Sarjeta do Terror #47 – 30 Dias de Noite

Nesta edição de Sarjeta do Terror, conheça mais sobre 30 Dias de Noite, hq de vampiros criada por Steve Niles e seu universo expandido.

Imagine viver em um lugar onde, uma vez por ano, o sol nunca se põe durante 30 dias. Imagine que, uma vez por ano, uma cidade vive em total escuridão durante um mês inteiro. Imagine essa cidade sendo no meio do gélido Alaska. Só isso já seria motivo suficiente para ser um local triste, desolador – e apavorante. Agora adicione vampiros sanguinários e nem um pouco simpáticos para com os humanos e temos o tema do post de hoje.

30 Days of Night (30 Dias de Noite) foi uma minissérie de 2002 publicada originalmente pela IDW Publishing em 3 edições, escrita por Steve Niles e desenhada por Ben Templesmith e cuja história se passa, em sua grande maioria, na cidade de Barrow, Alaska, onde uma vez por ano o sol não nasce durante um mês. Mas o que para os habitantes dessa pequena cidadezinha é uma ocorrência natural acabará por se tornar seus maiores pesadelos quando uma horda de vampiros decide aproveitar o tempo sem a luz do sol para poderem se alimentar de toda a cidade. Caberá aos habitantes, liderados pelo xerife da cidade, Eben Olemaun e sua esposa, Stella, tentarem sobreviver até o sol nascer novamente.

Com essa premissa, Niles criou todo um mundo de personagens que se seguiram em outras minisséries, antologias e edições especiais, criando um universo compartilhado com personagens que se cruzam diversas vezes – quase como um Sin City com vampiros. As histórias navegam principalmente entre o Alaska e Los Angeles, mas diversos outros cenários foram explorados – teve até vampiro no espaço e crossover com uma famosa dupla de agentes do FBI.

 

Dark Days (2003)
Sequência direta da minissérie original e também produzida por Niles e Templesmith, Dark Days se estende por 6 edições e acompanha Stella Olemaun após sobreviver ao ataque em Barrow. Após publicar um livro contando o ataque, ela tenta espalhar a informação dando palestras. Mesmo após se livrar do ataque de um vampiro em uma das suas palestras, ninguém acredita em suas histórias – e até sua editora coloca os livros dela como ficção. Mesmo assim, A comunidade vampírica de Los Angeles coloca Stella no seu radar. A história ainda mostra a personagem se aliando a um vampiro na esperança de poder trazer seu marido, Eben, de volta. Stella é bem sucedida, mas o Eben que retorna talvez não seja exatamente o marido que ela conhecia. Dias Sombrios também introduz Norris, um vampiro agente do FBI.

 

30 Dias de Noite Annual (2004)
Edição única, este anual é uma antologia com 4 histórias curtas escritas por Steve Niles e ilustrada por diferentes artistas. As histórias são:

“The Book Club”, desenhada por Ben Templesmith, que acompanha um clube do livro que discute a obra de Stella Olemaun;
“The Hand That Feeds”, desenhada por Szymon Kudranski, que mostra o vampiro Dane buscando um transplante de mão de um excêntrico doutor;
“Agent Norris: MIA”, desenhada por Brandon Hovet, que mostra a transformação do agente Norris de um “comedor de insetos” em um completo vampiro; e
“The Trapper”, desenhado por Josh Medors, que introduz John Ikos, um residente de Barrow que se tornou um caçador de vampiros.

 

Return to Barrow (2004)
Apesar de ser também uma sequência do original, assim como Dias Sombrios, Retorno a Barrow é protagonizada por Brian Kitka, irmão de uma das vítimas do ataque original. Kitka, agora xerife na cidade depois que se mudou para lá com o filho para investigar a morte do irmão, é cético quanto às alegações de um ataque vampírico, mas terá que defender a cidade com a ajuda de John Ikos. A minissérie tem 6 edições e conta com o retorno de diversos personagens da história original, incluindo Eben e Stella (cuja situação deixada em aberto em Dias Sombrios será revelada apenas mais adiante).

 

 Bloodsuckers Tales (2004)
Esta é a primeira hq de 30 Dias de Noite que conta com outros roteiristas além de Steve Niles. Consiste em 8 edições que contam duas histórias diferentes:
“Dead Billy Dead”, por Steve Niles (roteiro) e Kody Chamberlain (arte), é sobre um jovem chamado Billy, que é transformado em vampiro e depois sequestrado junto com sua namorada por um cientista obcecado por vampiros; e
“Juarez or Lex Nova and the Case of the 400 Dead Mexican Girls”, por Matt Fraction (roteiro) e Ben Templesmith (arte), é sobre o desaparecimento de centenas de garotas em Juarez, México, ao mesmo tempo em que uma família circense chega à cidade, acreditando que as mortes são causadas por um vampiro.

 

Um novo anual (2005)
Esta edição única é uma história longa de 48 páginas intitulada “The Journal of John Ikos” e conta a história de John Ikos deixando Barrow e indo para Los Angeles na busca pelo agente Norris. Lá, ele encontra Billy (da minissérie anterior) e Dane, e acaba cruzando o caminho de uma gangue de vampiros. Foi escrita por Steve Niles e desenhada por Nat Jones.

 

Dead Space (2006)
Escrita por Steve Niles e Dan Wickline e desenhado por Mahathir “Milx” Buang, esta minissérie em 3 edições explora uma missão da NASA feita com o intuito de restaurar a confiança da população após uma trágica missão anterior. Dentro da nave, no entanto, está um convidado inesperado com sede de sangue, literalmente.

 

Spreading the Disease (2006)
Esta nova série, em 5 edições, acompanha o agente Michael Henson, da história anterior, que foi exilado no Alabama por tentar convencer as pessoas de que a ameaça vampírica vista em Dead Space é séria. Lá, é contatado por uma pessoa misteriosa que sugere que a pergunta “porque alguém iria querer colocar um vampiro no espaço” ainda precisa ser respondida. Assim, Henson decide investigar e acaba descobrindo uma situação muito mais perigosa. A minissérie é escrita por Dan Wickline e desenhada por Alex Sanchez.

 

Eben and Stella (2007)
Esta minissérie em 4 edições finalmente explica o que aconteceu entre Dias Sombrios e Retorno à Barrow, onde Stella trouxe Eben de volta, mas transformado em vampiro e prestes a atacá-la. Ficamos sabendo que Eben transformou Stella em vampiro e o que aconteceu antes do que foi visto em Retorno à Barrow. Foi escrita por Steve Niles e Kelly Sue DeConnick e desenhada por Justin Randall.

 

Red Snow (2007)
Publicada originalmente em 3 edições, esta minissérie volta no tempo e mostra vampiros durante a Segunda Guerra. Mesmo com o fracasso da Operação Silver Fox de Hitler, a Guerra continua na Rússia e um diplomata britânico ajuda os russos a garantir que suprimentos cruciais cheguem até o país. Mas existe algo mais sombrio lá fora, e não são os nazistas. Esta história foi escrita e desenhada por Ben Templesmith.

 

Beyond Barrow (2007)
Depois de anos de ataques e diversos anos sem nenhum, os cidadãos de Barrow se unem contra ataques aleatórios em sua cidade. Infelizmente, o mesmo não se aplica fora de Barrow ou o resto do misterioso círculo ártico. Publicada originalmente em 3 edições, foi escrita por Steve Niles e desenhada pelo veterano Bill Sienkiewicz.

 

30 Days ‘Til Death (2008)
Os eventos de Barrow se espalharam pelo mundo, gerando um esquadrão da morte de anciãos que quer “emagrecer o rebanho” dos vampiros mais jovens e problemáticos da América. Em meio a isso, Rufus tenta se manter escondido conseguindo um cachorro, uma namorada, fingindo que gosta de seus vizinhos e fazendo de tudo para esconder sua insaciável sede de sangue. Esta minissérie em 4 edições foi escrita e desenhada por David Lapham.

 

Night, again (2011)
Escrita por Joe R. Lansdale e desenhada por Sam Kieth, esta minissérie em 4 edições acompanha um grupo de sobreviventes de um ataque secundário no Alaska que encontra uma instalação de mudança climática durante os últimos dias do longo período de luz do dia. Lá, os cientistas tentam descobrir a natureza de um estranho objeto encontrado no gelo, ao mesmo tempo em que lidam com os sobreviventes e o inevitável confronto com vampiros. Até agora, Night, again foi a última história original da série.

 

No Brasil
Por aqui, a editora Devir publicou diversos encadernados contendo uma ou mais histórias da série. Além do 30 Dias de Noite original, foram lançados também Dias Sombrios (Dark Days), Contos de Terror (que compila as histórias The Journal of John Ikos, Dead Space e Picking Up the Pieces – conto originalmente publicado na antologia IDW’s Tales of Terror), Retorno à Barrow (Return to Barrow), Eben e Stella e Neve Rubra (Red Snow).

 

Outros dias de noite

Arquivo X/30 Dias de Noite
Em 2010, Wildstorm e IDW publicaram um crossover entre 30 Dias de Noite e os personagens da série Arquivo X. Nessa minissérie em 6 edições escrita por Steve Niles e Adam Jones e desenhada por Tom Mandrake, Mulder e Scully vão até o Alaska investigar uma série de assassinatos que podem estar ligados a vampiros.

 

Filmes
Em 2007 foi lançada uma adaptação cinematográfica da minissérie original. Produzida por Sam Raimi e dirigido por David Slade, é protagonizado por Josh Harnett e Melissa George, que interpretam, respectivamente, Eben e Stella. A história segue relativamente fiel às hqs, mas se passa basicamente em Barrow, sem mostrar elementos como os caçadores de vampiros e sem explicar muito sobre as criaturas.

Em 2010 foi lançada uma adaptação de Dias Sombrios. Com orçamento menor e direto para vídeo, o filme foi dirigido por Bem Ketai, que escreveu o filme junto com Steve Niles, criador da série de quadrinhos. Apesar se seguir como uma espécie de continuação do filme anterior, não trouxe de volta os mesmos atores para os papéis de Eben e Stella nem segue totalmente os quadrinhos.

Webseries
O serviço de vídeo por demanda FearNet lançou uma espécie de prequel do primeiro filme intitulado 30 Days of Night: Blood Trails. A história, em 7 episódios, se passa dois dias antes dos eventos do primeiro filme e mostra um jovem viciado que trabalha para uma caçadora de vampiros. A história é baseada num suplot da hq original que foi deixado de fora no filme.

Além de Blood Trails, também foi lançada 30 Days of Night: Dust to Dust, minissérie em 6 episódios que serve como sequência do primeiro filme. A história se passa um mês após os eventos do filme e acompanha uma enfermeira que é mordida por um vampiro e começa a lentamente se transformar em um.

Livros
Com o lançamento do filme, a IDW se uniu à Pocket Books para lançar livros com histórias originais dentro desse universo. Até agora, foram publicados, além da novelização do filme, 30 Days of Night: Rumors of the Undead, 30 Days of Night: Immortal Remains , 30 Days of Night: Eternal Damnation e 30 Days of Night: Light of Day, de Steve Niles e Jeff Mariotte; e 30 Days of Night: Fear the Dark by Tim Lebbon.

 

Curiosidades:
– Barrow, Alaska, realmente existe, mas não é verdade que ela passa 30 dias do ano sem o sol nascer ou se por. Quer dizer, o fenômeno realmente acontece, mas não na cidade de Barrow;
– Adam Jones, que escreveu o crossover com Arquivo X junto com Steve Niles, é também guitarrista da banda americana Tool.

 

Edições anteriores:

46 – Irmãs dos Contos da Cripta

45 – Contos da Cripta, dentro e fora dos quadrinhos

44 – Criadores de Terror: Reed Crandall

43 – Skywald Publications e o clima de horror

42 – Vampirella

41 – O Homem Coisa

40 – Os quadrinhos de terror no Brasil: Criadores e Criaturas

39 – Os quadrinhos de terror no Brasil: parte 2

38 – Os quadrinhos de terror no Brasil: parte 1

37 – Apresentadores de terror (Horror Hosts)

36 – Dylan Dog

35 – Monstro do Pântano (parte 2 de 2)

34 – Monstro do Pântano (parte 1 de 2)

33 – Criadores de Terror: Bernie Wrightson

32 – Super-heróis com um “pé” no terror: Doutor Estranho

31 – Os 70 anos de Eerie #1

30 – Plantão Sarjeta do Terror – Sombras do Recife

29 – Criadores de Terror: Rodolfo Zalla

28 – Da TV para os quadrinhos: Além da imaginação

27 – Vigor Mortis Comics – Volume 1

26 – Super-heróis com um “pé” no terror: O Espectro

25 – Warren Publishing: Contornando o Comics Code

24 – Prontuário 666, os anos de Cárcere de Zé do Caixão

23 – Da TV para os quadrinhos: Arquivo X

22 – Criadores de Terror: Eugenio Colonnese

21 – Terror nas grandes editoras, parte final

20 – Terror nas grandes editoras, parte 2

19 – Uzumaki

18 – Terror nas grandes editoras, parte 1

17 – Do cinema para os quadrinhos: Evil Dead/Army of Darkness

16 – Terror no mundo real: o Comics Code Authority, parte final

15 – Super-heróis com um “pé” no terror: Doutor Oculto

14 – Terror no mundo real: o Comics Code Authority, parte 1

13 – Da TV para os quadrinhos: Elvira, a Rainha das Trevas

12 – EC Comics , epílogo: O Discurso Contra a Censura

11 – Criadores de Terror: Salvador Sanz

10 – EC Comics, parte 3: o fim

9 – Super-heróis com um “pé” no terror: Homem Formiga

8 – Interlúdio: Shut-in (trancado por dentro)

7 – EC Comics, parte 2: o auge

6 – Interlúdio: Garra Cinzenta, horror pulp nacional

5 – EC Comics, parte 1: o início

4 – Asilo Arkham: uma séria casa num sério mundo

3 – A Era de Ouro dos comics de terror

2 – Beladona

1 – As histórias em quadrinhos de terror: os primórdios

Sarjeta do Terror #23 – Da TV para os quadrinhos: Arquivo X

No primeiro Sarjeta do Terror de 2016, conheça um pouco sobre a passagem da série Arquivo X – que retorna à TV neste fim de semana – pelos quadrinhos e as editoras que publicaram suas histórias

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No próximo domingo estreia (nos EUA; segunda, no Brasil) a minissérie em 6 episódios que traz de volta Arquivo X, uma das sérias mais cultuadas das últimas décadas e que foi um praticamente um fenômeno cultural nos anos 90, trazendo de volta a paranoia com discos voadores e segredos do governo.

Para quem não está familiarizado com a série original (é estranho pensar que já existe uma geração que não cresceu com AX), Arquivo X acompanhava a dupla Fox Mulder e Dana Scully, dos Arquivos X do título, um departamento do FBI responsável por investigar casos inexplicáveis – geralmente envolvendo o paranormal, sobrenatural e o macabro.

Para comemorar o retorno da série, vamos conhecer um pouco mais sobre a trajetória de Arquivo X nos quadrinhos.

A primeira série

Arquivo X teve sua primeira instância nas HQs já em 1995, apenas dois anos depois da série ter estreado. A HQ foi publicada pela Topps Ccomics e durou até 98, correndo em paralelo com o programa entre a segunda e a quinta temporada.

A primeira edição, de número #0, foi uma adaptação do episódio piloto e a intenção original era continuar adaptando os episódios da TV, o que posteriormente não aconteceu. Diferente do que acontecia na série, as edições 1 a 12 faziam parte de uma grande e única história, com diversos arcos menores, mudando para histórias autocontidas a partir da edição 13 – seja durando apenas uma edição ou em arcos menores de duas ou 3 partes.

A série de quadrinhos, inicialmente escrita pelo veterano Roy Thomas (com contribuições de diversos outros roteiristas e artistas), durou 41 edições, mais uma Graphic Novel idependente chamada Afterlight e alguns especiais curtos. Além disso, a Topps ainda publicou uma adaptação de Arquivo X – o Filme e do livro Ground Zero, também baseado na série, que na adaptação em quadrinhos se tornou uma minissérie em 4 partes.

No Brasil, estas HQs serão lançadas em breve pela editora New Order em encadernados baseados nas compilações “The X-files Classics”, também lançadas nos EUA.

A curta trajetória pela Wildstorm

Em 2008, editora Wildstorm, de Jim Lee (que depois seria absorvida pela DC Comics), resolveu pegar carona no lançamento do filme Arquivo X – Eu quero Acreditar e publicou uma minissérie de 7 edições baseada no universo da série de tv.

Décima temporada em quadrinhos

Em 2013, a IDW trouxe a série de volta para os quadrinhos com um objetivo ambicioso: dar continuidade, ainda que de forma “não canônica” às aventuras de Mulder e Scully, que se encerraram com o fim do programa em 2002 (e cuja última aparição se deu em 2008, com o segundo filme).

Esta série em quadrinhos tem produção de Chris Carter, que também contribuiu com roteiros para diversos episódios, e são escritas por Joe Harris. Além disso, diversas edições one-shots foram escritas por Harris e o veterano Karl Kesel, passando-se durante essa décima temporada. O arco que foi chamado de “season 10” durou 25 edições, sendo seguida posteriormente pela décima primeira temporada, que se encerrará em breve com um total de 8 edições.

Confira a resenha da décima temporada em quadrinhos no site Melhores do Mundo.

Curiosidades:
– A edição #0 de Aqruivo X pela Topps adaptou o episódio piloto da série como um termômetro, para testar o interesse dos fãs por uma série em quadrinhos do programa;
Charles Adlar, que foi um dos desenhistas da primeira série, é mais conhecido hoje pelo seu trabalho nas HQs de The Walking Dead;
– A minissérie publicada pela Wildstorm teve suas primeiras 3 edições escritas por Frank Spotnitz, notável roteirista e produtor da série;
– Depois que começou a ser publicada pela IDW, Mulder e Scully tiveram diversos crossovers com outros personagens dos quadrinhos, alguns bastante inusitados. Entre eles estão os vampiros de 30 Dias de Noite, Os Caca-Fantasmas, As Tartarugas Ninja e até Transformers.
– A décima temporada (e a décima primeira) que tem sido publicada nos quadrinhos era originalmente para ser considerada canônica (tanto que conta com Chris Carter na produção da HQ). Mas, ao que tudo indica, o retorno da série à TV provavelmente mudou este status.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Edições anteriores:

22 – Criadores de Terror: Eugenio Colonnese

21 – Terror nas grandes editoras, parte final

20 – Terror nas grandes editoras, parte 2

19 – Uzumaki

18 – Terror nas grandes editoras, parte 1

17 – Do cinema para os quadrinhos: Evil Dead/Army of Darkness

16 – Terror no mundo real: o Comics Code Authority, parte final

15 – Super-heróis com um “pé” no terror: Doutor Oculto

14 – Terror no mundo real: o Comics Code Authority, parte 1

13 – Da TV para os quadrinhos: Elvira, a Rainha das Trevas

12 – EC Comics , epílogo: O Discurso Contra a Censura

11 – Criadores de Terror: Salvador Sanz

10 – EC Comics, parte 3: o fim

9 – Super-heróis com um “pé” no terror: Homem Formiga

8 – Interlúdio: Shut-in (trancado por dentro)

7 – EC Comics, parte 2: o auge

6 – Interlúdio: Garra Cinzenta, horror pulp nacional

5 – EC Comics, parte 1: o início

4 – Asilo Arkham: uma séria casa num sério mundo

3 – A Era de Ouro dos comics de terror

2 – Beladona

1 – As histórias em quadrinhos de terror: os primórdios

Sarjeta do Terror #17 – Do cinema para os quadrinhos: Evil Dead/Army of Darkness

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Dia 31 de Outubro estreia nos EUA, pelo canal Starz, Ash vs Evil Dead. Baseada cinessérie criada por Sam Raimi, a série serve como sequência para os filmes clássicos da Franquia e mais uma vez traz Bruce campbel no papel que o tornou conhecido. Para homenagear a estreia da série, vou falar um pouco sobre as versões em quadrinhos de Ash Williams.

Antes, uma pequena síntese: ora chamado de “Evil Dead”, ora de “Army of Darkness”, ambos se referem ao mesmo universo criado por Sam Raimi para os filmes Evil Dead, Evil Dead 2 e Army of Darkness, que acompanham a história de Ash Willams, que se vê às voltas com o Necronomicon Ex-Mortis, um antigo texto sumério capaz de liberar forças do mal. A cinessérie alcançou status de “cult” e acabou sendo adaptada para outras mídias, incluindo os quadrinhos. Nas HQs, Ash viajou pelo tempo e pelo espaço, e enfrentou desde monstros clássicos até grandes figuras do cinema e da TV como Freddy Krueger, Jason e… Xena???

Army of Darkness (Dark Horse, 1992)

A passagem de Ash Williams para os quadrinhos começou nos anos 90 pela editora Dark Horse, com a adaptação de Army of Darkness – o terceiro filme da série numa minissérie em 3 edições, a partir do roteiro original de Sam e Ivan Raimi, com desenhos de John Bolton. Por conta disso, a HQ conta com o final original que não saiu na versão final do filme.

Army of Darkness: Ashes 2 Ashes (Dynamite, 2004)

A partir dos anos 2000, a editora Dynamite adquiriu os direitos sobre a marca e relançou a adaptação de Army of Darkness, além de inaugurar uma nova minissérie, em 4 edições, que continuava as aventuras do personagem. Em Ashes 2 Ashes, seguimos direto de onde parou o terceiro filme, com o Feiticeiro chegando ao tempo de Ash e dizendo a ele que não está ainda na sua época correta, chegando momentos antes dele deixar a floresta no primeiro Evil Dead. Mais uma vez ele tem que encarar o mal na floresta, encontra seu eu presente e, junto com o feiticeiro, manda o para o passado onde os eventos do terceiro filme acontecem, na tentativa de destruir o livro que começou tudo isso.A minissérie foi escrita por Andy Hartnell, com arte de Nick Bradshaw.

Army of Darkness: Shop Till You Drop Dead (Devil’s Due/Dynamite, 2005)

Publicado pela Devil’s Due Publishing e Dynamite, esta nova minissérie, também em quatro partes, deu sequência a Ashes 2 Ashes e acompanha Ash, de volta do Egito, acreditando que o Necronomicon Ex-Mortis foi destruído para sempre. Mas o livro maligno deu um jeito de retornar e acabou nas mãos do irritante chefe de Ash, que terá de se unir aos seus colegas de trabalho para mais uma vez lutar contra o mal. Foi roteirizado por James Kuhoric e desenhado por Nick Bradshaw e Sanford Greene

Army of Darkness – Volume 1 (Dynamite, 2005)

Finalmente, a Dynamite decide dar uma série regular para Ash, que segue diretamente a partir de onde Shopt Till Yout Drop Dead terminou. Foram produzidos quatro arcos para esta série que valem a menção em separado: Ash vs Reanimator, onde o personagem encontra Herbert West, personagem do clássico conto de H.P. Lovecraft; Old School, onde Ash retorna para a cabana onde tudo começou; Ash vs Dracula, onde Ash tem que impedir o Vampiro de usar o Necronomicon; e The Death of Ash, que encerra esta primeira leva da série regular, e termina com o personagem indo parar no universo dos Zumbis Marvel

Army of Darkness vs Marvel Zombies (Marvel Comics, Dynamite, 2007)

Aproveitando-se do sucesso da série sobre um universo onde os super-heróis da Marvel se transformaram em Zumbis, a Marvel se aliou a Dynamite para produzir este crossover inusitado. Aqui, Ash acaba indo parar no Universo de Marvel Zombies, antes da infecção, trazida do espaçopelo Sentinela, acontecer, e acaba tendo que se unir à resistência contra os super-heróis devoradores de cérebros. A minissérie foi escrita por John Layman,com desenhos de Fabiano Neves, Fernando Blanco e Sean Phillips.

Darkman vs. Army of Darkness (Dynamite, 2006)

Em uma bela homenagem ao criador de Evil Dead, este crossover traz Ash encontrando-se com Deadman, outra cinessérie clássica criada por Sam Raimi. Na história, o antigo amor de Deadman libera as forças do mal acidentalmente através do Necronomicon e Deadman acaba contando invariavelmente com a ajuda de Ash para ajudar a resolver o problema. A história foi escrita por Roger Stern e Kurt Busiek, com arte de James Fry.

Army of Darkness – Volume 2 e 3 (Dynamite, 2007)

Nesta segunda série, que durou até 2009, Ash segue enfrentando criaturas malignas, viajando por diversos períodos de tempo e realidades alternativas. Houve também uma terceira série, que durou 13 edições.

Ash vs Freddy e Jason 1 e 2 (Dynamite, Wildstorm, 2008; 2009)

Não demoraria muito para Ash encontrar dois clássicos personagens de cinesséries de terror: Freddy Krueger (A hora do Pesadelo) e Jason Voorhees (Sexta-feira 13), e isso aconteceu em duas ocasiões. A primeira, Freddy vs. Jason vs. As,é baseado num roteiro feito para uma possível sequência do filme Freddy vs Jason; a segunda, chamada de The Nightmare Warriors segue diretamente de onde a anterior terminou e traz cameos de diversos personagens das franquias A hora do Pesadelo e Sexta-feira 13.

Army of Darkness e… Xena? Duas vezes? (Dynamite, 2008)

Com a versão quadrinística de Evil Dead estabelecida como um universo onde tudo pode acontecer, a editora trouxe talvez o encontro mais inusitado até então: Ash encontrando Xena, a Princesa Guerreira. O encontro aconteceu em duas minisséries: Army of Darkness / Xena: Why Not?, onde o personagem viaja ao mundo de Xena para destruir uma miniversão dele mesmo que ode destruir aquele mundo; seguido de Xena / Army of Darkness: What, Again?.

Ash Williams e o universo criado na cinessérie Evil Dead/Army of Darkness encontrou terreno fértil nos quadrinhos e daí resultou uma porção de histórias malucas, inusitadas e com o humor característico da série original, além de nos confundir com frequência por conta das maluquices envolvendo viagens temporais. Além das minisséries citadas, Army of Darkness ainda teve crossovers com diversos outros personagens, como Danger Girl, Vampirella e Hack/Slash, salvou o presidente Obama em uma minissérie específica e teve também diversos especiais e one-shots diversos.

Para quem é fã deste universo criado por Sam Raimi, e está ansioso para a estreia da série, recomendo que procurem pelo menos algumas das Hqs comentadas. Não creio que alguma delas tenha vindo ao Brasil, mas se você não for avesso à compra de edições digitais ou estiver disposto a esperar o dólar baixar de preço, ao menos para os fãs mais hardcore, são leituras mais do que recomendadas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Edições anteriores:

16 – Terror no mundo real: o Comics Code Authority, parte final

15 – Super-heróis com um “pé” no terror: Doutor Oculto

14 – Terror no mundo real: o Comics Code Authority, parte 1

13 – Da TV para os quadrinhos: Elvira, a Rainha das Trevas

12 – EC Comics , epílogo: O Discurso Contra a Censura

11 – Criadores de Terror: Salvador Sanz

10 – EC Comics, parte 3: o fim

9 – Super-heróis com um “pé” no terror: Homem Formiga

8 – Interlúdio: Shut-in (trancado por dentro)

7 – EC Comics, parte 2: o auge

6 – Interlúdio: Garra Cinzenta, horror pulp nacional

5 – EC Comics, parte 1: o início

4 – Asilo Arkham: uma séria casa num sério mundo

3 – A Era de Ouro dos comics de terror

2 – Beladona

1 – As histórias em quadrinhos de terror: os primórdios

ARGONAUTAS MATANDO ZUMBIS!

Bem, é quase isso! 🙂 Mas, continuando as homenagens feitas a nós por nossos amigos, Jheremy Raapack, o grande desenhista de Resident Evil também fez uma homenagem ao ARGCast e colocou um Easter Egg numa das páginas da edição 04, publicada pela DC/Wildstorm! Ou seja, já saímos na DC e na Marvel! 🙂 Mazááááááááááá!

Que honra! Sentimo-nos extremamente lisonjeados com as recentes demonstrações de carinho e amizade feitas a nós, e claro, ao nosso trabalho! Nada como ter amigos talentosos e famosos! Confiram a bela arte de Raapack e homenagem! Valeu, amigão!

Ei, agora a gente gostou! Queremos mais! 🙂 Recado aos demais desenhistas, amigos do ARG: por gentileza, preparem-se pois aguardamos seus Easter Eggs! 🙂

As DANGER GIRLS vão dos quadrinhos ao cinema

Danger Girl, primeiro trabalho autoral do quadrinhista J. Scott Campbell, na Wildstorm[bb] (e publicado aqui no Brasil pela Devir Livraria), está em vias de se tornar uma produção para os cinemas. O produtor Adrian Askarieh (do filme Hitman) disse ao periódico Los Angeles Times que está tudo em andamento, tendo como produtor executivo e diretor Todd Lincoln.

Askarieh considera Danger Girl “uma mistura de Kill Bill com Caçadores da Arca Perdida e o elemento de equipe de Missão: Impossível“.

Danger Girl criação de J. Scott Campbell e Andy Hartnell também representa outras influências cinematográficas e seriados de Campbell em seus trabalhos nos quadrinhos, como a saga do agente James Bond, e o a tele-série As Panteras .