Para Você Não Sentir Tão Forever Alone: Alfredo, o Vampiro [Review]

Resenha do álbum “Alfredo, o Vampiro”, da Estronho, que reúne as primeiras tirinhas da webcomic de Emerson Lopes.

 

Olá Argonautas

Sabe quando você conhece um personagem e, mesmo sem ter lido uma linha sobre ele, já descobre o tipo de enrascada em que pode se meter?

Foi exatamente isso que senti quando vi pela primeira vez, um desenho de Alfredo, o Vampiro.

 

 

Só de olhar para aqueles olhões é fácil perceber que trata-se de um sanguessuga muito engraçado e que não leva jeito nenhum para a paquera – como o sex appeal Gary Oldman em Bram Stoker Dracula… E, claro, desnecessário dizer, o Edward de Crepúsculo – nem sei o nome do ator e não me preocupei em procurar.

Mas esqueça esses tipos… E esqueça principalmente o último citado. O tempo dele está contado.

 

Hoje falarei de um vampiro com v minúsculos, mas que manda muito melhor do que a fadinha que brilha ao sol (pior conceito estabelecido para um filho da NOITE, na minha opinião), pelo menos quando o assunto é bom humor.

Vamos falar da veia cômica de um nosferatu que até tenta chupar uns pescocinhos…. No entanto, faz mais feio que leitor do MDM.

 

A Compilação de Tirinhas da Estronho

 

“Alfredo, o Vampiro” é um álbum da Estronho Editora que reúne em ordem cronológica as primeiras tirinhas escritas e desenhas (claro) como webcomics e publicadas por Emerson Lopes nesse blog.

Essa edição é uma oportunidade excelente para quem deseja conhecer o Alfredo desde sua origem. São mais de 62 tirinhas publicadas em ordem (algumas têm até continuação),

E o que é melhor. Você poderá se divertir com esse personagem, sem ter que gastar horas e horas procurando no blog do Emerson.

 

Afinal, quem é Alfredo? (E por que se parece comigo, anos atrás…)

 

É um parente do Drácula, que deixou a Transilvânia para morar no Brasil. Tem uma queda por mulheres bonitas, mas, diferente de qualquer outro vampiro da ficção, não conhece uma técnica seque de sedução.

 

Um bom personagem autoajuda se você está numa fase azarada na sua “pegação”. Poderá dar muitas risadas desse estado passageiro (esperamos né?) e não se sentir não forever alone assim. Aliás, depois de tanto achar engraçado desse estado, vai que aparece uma gatinha para você paquerar…

Ninguém faz mais feio que o Alfredo, aposto!

Admita: todo solteiro tem lá sua fase de “matar cachorra” a grito (vai por mim).

 

Humor, Sem Forçar…

 

O bom humor das tirinhas geram simpatia com os leitores sem forçar, criando situações cômicas pela inocência. E é isso que cativa no personagem. Ele consegue ser engraçado, sem exageros.

O traço de Emerson combina bastante com o tipo de história narrada. Os personagens lembram os Super Deformed cabeçudos típicos dos mangás e são extremamente fofinhos. O que faz o leitor ter alguma pena dos foras que o Alfredo toma.

 

Deixei, ao longo desse post, algumas das melhores tirinhas para degustação de vocês (uma tarefa que foi difícil).

Agora você tem a oportunidade de ter a versão impressa na sua estante – que pode ser lido por adultos e crianças – , então corre para comprar o seu na loja da Estronho (acesse aqui) e adquira o seu.

A edição impressa está com papel de luxo (couchê 145G), coloração de alta qualidade, formato lateral (23x12cm, que facilita a leitura de tirinhas) e galeria de arte com trabalhos de Péricles Junior, Vitor Caffaggi, Gustavo Borges, Márcio Fiorito, Luís de Morais e Chairim Arrais.

Separe uma parte do seu orçamento de quadrinhos para dar muitas risadas!

 

Novos Autores Devem Temer a Crise Econômica?

 

Vigiando_o_TempoVagnerd, onde mais posso ter contato com material da Estronho?
Eu poderia indicar o site da editora, mas já fiz isso ao longo dessa postagem. Entretanto, deixa o marqueteiro oportunista aqui fazer um jabá.

O editor da Estronho Marcelo Amado, deu uma entrevista para o meu blog falando sobre as dificuldades que os novos autores podem encontrar no mercado editorial.

Interessa-se por escrever e quer saber mais sobre as editoras independentes (que pode ser uma boa porta de entrada na carreira literária)? Então, vai gostar muito dessa entrevista.

Clique aqui e aproveite!

 

Nota: 8/10

 

Ficha Básica:

 

Roteiro e Arte: Emerson Lopes; Editor Responsável: Marcelo Amado; Ilustração de Capa: Emerson Lopes; Projeto Gráfico: Marcelo Amado; Formato: 23x12cm; Páginas: 48 em cores; Papel: Couchê 145G; Capa: Papel Couchê Brilho 240G sem orelhas; ISBN (papel): 978-85-64590-73-1.

Dissertação de Mestrado sobre Vampiros e identidades juvenis


Olá, a todos! Como a maioria, acredito eu, já sabe, sou pesquisador do uso do RPG (role-playing game) como técnica de ensino desde 2003, e responsável pelo grupo e portal RPGEduc. Nosso grupo ocupa-se em ministrar paletras e oficinas sobre o uso do RPG na educação, bem como “desmistificar” o hobby, uma vez que possui uma imagem um tanto quanto negativa frente às reportagens, equivocadas e preconceituosas, de alguns meios jornalísticos (algo que pode ser conferido no primeiro episódio do ARGCast! Faz tempo!).

Não foi por acaso que decidi pesquisar RPG – na verdade o jogo faz parte de minha história pessoal há muito tempo. Comecei a jogar RPG há quase dezessete anos, e nesta época passava longas tardes reunido com meus amigos jogando D&D, AD&D e outros…

Com o passar dos anos, e tendo em vista minha profissão, interessei-me pelo uso do RPG na educação. Esta vinculação entre RPG e práticas pedagógicas tem sido pouco discutida, do ponto de vista acadêmico, mas possivelmente muito utilizada por professores que também são jogadores. O marco inicial dos estudos, no Brasil, poderia ser considerado a defesa da tese de doutorado de Sônia Rodrigues intitulada “Role-playing game e a pedagogia da imaginação no Brasil”, em 1997.

Com isso, inicia-se um prolífico campo de pesquisa educacional. Minha monografia de conclusão do curso em Letras – Inglês foi sobre esse assunto, com o trabalho intitulado “Desafiando e Aprendendo: O Uso do RPG no Ensino de Inglês”. No Mestrado em Educação com Ênfase em Estudos Culturais, novamente, propus-me a escrever sobre a temática. Lá e de volta outra vez, tal como se enuncia no título de “O Hobbit”, livro obrigatório para qualquer jogador de RPG.

Em minha dissertação, “Quebrando a Máscara: O RPG Vampiro e a constituição de identidades juvenis”, defendida em 2009, decidi pesquisar como esse jogo influencia os jovens a constituírem suas identidades. Para tal, busquei informações nos perfis de jogadores em comunidades do Orkut sobre o jogo.

Na pesquisa, considerei necessário colocar em destaque algumas das inúmeras representações de vampiro existentes em diferentes artefatos, pois esse foi e é reinventado constantemente na literatura, no cinema, na televisão, em quadrinhos e videogames, por exemplo, e parece exercer especial fascínio nos consumidores destes diferentes produtos culturais. Trazendo algumas produções para este estudo, desejei mostrar que o mito vampírico se constrói com base em diversas influências, históricas, sociais e culturais. O personagem – do jogo ou das diferentes produções midiáticas – não possui uma “essência” ou algo que o defina de maneira definitiva. Em cada conto, em cada história narrada, em cada filme ou em cada livro sobre vampiro, há pontos em comum e elementos que se distinguem, há aspectos que vão sendo agregados, atualizados, subvertidos, ao reinventar os personagens e cenários nos quais os vampiros se destacam.

Uma questão que eu desejava entender, ao examinar páginas virtuais do Orkut, era o modo como estas histórias eram reinventadas e, nesse processo, quais marcas da cultura juvenil contemporânea iam sendo incorporadas. Instigava-me pensar quais seriam os aspectos escolhidos pelos jovens para marcar suas identidades, seus personagens, seus perfis no Orkut, suas comunidades. Minha hipótese inicial era de que o jogo influenciava os jovens que o praticavam. Olhando para minha própria experiência, como jogador, agora com as lentes culturalistas, posso dizer que o jogo, assim como a participação em comunidades virtuais e em outras formas de manifestações relacionadas ao RPG, não simplesmente influencia, mas colabora na constituição de nossas identidades, marcando, de muitas maneiras, os modos como nos apresentamos e os laços que estabelecemos com os outros. Ao dizer “influenciar”, é importante destacar que não se trata de algo positivo ou negativo, pois os Estudos Culturais são uma linha de pesquisa que não emitem juízo de valor, o que se faz é uma análise critica dos mais diversos artefatos culturais.

Ao identificarem-se com seus personagens, os jogadores mesclam-se a eles, corporificam as sensações de incerteza, dúvida e suspense supostamente experimentadas pelos vampiros, dando significado aos processos narrativos que compõem tais personagens, e, dessa forma, constituindo-se como sujeitos-jogadores-vampiros, e deslocando essa identidade para outros espaços que não apenas a mesa de jogo.

Muitas páginas e perfis analisados utilizam elementos do jogo, as imagens retiradas dos livros de “Vampiro: A Máscara”, as escolhas das fotos em “poses sugestivas” que lembram atitudes dos personagens, os textos que descrevem suas personalidades e que fazem referência ao jogo ou ao mito de vampiro… A análise destas páginas virtuais mostrou que se trata de uma imensa e multifacetada rede de pessoas/jogadores que partilham símbolos e linguagens específicas do RPG “Vampiro: A Máscara” aprendidas em diferentes práticas, em especial na leitura dos livros de regras e nos tabuleiros de jogo.

Destaco aqui uma pergunta lançada em algumas das comunidades por mim analisadas: “vc axa que vampiros existem?” Em minha pesquisa não importava saber se os jovens acreditam ou não em vampiro, e sim saber como eles iam entrelaçando suas narrativas pessoais ao RPG. No momento em que constituem personagens, e passam interagir, no Orkut, como Brujah, Gangrel, Toreador, Nosferatu, não se tornam esses jovens, um pouco vampiros, circulando pelo Orkut? Alguns poderiam questionar tal afirmação dizendo que não são vampiros de verdade. E o que são “vampiros de verdade” senão invenções literárias, cinematográficas, cotidianas, que continuam a ser produzidas?  O mito do vampiro, e os diferentes clãs de “Vampiro: A Máscara” são reinventados e ressurgem vigorosos nas páginas do Orkut, constituindo e marcando as culturas juvenis que se identificam com eles.

Fica difícil resumir em poucas palavras todo o trabalho e a pesquisa que foi feita em quase 3 anos, mas espero ter dado uma visão do que consegui realizar. Aos interessados, podem fazer download do trabalho. A dissertação foi aprovada com louvor, com nota 10 e com um convite para continuar minhas pesquisas na área dos Estudos Culturais e do RPG no doutorado sob a tutela de uma das maiores especialistas em culturas juvenis do Brasil. Mas também tenho propostas para seguir outros rumos com o RPG no doutorado de lingüística. Senti e sinto-me lisonjeado com tal, mas pretendo descansar um pouco após mais de 3 anos de estudos. Que caminhos irei seguir a diante, no momento, não importa. Ainda tenho um pouco de tempo antes de decidir que estrada escolherei da bifurcação que surge à minha frente. No momento, prefiro simplesmente, deixar os dados rolarem… Obrigado pela atenção e um grande abraços a todos!

ArgCast #046: Lobisomem

Nesta semana Hilliam, Shortfall, Prof. Nerd e Coisinha Verde vão das origens das histórias de lobisomens até a atualidade, quando as lendas dão espaço a filmes, músicas, séries, jogos e a todas as demais mídias. Entenda a influência deste ser nas diferentes culturas.

Ouça também a crítica do Prof. Nerd na seção “Ponto de Vista” sobre o filme “Lobisomem” que estreou esta semana.

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ArgCast #006 RPG NA TOTALIDADE

Neste episódio Shortfall, Hilliam e Prof. Nerd revelam como foi a primeira vez de cada um… Não, não é o que você está pensando… O primeiro jogo de RPG. Contam fatos interessantes que vivenciaram, como mega interpretações em live actions. Descubra qual de nós foi pra São Paulo para uma campeonato de “RPG” e aprenda como cada um de nós mestra. E também: alguém já jogou com seus próprios pais? Nós já, pelo menos um de nós. Ah! Ouça o podcast até o final e diverta-se ainda mais!

Na leitura de e-mail um convidado ilustre, de poucas palavras, mas muito sábias. Hikkari nos dá uma mão com os comentários quilométricos que recebemos.

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#006: RPG na Totalidade ArgCast