardiões da Galaxia #1: Roteiro e Arte de Jim Valentino;
Youngblood #1;
Spawn #1;
Wild C.A.T.S. #1;
Savage Dragon #1;
Shadowhawk #1;
Cyberforce #1;
Spawn encontra Cerebrus (do artista Dave Sin);
Pitt, criação de Dale Keown, saind pela Image;
Darkness, com roteiro de Garth Ennis;
Michael Turner em Witchblade;
Travis Charest nos Wild C.A.T.S.;
J.Scott. Campbell em Gen 13;
Hellshock, de Jae Lee;
The Maxx, de Sam Kieth;
– Maximum Press – segunda editora de Liefeld – apresenta o encontro das ‘beldades’ Glory e Avengeline: Coisa linda DiJeuz 🙂;
Capitão América em Heróis Renascem: #Masterpiece ;
Quarteto Fantástico em Heróis Renascem;
O “Hulk Melhooooor” (argonautas enxutos entenderão);
Cliffhanger: tentativa de mangalização de quadrinhos na Image;
Mike Wieringo com projeto autoral na Image;
Dark Minds, mangalização total da Image;
GIJoe vs Transformers pela Image Comics;
Victory – quadrinho brasileiro do universo Tormenta saindo pela Image;
– Robert Kirkman entra na Image com Walking Dead;
ArgCast #132 – Os Fabulosos X-Men;

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ArgCast #135 – Image Comics ArgCast

G.I.Joe – Mês 1 – Parte 2 – DDP – Reinstituindo os Joes

Sete anos se passaram desde que a franquia GI Joe voltasse a ser publicada em quadrinhos em alguma editora. Após o término da gigantesca e aclamada fase de Larry Hama na Marvel, que durou de 1982 a 1994 e somou cerca de 200 edições sob sua batuta entre a série mensal e outros especiais, os guerreiros da Hasbro se viram num vácuo de publicações que só foi preenchido em 2001 pela Image Comics.

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A editora, através do estúdio Devil’s Due Publishing (fundado em 1999 por Joshua Blaylock), fechou um acordo com a Hasbro para a publicar histórias inéditas dos personagens que Hama ajudara a criar com a empresa de brinquedos. Todavia, o lendário artista não teria participação neste retorno. Blaylock em pessoa assumiu os roteiros da minissérie G.I. Joe: Reinstated!, que depois viria a se tornar a mensal G.I. Joe: A Real American Hero v2.

Ficha Técnica:
Roteiro: Joshua Blaylock
Arte: Steve Kurth
Arte-Final: John Larter
Cores: Hi-Fi Colour
(G.I. Joe: Reinstated! #1-4 – setembro de 2001 a março de 2002 – revista bimestral)

Resumo:

– Tudo começa com um ninja vigiando as instalações dos Dreadnoks. Reportando ao “Silent Master”, o ninja descobre uma série de informações que levam ao que parece ser uma reunião da organização Cobra com todos os seus asseclas do passado. O “Silent Master” repassa as informações ao Agente Hauser e este lhe informa que a “Volta pra Casa” será em dois dias. A identidade do Silent Master então é revelada: Snake Eyes, o grande ninja dos Joes;
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– Após 7 anos de folga e sem ameaças terroristas tão perigosas a melhor equipe anti-terrorismo do mundo é obrigada a retornar ao serviço com a volta da organização Cobra, com o comandante sendo avistado pousando na Flórida para um reunião misteriosa. E é desta reunião que uma ameaça jamais enfrentada antes pelos soldados será apresentada aos presentes (Destro, Baronesa, Major Bludd, Dr. Mindbender e Zartan): a nano-tecnologia;

– O Comandante Cobra se apodera do satélite Gaijin e dos nano-robôs, um tecnologia do próprio exército americano, para reformular a sociedade ao seu bel prazer – os robôs serão distribuídos pelos países em formas de consumo mais básicas, impossibilitando sua detecção e, obviamente, eliminação;

– Todavia, quando o Comandante menos espera, Destro toma conta de sua reunião, coloca os Vipers de Cobra contra ele mesmo e coloca um inesperado motim na trama – Destro está no comando de tudo. Ao mesmo tempo Conrad “Duke” Hauser e o General Tomahawk dão uma declaração pública à imprensa informando a volta do Cobra e o que conseguiram descobrir de seu plano até o momento. Na Austrália um homem caolho observa a conferência: e ele é ninguém menos que Bill Kessler, o filho de Cobra!

 photo gi-joe-ddp-parte01-capa2_zpse9d8f79d.gif– Aos poucos o leitor descobre que a trama montada por Blaylock é complexa: Destro não é o mesmo James McCullen de antes. Na verdade, sua identidade sob a máscara é de Alexander McCullen, seu filho bastardo que usou os nano-robôs para desabilitar o próprio pai. Porém, apesar do plano bem bolado, McCullen e Armada cometem um erro crucial ao capturarem Scarlett e Snake Eyes (que estão resolvendo o dela por ele no altar ao mesmo tempo): a dupla dá um jeito de escapar da prisão e, em contato direto com a central dos Joes, começa a derrubar o plano de Destro. De repente tudo cai como um gigante castelo de cartas: Kessler é contatado e ajuda os Joes; o Destro verdadeiro recupera sua consciência, assim como o Comandante Cobra, e ambos repudiam o plano de Alexander, que queria conquistar a América e o mundo para dar de “presente” ao pai.

– De dentro os Joes conseguem desabilitar o satélite Gaijin e os nano-robôs são desabilitados. Todavia, o Comandante consegue escapar graças a ajuda “da estrela que vem do alto” e James McCullen mantém sua imunidade em Transcarpathia, mas são sem colocar seu filho de joelhos pelo que fez.

– Apesar disso, os soldados do bem conseguem impedir um ataque terrorista direto e são, oficialmente, colocados de volta em campo: os Joes estão de volta! 

Comentários:

 photo gi-joe-ddp-parte01-ed1_zps65665696.jpgHá três aspectos interessantes desta minissérie que trouxe os Joes de volta aos quadrinhos: a) um plano bem elaborado pelos vilões, baseado em tecnologia realista e de ponta; b) uma trama bem desenvolvida por Blaylock que traz quase todos os personagens de volta em apenas 4 edições [Nota: estão lá Duke, Hawk, Flint, Scarlett, Roadblock, Shipwreck, Snake-Eyes, Mainframe, Stalker, Lady Jaye, Gung-Ho, além dos novatos Kamakura, Daemon e Firewall do lado dos Joes; Destro, Baronesa, Tomax e Xamot, Major Bludd, os Iron Grenadiers, os Dreadnoks e Zartan, Dr. Mindbender e, indiretamente, Storm Shadow, além dos novos Alexander McCullen – o filho perdido de Destro – e sua parceria Mistress Armada, ou simplesmente Lilian Osborne]; c) narrar uma trama terrorista com ícones populares da cultura estadunidense exatamente um mês após os atentados de 11 de setembro.

O texto de Blaylock pode incomodar leitores mais novos, já que ele se utiliza da velha forma de contar histórias em quadrinhos – também muito utilizada pelo próprio Larry Hama – que é colocar o máximo de texto possível em balões de fala, pensamento e narrativa. Suas 4 primeiras edições à frente do título mensal dos Joes dão a impressão de serem umas 7 ou 8 revistas, mas nada que atrapalhe a experiência de leitura. Pelo contrário, para alguém com pouca experiência narrativa na época, Blaylock se sai bem ao reintroduzir os Verdadeiros Heróis Americanos aos leitores. Mais que isso, o autor se utiliza de uma tecnologia que na época era pouco falada (os nano-robôs) e arma um plano mirabolante para reapresentar quase todos os personagens relevantes da franquia.

 photo gi-joe-ddp-parte01-josh-blaylock_zpsff541094.jpgComo a primeira edição da minissérie saiu em setembro de 2001, exatamente nos atentados que derrubaram as torres gêmeas do World Trade Center em Nova York, o interesse por histórias de heróis que fariam de tudo pela nação americana cresceu exponencialmente, tanto pela necessidade da sociedade estadunidense de se agarrar em um pouco de esperança como pelo revanchismo ao inimigo secreto. Sendo assim, o início da publicação de G.I. Joe: A Real American Hero v2 foi um sucesso de vendas estrondoso, ficando nas mais altas posições do Top 10 da Diamond Comics.

Portanto, com um início sólido e bem contado, Blaylock coloca G.I. Joe pra valer de volta ao mercado em 2001/2002. 

Nota: Hooah!

Legenda para entendimento das notas:

5-Yo Joe! (Obrigatório a qualquer Joe verdadeiro – Nota máxima)
4-Hooah! (Entusiasmo – Muito bom)
3-99 (“All hands” – Pertinente a todos os fãs – Médio)
2-WTFO (“What the fuck, over?” – “Que diabos é isso, câmbio?” – Fraco, mas legível)
1-Alpha Mike Foxtrot (“Adiós motherfucker” – Descartar)

Por Felipe Morcelli, do site Terra Zero feito especialmente para o LEITURA RECOMENDADA.

Mês 1
Parte 1 – O início na Marvel e a revolução das mídias
Parte 3 – IDW e a criação de uma nova visão dos Joes

Mês 2
Parte 1 – Histórias ousadas e o poder do Silêncio

ArgCast #111 – Liefieldlândia

Neste episódio, Daniel HDR, Rogério DeSouza, Rodjer Goulart, Guilherme “Sorg” Fonseca (do Baile dos Enxutos) e Bernardo Cury relembram de seus primeiros contatos com a arte de um dos mais polêmicos, celebrados e desprezados artistas dos comics: Rob Liefeld. Do talento prodígio ao mega empresário, este gênio contemporâneo da arte sequencial mundial, de estilo e convicções artísticas únicas é lembrando aqui também por recentes noticias relacionadas à sua obra.
E ainda: um casting call instantâneo para seu esperadissimo filme auto-biográfico.

É muita emoção! Venha você também para a Liefieldlândia.

Links relacionados (sim, você vai querer ver esses links):
Anúncio da primeira mini-série de Rapina e Columba com arte do iniciante Rob Liefeld;
Capa de Rapina e Columba #1 (1988);
Scan de arte original dele, desenhando seu personagem para a Marvel, Cable;
Liefield em New Mutants, e Wolverine com uma bundinha no ante-braço;
Assumindo roteiro e desenho de X-Force. Você acredita que isso aqui vendeu mais de 2 milhões de exemplares?
Crossover com Homem-Aranha em X-Force – crássico;
O Aranha lustroso – e que raio de mãos são aquelas;
A “narrativa” de Liefeld;
– Image Comics no inicio: (da esquerda à direita) Erik Larsen, Wilce Portacio; Rob Liefeld, Jim Lee, Todd McFarlane, Marc Silvestri, Jim Valentino;
Seu primeiro titulo na Image: Youngblood;
Wolverine & Badrock;
Captain America 1, da série HERÓIS RENASCEM;
Entendo a anatomia do polêmico Capeitão América;
–  Os Vingadores por ele, em Heróis Renascem;
A revista Wolverine com sua arte – o que raios é esse braço?
Novos Titãs com arte do visionário: não adianta, quem fugiu da revista mesmo assim viu – repare na chamada da capa”;
Os melhores do mundo, nos traços do gênio;
O bate boca via Twitter com Scott Snyder;
O cara andou desocupado mesmo: bate boca com Tom Breevort;
Os belos rostos assimétricos – referencia de Picasso;
O galã Missil (Canonball), no traço deste Miquelângelo moderno;
Bocas Hebe Camargo – Graciiiinha;
Dentição saudável;
Movimentos garbosos;
Quem pula assim deve saber muito bem onde vai cair;
– 
A sensualidade das mulheres de Liefeld;
– Mais garotas sexys desse magnifico artista;
– Garotas reais nunca alcançariam a sensualidade das Liefieldetes;
Tem ação, tem suspense, tem impacto… com tudo isso pra que pés e cenario, não é?
– Os deuses na visão autoral de Liefeld, na série GODYSSEY;
Site gringo: os 40 piores desenhos;

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ArgCast #111 – Liefieldlândia ArgCast

Free Comic Book Day 2011

Já comentamos anteriormente sobre o FREE COMIC BOOK DAY, evento que as editoras de quadrinhos nos EUA usam para distribuir quadrinhos de graça, geralmente publicações feitas especialmente para o evento, a fim de incentivarem a leitura de HQs, e conseguirem novos leitores.

A edição de 2011 já tem sua data para acontecer – 7 de maio de 2011. E a data está próxima de outro acontecimento que muitos fãs da Marvel Comics estão esperando, o lançamento do filme de THOR, o Deus do Trovão. Uma semana após a estreia do filme, as lojas especializadas em quadrinhos no país oferecerão publicações disponibilizadas pelas editoras gratuítamente à todos seus clientes.

Muitos destes quadrinhos que serão distribuídos no Free Comic Book Day já foram divulgados. Entre algumas das novidades, as adaptações para quadrinhos das franquias Kung Fu Panda, Star Wars, Avatar: O Último Mestre do Ar ganharão edições especiais no evento.

Da citada Marvel, uma HQ do Homem-Aranha exclusiva para o evento está planejada, com roteiro de Dan Slott e arte de Humberto Ramos. A DC Comics usou o anuncio como teaser, atendo-se apenas ao comentario em seu anuncio da publicação que a revista é “secreta” demais para ser revelada com tanta antecedência. Suspeita-se que seja uma edição dando o ponta-pé inicial para a proxima maxi saga da editora, ou algo relacionado ‘a franquia do personagem Lanterna Verde, que tem seu filme previsto para o próximo ano também. Por sua vez, a Image Comics prepara terreno para o novo projeto do criador de The Walking Dead, Robert Kirckman, focando o público infantil projeto este também em segredo.

Conclusão da novela Gaiman vs McFarlane

 

Gaiman e McFarlane

Uma juíza federal deu parecer favorável a Neil Gaiman em mais um capítulo da longa disputa judicial entre o autor e Todd McFarlane. Segundo a juíza Barbara Crabb, os personagens Dark Ages Spawn, DominaTiffany são derivações do Spawn MedievalÂngela, ambos co-criados por Gaiman.

Os advogados de McFarlane argumentavam que Dark Ages Spawn, Domina e Tiffany foram baseados no universo de Spawn e não em criações anteriores, mas Gaiman e a juíza descordaram.

Isso significa que Gaiman tem direitos sobre os ganhos adquiridos com qualquer produto que use a imagem de Dark Ages Spawn, Domina e Tiffany. A juíza Barbara deu prazo até o dia 1º de setembro para que McFarlane pague a Gaiman sua parte dos royaltes referente a esses personagens.

Uma característica interessante da decisão da juíza foi a forma como ela explicou que McFarlane queria de fato capitalizar sobre a criação de Gaiman. Após dizer que o cavaleiro Spawn criado por McFarlane vinha do mesmo século daquele criado por Gaiman, o que quebra as regras do envio de Spawns para a Terra, a juíza escreve: “Se a defesa queria realmente diferenciar o novo Hellspawn, por que não fazê-lo um explorador português do século 16, um oficial da marinha real do século 18, um recruta idealista de Simon Bolivar do séc. 19, um companheiro de Odisseu em suas viagens, um gladiador romano, um irmão mais novo do Imperador Nakamikado ou um membro da corte da Rainha Elizabeth I? Parece ser muito mais que coincidência Dark Ages (McFarlane) Spawn ser um cavaleiro do mesmo século que Medieval (Gaiman) Spawn“.

 

Medieval Spawn e Dark Ages Spawn

 

Spawn é o personagem de maior sucesso da Image Comics, criado por Todd McFarlane. Ele era Al Simmons, soldado governamental que após sua morte vendeu sua alma ao demônio Malebólgia, para poder reencontrar sua esposa. É claro que Simmons foi trapaceado, retornando à Terra anos depois para encontrar sua esposa casada com seu melhor amigo. Em seu novo corpo, dotado de diversos poderes e uma capa viva, ele se torna Spawn, um soldado do Inferno, vivendo no fogo cruzado da disputa entre Céu e Inferno, destinado a ter um grande papel no conflito. Até pouco tempo era publicado no Brasil em revista própria pela Pixel Media. A publicação se encontra no momento paralisada, sem nenhum anúncio oficial da editora sobre o assunto.

O inglês Neil Gaiman começou a carreira como jornalista. A amizade com Alan Moore o levou a escrever quadrinhos profissionalmente. Seus primeiros trabalhos, e muitos posteriores, foram feitos em parceria com Dave McKean, amigo de longa data. Seu trabalho mais conhecido mundialmente é a série Sandman, mas o autor tem em seu currículo obras como Violent Cases,Orquídea NegraLivros da MagiaStardust. Gaiman também publicou vários romances em prosa, como Deuses AmericanosBelas MaldiçõesOs Filhos de Anansi Coraline.

Fonte: HQManiacs

Robert Kirkman cria selo novos talentos

Robert Kirkman, de Invencível Os Mortos-Vivos (ambos publicados no Brasil pela HQM Editora), definitivamente não é do tipo que se acomoda na própria fama.

O roteirista, que também tornou-se um dos diretores da Image Comics, acaba de lançar um novo selo pela editora: trata-se deSkybound, criado especificamente para lançar novos autores. O anúncio foi feito na edição de ontem do jornal The New York Times.

O novo selo, que também passará a abrigar as séries de Kirkman, irá oferecer aos criadores contratados pagamento adiantado e assistência de marketing, bem como no licenciamento para publicação em outros países ou adaptação para outras mídias. Mas a prioridade é mesmo a criação de novas (e boas) histórias em quadrinhos. “Não vamos publicar algo que é um péssimo gibi, mas daria uma excelente série de TV”, disse o roteirista.

Com relação ao material inédito, a primeira revista sob o selo Skybound será Witch Doctor, uma trama médica com toques de terror descrita como “House encontra Fringe”, onde criaturas míticas interferem na ordem natural do universo.

Os roteiros ficam por conta de Brandon Seifert, enquanto os desenhos são de Lukas Ketner. A dupla chamou a atenção de Kirkman quando ele viu uma ilustração de Ketner na revista Willamette Week, e depois deparou-se com uma versão prévia de Witch Doctorno site do artista.

A segunda série já confirmada a sair pelo selo é Thief of Thieves, colaboração entre Kirkman e o roteirista Nick Spencer (deExistence 2.0Forgetless Morning Glories).

Na história, Conrad Paulson, o maior ladrão do mundo, resolve se redimir e roubar apenas o que já foi roubado; mas pode já ser tarde demais para sua salvação. Ambas as séries começarão a ser publicadas no início do ano que vem.

Robert Kirkman é um roteirista norte-americano de quadrinhos. Seus trabalhos mais conhecidos são Os Mortos-Vivos e Invencível(publicados no Brasil pela HQM Editora) e a minissérie Zumbis Marvel (publicada pela Panini na revista Marvel MAX). Kirkman atualmente dá sequência a seus projetos próprios pela Image Comics, editora da qual se tornou sócio.

Fonte: Dandara Palankof e Cruz (HQManiacs)

The Walking Dead ganha imagem de elenco

O seriado para a TV baseado na série de quadrinhos The Walking Dead (Os Morts Vivos), criada pelo roteirista Robert Kirkman (publicada pela Image Comics nos EUA HQM Editora – no Brazil) ganhou esta semana a primeira imagem de divulgação com todo seu elenco. Ao que pode-se perceber, consegue-se identificar todos os personagens d cultuado quadrinho de terror.

Confira logo abaixo:

Com previsão de estréia para Outubro, a série será exibida pela rede de televisão AMC nos EUA, com produção de Frank Darabont (O Nevoeiro). No elenco, Andrew Lincoln (Rick Grimes), Steven Yeun (Glenn), Sarah Wayne Callies(Lori Grimes), Jeffrey DeMunn (Dale), Jon Bernthal(Shane) e Laurie Holden (Andrea).